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Subversivos Religiosos Musicais:Banda Êxodos E Os "galhos Secos" Raiz Do Rock Gospel Brasileiro "Para Nossa Alegria"(1970-1977)

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Por:   •  2/4/2014  •  5.009 Palavras (21 Páginas)  •  425 Visualizações

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SUBVERSIVOS RELIGIOSOS MUSICAIS: Banda Êxodos e os “Galhos Secos” Raiz do Rock Gospel no Brasil “Para Nossa Alegria”¹

(1970-1977)

SILVA, MARCOS FERREIRA ²

UFMA/MA

Resumo: O objetivo da presente pesquisa, consiste na construção de uma análise acerca da historicidade da música evangélica Brasileira,especificamente o gênero Rock Gospel;dando ênfase ao pioneirismo e o protagonismo da banda Êxodos,no tocante a quebra de tabus e paradigmas,e a promoção de uma inovadora cultura juvenil evangélica,e uma tênue liberalização musical e comportamental,configurando-se como elementos religiosos subversivos,lançando as bases de um novo gênero musical que se consolidaria no mercado fonográfico evangélico brasileiro em décadas posteriores.Realizando uma interlocução com o viral conhecido na internet como “Para nossa alegria”,vídeo que alcançou recordes no You Tube em 2012,o qual reporta-se a uma celebre composição da Banda Êxodo,da década de 70,intitulada “Galhos Secos”.Tomando imagens,revistas,jornais,sites,vídeos,LPs e as biografias destes pioneiros do gênero musical evangélico,Rock Gospel,como fontes documentais,as quais viabilizam o descortinar de todo um universo micro-histórico e sociocultural concernente as raízes da música evangélica no Brasil. Do mais, esta pesquisa justifica-se pelos rumos que vem tomando a pesquisa no campo da História e Música. Visto que, a investigação que parte desse viés conquistou um espaço importante na historiografia nas últimas décadas. Assim, a música e a mídia sonora tornam-se fontes documentais considerável para novas interpretações históricas.

Palavras-chave: Música evangélica; rock gospel; história.

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Trabalho apresentado no GT de Historiografia da Mídia, integrante do 3º Encontro Regional Nordeste de História da Mídia – Alcar Nordeste 2014

2.Graduado em História – Licenciatura Plena,especialista em Teoria e Metodologia da História(CESC-UEMA),Mestrando em Cultura e Sociedade(UFMA),Professor da Rede Pública Municipal e Estadual.Email-kimfersilva@bol.com.br.

INTRODUÇÃO

A musica é um elemento capaz de informar, expor ou explicitar as ações humanas, sua historia, existências, angústias e necessidades. Um exemplo típico da musica como forma de retrato social esteve presente no período da ditadura militar no Brasil, uma época de repressão e resistência. Muitos compositores brasileiros utilizaram essa forma de expressão como meio de tornar publicas suas discordâncias políticas e sociais. Maria Auxiliadora Schimidh (2004) no seu livro “Ensinar História”, percebe que a música é uma forma de indicar ao aluno novas formas de compreender a história.

A partir dessa perspectiva surge a proposta de analise da música evangélica brasileira como configuração da “experiência humana na sua vivencia temporal e a reflexão dessa experiência” (AROSTEGUI, 2006), além de reconhecê-la e utilizá-la como documento histórico, abordando especificamente, o Rock Evangélico nos anos de 1970. Considerando que essas possibilidades de analises e inovações só se tornaram possíveis, devido a emergência de uma vertente ocorrida na historiografia e na ampliação do uso de fontes históricas que antes se restringia ao escrito:

A partir da década de 30 do século XX, que marcou o início da produção historiográfica da Escola dos Annales, uma nova perspectiva foi incorporada: o homem e as sociedades humanas no tempo são identificados como sendo o objeto do historiador, possibilitando a multiplicação dos atores históricos e, ao mesmo tempo, as variantes temáticas e o uso de fontes, o que exige ampliação das reflexões teóricas e metodológicas (REIS, 1994 apud MAGALHÃES, 2000?).

Com isto pretende-se não só resgatar o uso da música importante como documento histórico, mas utilizá-lo de maneira ainda mais proveitosa, visto que, segundo MOSCOVICI, 1979:

A observação, a leitura, a audição de documentos aleatórios, informais, são importantes para as representações sociais (...) que são intimamente ligadas aos conceitos espontâneos desenvolvidos nas interações sociais imediatas, transformados, em situações formais de aprendizagem, em conceitos científicos. (1979 apud ABDU, 2005).

O livro Revolução Francesa da Historiografia – A escola dos Annales (1929 – 1989), escrito por Peter Burke, demonstra a importância que teve a escola de Annales para que grandes mudanças que dão vazão para a utilização de novas fontes documentais. Essas mudanças surgiram num momento em que os historiadores sentiram a inviabilidade do absoluto e do excesso de cientificidade da historiografia positivista, surge à corrente dos Annales, propondo uma renovação no conceito de história, abrindo os horizontes, despertando para a colaboração de diferentes ciências do homem, numa luta incansável por uma historia total, centrada na atividade humana, na vida dos grupos e das sociedades. Defendiam, essencialmente, uma história problema, comparativa, analisando, questionando, criticando, levantando hipóteses, na construção de uma história inclusiva.

Segundo Schimidt (2004) a história do Brasil é cheia de brechas e lacunas ainda não preenchidas, mas que segundo Moraes (2002), a musica popular brasileira pode desvendar; Em seu trabalho “História e música: canção popular e conhecimento histórico”, Moraes aborda e discuti algumas questões teóricas e metodológicas que surgem das relações entre historia, musica popular. As transformações teóricas, nas concepções de material documental e a renovação na prática do historiador, determinando a inclusão de novas linguagens pela história. Expressando assim, a importância que pode ter, a utilização da música popular brasileira como fonte documental para divulgar a história de setores da sociedade pouco lembrados pela historiografia.

Contudo, todas estas transformações teóricas e conceituais no campo da história, nos possibilitam analisar a historicidade da musica evangélica no Brasil, e especificamente o gênero Rock Gospel. Sob este prisma, cabe-se descrever que, o rock é um dos gêneros musicais mais populares do mundo, o contagiante ritmo surgiu na década de 40 e durante

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