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RESENHA DO LIVRO ESTADOS UNIDOS A CONSOLIDAÇÃO DE NAÇÃO

Por:   •  30/3/2017  •  Resenha  •  3.573 Palavras (15 Páginas)  •  2.078 Visualizações

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UNIVIRSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

Departamento de Educação

Campus XIV – Conceição do Coité

COLEGIADO DE HISTÓRIA

AMÉRICA IV

IV Semestre

Professor: Rogério Silva

RESENHA

JUNQUEIRA, Mary Anne. Estados Unidos: A Consolidação da nação. São Paulo: Contexto, 2000.

Erionis Guimarães Araújo

Raquel Santos da Silva

Mary Ann Junqueira doutora em História Social pela USP - Universidade de São Paulo e pós-doutora pela University of Maryland, Estados Unidos (2004-2005). É professora no Departamento de História e no Instituto de Relações Internacionais, com experiência em História da América (período nacional), atuando principalmente nos campos da História dos Estados Unidos, das Relações Interamericanas, e das manifestações político-culturais transnacionais. Professora colaboradora do Projeto Temático FAPESP - Cultura e política nas Américas: circulação de ideias e configuração de identidades (séculos XIX e XX). Desde 2009, é uma das líderes do Diretório de Grupos de Pesquisas (CNPQ): Trânsitos nas Américas. Viagens e Viajantes (séculos XIX e XX). Desenvolve pesquisas relacionadas às viagens científicas da Marinha norte-americana (U.S. Navy), no século XIX, nas quais privilegia as abordagens relacionadas à História, Ciência, Cultura e Política. No momento, dedica-se a analisar a U. S. Exploring Expedition (1838-1842), a primeira viagem científica de circunavegação norte-americana.

Em seu livro Estados Unidos: A consolidação da nação Mary Junqueira salienta o processo de consolidação dos Estados Unidos como um país. George Washington tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos e John Adams, o primeiro vice-presidente, sendo que os líderes políticos decidiram também por um governante com tempo de governo e poderes limitados por uma constituição.

Formando-se através das colônias inglesas independentes, os Estados Unidos resolveram criar o seu próprio governo, porém sem o poder hereditário do rei, As ideias liberais que serviram de base para estruturar o novo país eram as mesmas que vinham discutidas na Europa. A elite norte-americana adaptava, assim, as ideias europeias à sua realidade.

Entre 1776 e 1789, nos debates entre os norte-americanos acerca de um novo sistema de governo e a construção de uma unidade nacional, não faltaram disputas, contendas e negociações. O objetivo era unir àquelas entidades diferentes e criar um mecanismo que fizesse com que toda a população se sentisse como pertencente a uma mesma comunidade, apesar das particularidades de cada colônia.

Sendo povoadas de maneira bem distinta, as colônias inglesas do Novo Mundo, geralmente, são divididas por historiadores em três grandes grupos que se diferenciavam na atividade produtiva e na organização social. O primeiro grupo se estabeleceu nas terras férteis e temperadas do Sul e adotaram a forma econômica das colônias Ibéricas, o regime a partir da mão-de-obra escrava de negros africanos. Como o Sul havia optado pelo sistema de plantation e mão-de-obra escrava, era visto por muitos como o lugar do atraso. Entretanto, o sistema de plantation era o projeto colonial mais bem-sucedido no período do mercantilismo.

Já o segundo grupo se estabeleceu no Norte, nas regiões frias da Nova Inglaterra, formadas pelas colônias de Massachusetts, Nova Hamphire, Connecticut e Rhode Island. A economia era baseada na pequena agricultura, na pecuária, na pesca e no comércio. O terceiro grupo é chamado de colônias intermediárias, ou colônias do meio, pois estavam localizadas entre o grupo de colônias do Norte e as do Sul. A população caracterizava-se pelo seu aspecto heterogêneo, um grupo distinto, uma pequena agricultura, forte comércio, numerosos artesãos e um grupo de protestantes chamados quaquers, que defendia a tolerância religiosa.

Com a Guerra dos Setes Anos em 1756, franceses e ingleses disputavam acirradamente na Europa a hegemonia econômica, territórios e a posse de novas colônias. Apesar da vitória, a Inglaterra saiu com uma grande dívida. Para solucionar a crise, os impostos das suas colônias além-mar sofreram aumento, tendo este fato contribuído para uma grande insatisfação nos colonos, fazendo-os pegarem em armas pela independência.

Parecia improvável que as 13 colônias conseguissem a independência da metrópole inglesa. Os “patriotas” tomavam partido favorável à autonomia das 13 colônias e os “realistas” defendiam a manutenção do poderio inglês. Os escravos ficaram divididos, estando milhares de cativos ao lado dos ingleses, na esperança de conseguir liberdade após a guerra, e muitos outros aproveitaram o momento conturbado para fugir da vida escrava.

Com a vitória sobre a Inglaterra, o país recém-criado ocupava uma área quase seis vezes maior que a antiga metrópole e era escassamente povoado. A população norte-americana era formada por um contingente de ingleses, além de irlandeses e escoceses. A maioria imigrara para os Estados Unidos por causa das dificuldades econômicas europeias, atraída pela notícia de que no Novo Mundo havia liberdade religiosa e a terra era farta e ainda não cultivada.

Um ponto interessante elencado pela autora eram os vários problemas para manter na época as 13 antigas colônias unidas em torno de um projeto comum, já que eram entidades separadas, e agora seriam transformadas em estados. Optou-se pelo regime republicano, mas unir homens e interesses diversos não seria fácil. Passando a ser chamado de Estados Unidos, Mary Junqueira salienta que a escolha do nome representava uma espécie de alianças entre unidades que se reuniam em busca de projetos comuns.

O primeiro período do novo país, que vai de 1776 a 1789, é chamado de Confederação, ou seja, não havia um governo central forte, mas uma instância que deveria reunir e analisar as vontades e interesses dos 13 estados. Podemos dizer que, nem todos os estados tinham as suas decisões respeitadas, outros tinham a sua própria milícia, outros cunhavam a sua própria moeda, outros ainda comercializavam com quem queriam de acordo com seus interesses particulares. A unidade, o sonho de um grande país territorial estava seriamente comprometido, e mais, se os estados se dividissem, a legitimidade do país e sua força política perante a Europa estaria se desmanchando.

Alguns homens descontentes com os rumos da

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