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Resenha do livro Estrangeiro em Sua Própria Terra: Representações do Brasileiro 1870-1920, autoria de Márcia Regina Capelari Naxara

Por:   •  22/1/2016  •  Resenha  •  1.040 Palavras (5 Páginas)  •  857 Visualizações

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FCL – CÂMPUS DE ASSIS. Licenciatura em História.

História do Brasil Republicano I

Prof.ª Dr.ª Zélia Lopes da Silva

Discente Diego Alves Moraes

Aferição 1º Semestre 2014

2014

 Resposta 1 : Resenha do livro Estrangeiro em Sua Própria Terra: Representações do Brasileiro 1870-1920, autoria de Márcia Regina Capelari Naxara.

A obra se trata de uma dissertação de Mestrado apresentado ao Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas.

O livro se constrói em uma apresentação, uma introdução, seguido de três capítulos: Capítulo I- Jeca Tatu: uma imagem, Capítulo II - Representações do Nacional e Capítulo III – O Brasileiro – Construção e Cristalização de uma imagem; segue com a Conclusão e finaliza-se com a Bibliografia.

A apresentação é breve, descreve o período na pesquisa (1870 – 1920) e o se contexto social - ápice do imperialismo e predominância dos pensamentos ligados à raça, tendo destaque o darwinismo social.  A autora diz que esse contexto de pensamento do racismo científico acaba por chegar ao Brasil e a elite brasileira se preocupa com esses paradigmas de raça, povo e nação.

Na introdução, a autora diz que o livro tem por objetivo questionar quem foram os nacionais e quais os isolamentos que eles sofreram para serem tidos como estrangeiros em sua própria terra. A obra busca trazer questões ligadas a formação do imaginário que buscava moldar, na transição do século XIX para o XX, uma representação nacionalidade, uma identidade de nação brasileira e o que era ser o povo brasileiro.

Marcia Naxara traz concepções moldadas pela literatura de Monteiro Lobato, Cornélio Pires e Valdomiro Silveira em relação às suas influencias na construção do perfil e do imaginário do povo brasileiro, que foram diversas vezes representados como estrangeiros em sua própria terra. Os brasileiros eram identificados pela elite como uma população que abeirava o atraso e a barbárie, não eram vistos pelo que tinham, mas sim pelo que lhes faltavam.

A autora da créditos às leituras historiográficas que usa para forjar sua pesquisa. Cita Caio Prado Jr com sua obra Formação do Brasil Contemporâneo, Peter L. Eisenberg com o livro O homem esquecido: o trabalhador nacional no século XIX, a pesquisa de Maria Sylvia de Carvalho Franco intitulada Homens Livres na ordem Escravocrata e o estudo de Antônio Candido chamado de Os Parceiros do Rio Bonito. 

No primeiro capítulo, Naxara permeia a figura de Jeca Tatu, personagem de autoria de Monteiro Lobato criado em 1914. A autora diz que o personagem veio como a alegoria do pensamento do que era ser brasileiro. Monteiro Lobato usou em 1914 o personagem Jeca Tatu para mostrar como era representado negativamente o trabalhador brasileiro, a imagem do personagem foi usado de maneira oposta a aquilo que se acreditava ser o ideal civilizatório. Num segundo momento, em 1918 e 1919, a imagem do personagem é usada para aludir à população brasileira referente ao estado deteriorante que os brasileiros se encontravam: sem educação, métodos arcaicos de agricultura e falta de higiene pessoal, ou seja, o fracasso e seu estado lastimável se dava por conta da ausência do poder público nesses setores. Monteiro Lobato se engajou nas medidas sanitaristas de Oswaldo Cruz para mostrar que a causa principal do deterioramento do povo era a falta de higiene básica. Tentou-se mostrar com a Figura do Jeca Tatu que através da educação e do cuidado com o corpo e da alma os brasileiros poderiam progredir economicamente e se ascenderem socialmente.

O segundo capítulo, intitulado de Representações do Nacional, Marcia Naxara diz que as elites viram a classe baixa de fora do que seria a população brasileira, a estes restaram a sombra da miséria, oprimidos pelo trabalho escravo. Esse olhar da elite sobre estes “estrangeiros” colaborou para oprimir a parcela mais pobre da população. A elite não reconhecia esse fragmento, se achavam distintos deles, então era como se o Brasil fosse um país sem povo, como se faltasse uma algo que dessa legitimidade e identidade para que no país existisse uma nação. Sentia-se a necessidade de constituir-se uma nação, O Brasil era um Estado, porém não se reconhecia nele uma nação. Ocorreu a marginalização da parcela pobre, marginalização essa justificada pelo trabalho escravo.

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