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Relatório Visita ao Museu da Misericórdia em Salvador

Por:   •  20/8/2018  •  Relatório de pesquisa  •  846 Palavras (4 Páginas)  •  802 Visualizações

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MUSEU DA MISERICÓRDIA DA BAHIA

Situado entre a Praça Municipal e a Praça da Cruz Caída, eis que há o Museu da Misericórdia, fundado em 2006, no mesmo palacete que dantes no passado era a Santa Casa da Bahia. O seu acervo composto por mais de três mil peças catalogadas, de valor artístico, histórico-cultural, abriga pedaços da história da Bahia e do Brasil. Corredores, cômodos, paredes, teto, chão, salões, livros, mobílias, louças, telas, painéis, fotos nos contam um pouco da história local nos remetendo a uma experiência sensorial de quase 500 ao passado.

Fundado em 1549, mesmo ano da fundação da capital baiana, o Hospital da Caridade, a primeira unidade de saúde do Estado, como o próprio nome diz, assistia a todos doentes, sendo imigrantes, nativos ou escravos, em qualquer tempo e hora. Sendo ainda suporte para desenvolvimento de pesquisas e enfermidades da época. Toda a sua trajetória e seguintes atividades de assistência social e educação implantadas pela Santa Casa ao longo dos séculos estão catalogadas no Museu da Misericórdia.

Ente as inúmeras particularidades do Museu, destacam-se a capela do hospital, que as pessoas iam orar por seus doentes e entes, na qual tinha suas missas realizadas em latim, com o posicionamento público voltado aos “Benfeitores” do hospital, que eram as pessoas “boas” que ajudavam a Santa Casa. Este ambiente ainda conta com paredes ilustradas por azulejos de 1712, que reproduzem a Procissão do Fogaréu, que a irmandade da Santa Casa da Bahia realizava na noite de Quinta-feira Santa. Retratam também os funerais de nobres, com seus cortejos e carpideiras e dos pobres que recebiam a “misericórdia” no dia 01 de novembro, os quais tinham os restos mortais recolhidos pelos agentes da casa.

 Em outro cômodo há ainda um livro com o nome de todos os enfermos que ali tiveram, se eram escravos ou livres, profissão, com suas respectivas mazelas, altas medicas e causa “mortis”. Há ainda um armário de 1867, a Farmácia, que foi construído afim de armazenar medicamentos do hospital. Há ainda uma referência, numa fotografia emoldura, à primeira transfusão de sangue realizada na Bahia, datada de 02 de novembro de 1915, realizada na clínica do professor J. Garcez Fróes. Ainda neste cômodo, há uma réplica da “Roda dos Esquecidos”, local em que as crianças rejeitadas, por serem doentes, filhos de prostitutas ou bastardos, eram colocadas, geralmente na calada da noite, para serem criadas pela instituição, sem quem as mães se identificassem. Como não “tinham” família, estas crianças tinham como sobrenome de batismo “Mattos” em homenagem ao seu maior benfeitor, já que o mesmo nunca teve filhos oficialmente, toda a sua herança foi para o hospital.

Havia ainda uma ala úmida, debaixo do assoalho, afastada das demais dependências, que era somente para mulheres. Posteriormente esta ala foi mudada para outro lugar e tornou-se um mausoléu.

Encontra-se ainda em suas paredes quadros de seus benfeitores e dentre eles, uma particularidade, dois quadros de benfeitoras, de aparência sisuda, carrancuda e masculinizadas, já que naquela época era vetado qualquer serviço “masculino” ao público feminino. Há ainda quadros que grafam dados acerca da gastronomia local e a influência de povos negros na culinária, dança e religião, a qual deu “origem” à cozinha baiana, promovendo um “mix” na gastronomia do Estado. O Voiture Clement, o primeiro carro da Bahia movido à gasolina, fabricado a partir de 1895, importado da França pelo Sr. José Henrique Lanat, que também é o mais antigo em exposição no Brasil, compõe também o acervo do museu com a sua lataria conservada até hoje.

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