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Resenha - Juan José Castillo: O trabalho do conhecimento na sociedade da informação: A análise dos programadores de software.

Por:   •  6/10/2022  •  Ensaio  •  514 Palavras (3 Páginas)  •  176 Visualizações

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Juan José Castillo

O trabalho do conhecimento na sociedade da informação: A análise dos programadores de software.

O primeiro capítulo deste livro conta com um artigo extraído do livro El trabajo fluido en la sociedad de la información: organización y división del trabajo en las fábricas de software en España de 2007, onde o sociólogo Juan José Castillo chamou atenção para o setor da produção de bens imateriais, especialmente as “fábricas de software”, característico da Sociedade da Informação. Este estudo, de acordo com o pesquisador, se desdobra da necessidade de renovar instrumentos conceituais e interpretativos (das ciências sociais do trabalho) de investigações realizadas anteriormente, como a rede Trabin.

Segundo o sociólogo, a literatura ligada à essa nova sociedade tende a criar “mundos felizes” utópicos e sua crítica à essas tendencias revela a verdadeira realidade sobre o futuro do trabalhador coletivo da produção de software, suas condições de trabalho e suas possibilidades. Afirma que “estudar os “problemas reais dos equipamentos virtuais” é uma condição – em nosso juízo – indispensável para poder dar conta adequadamente das reais mudanças que ocorrem nesses processos produtivos e na sociedade.” (P 19).

Para responder as questões sobre os processos completos de produção, dentro da divisão internacional do trabalho, considerando questões territoriais e sociais, nas “fábricas de software”, o autor recorre às contribuições de estudiosos como: Monica Prasad, Michael Cusumano, Arnaldo Bagnasco, Nina Hellander, Harry Scarcrouch, Hubert Schmitz, Vigneswara Ilavarasan, Arun Kumar Sharma, Paul Adler, Brian Nicholson, Sundeep Sahai e outros.

Ele toma como ponto de partida de sua investigação a adequação dessa produção imaterial aos modelos ISO, CMM e Spice; e os questionamentos que o movem vão de encontro aos propostos por Monica Prasad: os trabalhos qualificados se deslocam do centro para a periferia? O que acontece quando isso ocorre?

Conclui que a externalização do trabalho do conhecimento dos centros para a periferia, motivadas pela necessidade de trabalho barato, dá origem a uma nova divisão do trabalho e consequências como o desemprego. No caso da chamada “fábrica de software”, há uma necessidade da ampliação do trabalho coletivo e na separação razoável entre “executores” e “designers”. Utiliza como base para esse fundamento os estudos de Brian Nicholson e Sundeep Sahai que, ao analisarem duas empresas de mesmo dono, notam que a externalização do trabalho menos qualificado para a área periférica cria uma legião de trabalhadores muito disciplinados levando a uma “produção fordista e de linha de produção”.

As contribuições de Castillo ao lançar novos olhares para as “fábricas de software” são, inquestionavelmente, fundamentais para as reflexões referentes ao trabalho do conhecimento e da sociedade da informação mesmo que suas fontes se estreitem à um segmento bem particular dessa sociedade. Um ponto não tão positivo desse artigo é a poupança de esforços para fundamentar suas propostas relativas à resistência da classe operária frente aos mecanismos de controle, nova organização do trabalho e a mercantilização

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