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Resenha Uma Breve História dos Estados Unidos Visão dos Brancos Pobres

Por:   •  2/6/2018  •  Resenha  •  1.802 Palavras (8 Páginas)  •  346 Visualizações

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O livro “Uma Breve História dos Estados Unidos”, escrito pelo historiador neozelandês James West Davidson, retrata de forma ampla e geral a história dos Estados Unidos da América desde o seu descobrimento até a sua configuração atual. Com uma linguagem fácil de ser acompanhada, e um ritmo acelerado, é capaz de contar, em pouco mais de trezentas páginas, toda a história norte-americana, seus conflitos e suas conquistas.

A narração se inicia com as navegações de Cristovão Colombo, (autointitulado) almirante italiano que, por meio de uma aliança com o rei espanhol, consegue patrocínio para as suas viagens e acaba atracando em terras americanas (Golfo do México). Por muitos anos, as terrais centrais e sulistas foram mais atrativas para os colonizadores que, instigados pelo pensamento colonialista, desejavam pedras e metais preciosos, mão de obra e matérias prima, facilmente encontrados na América Central e do Sul.

É apenas em 1517, com a eclosão da Reforma Protestante na Europa, que a América do Norte ganha a atenção dos europeus. Os ingleses são os primeiros a enviar, oficialmente, colonos para as terras norte-americanas a bordo do navio Mayflower. Esses denominados “peregrinos” seriam os primeiros colonos dos Estados Unidos e estabeleceram-se ali, uma vez tendo sido expulsos (ou fugido) do território inglês por possuírem uma religião divergente da inglesa (anglicanismo).

Após a chegada dos primeiros colonos, companhias, como a Virginia Company, passaram a instigar a imigração. Enviaram colonos em busca de ouro e/ou pedras preciosas em expedições que acabaram sendo frustradas. Passa-se, então, a haver grandes plantações de tabaco, pois esse insumo se adequava perfeitamente ao clima da nova colônia. Para manter as plantações, e para tornar o ambiente americano menos hostil, outros ingleses foram incentivados, então, a vir para a nova colônia. É importante dizer que grande parte dos protestantes, seja os que vieram para os Estados Unidos ou que permaneceram em seu país, pertenciam a classe alta na Inglaterra. Assim, é apenas a partir desse momento que as camadas menos privilegiadas passam a ter a chance de imigrar.

Esses ingleses que se dispuseram a vir eram justamente ingleses pobres ou endividados que buscavam uma nova perspectiva de vida. Como não tinham condições de bancar a viagem ou de se estabelecer em terras americanas, surge uma prática corriqueira: servidão temporária. Por meio dela os novos colonos tinham suas passagens pagas e, ao atracarem, trabalhariam por até sete anos para o fazendeiro que pagara por sua viagem. Após esse período eles se tornavam livres e conquistavam pequenos pedaços de terra para se manter.

Formaram-se Treze Colônias que passaram a se dividir em Norte e Centro, sendo essas duas de povoamento e com mão de obra majoritariamente branca, e Sul, colônias de exploração com mão de obra escrava predominante. As do Norte, muito mais desenvolvidas do que as do Sul, passaram a ter uma realidade muito próxima à da Inglaterra e a competir com seus produtos, dando início a uma relação não-amistosa entre as duas. Essa relação culminará na instituição de leis rígidas por parte da Inglaterra que desagradarão profundamente os colonos do norte.

Um sentimento a favor da autonomia da metrópole começa a surgir em dois grupos: os conservadores, formados pela aristocracia rural e alta burguesia e os radicais que eram os pequenos proprietários, pequenos comerciantes e que defendiam os ideais iluministas como: igualdade política, valores democráticos, igualdade de oportunidades. É válido dizer que esses ideais iluministas foram deturpados pelos americanos, uma vez que jamais foram realmente impostos e seguidos, por conta da pressão das elites que não admitia que seu poder fosse dividido com os marginalizados.

Iniciam-se conflitos de independência em 1775, os colonos se organizam militarmente e vão à luta sob comando de George Washington. Para conscientizar a população e fazer com que ela apoiasse o movimento de independência, já que grande parte dela estivera “no escuro” em relação aos acontecimentos, surge o documento Common Sense. Ele foi o combustível necessário para, em 1789, ser declarada a independência norte-americana.

Com George Washington no poder há um pensamento hegemônico vindo da elite que acreditava que a população (a exceção da elite) não estava apta para tomar decisões sobre os rumos do país e que, por isso, não participaria da política americana. Todos aqueles não pertencentes a classe social mais alta não teriam opiniões válidas. Essa ideologia vigorava mesmo sob a ideia de igualdade e liberdade defendida pela Constituição de 1787. O governo privilegiou investidores e acreditava que a camada popular não era totalmente digna de confiança e deveria ser regulada para seu próprio bem.

A passos lentos, porém, o ideário de igualdade passou a ser melhor exercido e mais notado nos EUA, principalmente pelos imigrantes europeus. Na Europa eles só conversavam com pessoas de poder aquisitivo maior se lhe fosse dirigida a palavra e na América, pessoas de classes diferentes conversavam de forma comum. A vestimenta também causou estranheza nos recém-chegados, pois ricos e pobres se vestiam bem e era difícil diferenciá-los apenas por suas roupas. Além disso, a partir de aproximadamente 1826, pessoas comuns podiam adentrar no serviço público, função antes reservada aos homens proprietários de terras.

Com o governo do general Andrew Jackson houve uma política de atuação para o povo: ideais igualitários, como o de que todos os cidadãos devem ter chances iguais de progressão. Porém uma crise ocorre em 1819 e muitos cidadãos perdem suas casas para o banco e acabam indo morar nas ruas, tendo sua qualidade de vida diminuída drasticamente.

Nessa época, também, aumentava o número de escravos nas colônias do Sul e aumentava também a mentalidade dos brancos pobres de que a escravidão devia ser mantida desde que a liberdade branca também fosse mantida.

Enquanto isso, no Norte, com o advento das primeiras industrias há um aumento na quantidade de empregos, uma demanda forte por trabalhos em fábricas e o fechamento de muitas casas artesãs. Nasce a classe operária: em sua maioria brancos, mão de obra não especializada e barata que se sujeitavam a condições de trabalho insalubres por salários irrisórios. Esses salários, no entanto, permitiram um aumento no poder aquisitivo dessa classe social, movimentando a economia norte-americana e permitindo que o proletariado tivesse mais variedade de produtos e preços baixos. Durante esse período, surgem ideologias socialistas, anarquistas, anarco-sindicalistas (com os primeiros sindicatos), demonstrando que a classe baixa, principalmente branca, estava tentando

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