Revisão do filme 12 anos de escravidão

12 anos de escravidão relata a história de Solomon Northup, um negro liberto que é sequestrado e obrigado a trabalhar como escravo até ser descoberto, após 12 anos de sofrimento. O filme relata de forma crua toda a degradação pela qual passaram o povo negro, trazidos da África de forma criminosa para prestarem serviços aos seus “senhores” brancos. Trabalho esse que era realizado de forma cruel, embaixo de chibatadas e castigos inimagináveis. Estes negros eram “domados” através de violência física, até que eles não tivessem nenhum resquício de rebeldia.

Solomon é um músico culto, inteligente, tem uma família e vive sua vida tranquilamente até ser enganado e ver todos os seus ideais caírem por terra, um a um. Degradação, tortura, perda da dignidade são apenas alguns ingredientes que fazem parte de sua vida a partir do momento em que se vê escravizado. Sem meios de se comunicar com sua família ou amigos, é obrigado a esconder sua intelectualidade, fator não atribuído a “negros”.

O espaço de tempo do filme é de 12 anos a partir de 1841, mas, 170 anos após o fato, essa história poderia perfeitamente ter acontecido nos dias atuais. O trabalho escravo não ficou restrito ao tempo da Escravidão e nem ao povo negro. Temos legislações, organizações sociais e estrutura policial, mas, ainda assim, a escravidão não foi erradicada da sociedade. O mesmo golpe que levou Solomon a uma armadilha continua a ser praticado e levando milhares de pessoas a trabalharem em condições escravagistas.

A liberdade de ir e vir é um direito previsto em lei. Cercear o ser humano acerca desse direito é, antes de tudo, ilegal. Como fazer com que a lei se cumpra e como acabar com esse tipo de trabalho é uma questão que requer a vontade e colaboração de toda a sociedade mundial.