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TEXTO 1 - PERLES, João Batista. Comunicacão Conceitos, Fundamentos E História

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Por:   •  22/3/2015  •  6.218 Palavras (25 Páginas)  •  2.525 Visualizações

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Comunicação: conceitos, fundamentos e história

João Batista Perles∗

Índice Introdução 1 1 Fundamentos científicos 2 2 Do grunhido à Internet 4 3 Efeitos convergentes 11 Considerações finais 14 Referências bibliográficas 15

Resumo Visandocolaborarprioritariamenteparacom as disciplinas de Teorias da Comunicação e História da Comunicação, o presente trabalho faz uma releitura do processo de comunicação, focando-se nos marcos conceituais, nos fundamentos científicos e na história da comunicação. Para tanto, toma como elementos essenciais a tríade linguagem,culturaetecnologia. Recorrendo à pesquisa bibliográfica o texto reúne diferentes visões relacionadas ao processo de comunicação e a história dos meios de comunicação de massa e conclui pressupondo a existência de uma transição de modelo sócio-tecnológico da informação.

Palavras-chave: processo de comunicação, linguagem, cultura, tecnologia.

∗Professor de Teorias da Comunicação na Faculdade de Selvíria (FAS)-MS; Professor de Jornalismo Especializado nas Faculdades Integradas de Três Lagoas (AEMS)-MS.

Introdução Comecemos por falar brevemente sobre o nosso objeto de estudo: o processo de comunicação. Ele representa um dos fenômenos mais importantes da espécie humana. Compreendê-lo, implica voltar no tempo, buscar as origens da fala, o desenvolvimento daslinguagenseverificarcomoeporqueele se modificou ao longo da história. A linguagem, a cultura e a tecnologia são elementos indissociáveis do processo de comunicação. Quanto à primeira, Tattersall (2006, p. 73) afirma categoricamente que “[...] se estamos procurando um único fator de liberação cultural que abriu caminho para a cognição simbólica, a invenção da linguagem é a candidata mais óbvia.” Quanto aos outros dois, nos parece pertinente concordar comMayr(2006,p. 95)aoproporque“Uma pessoa do século XXI vê o mundo de maneira bem diferente daquela de um cidadão da era vitoriana” e que “Essa mudança teve fontes múltiplas, em particular os incríveis avanços da tecnologia.” Souza Brasil (1973, p 76), mais incisivo, enxerga a cultura como subordinada às formas de comunicação

Ora, se a existência da cultura está subordinada a forma de comunicação do tipohumano,istoé,comunicaçãosimbólica,temosqueadmitirqueosfundamentos da comunicação precisam ser bus

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cados nos caracteres biológicos do homem, pois cultura e comunicação simbólicasurgiramnaterrasimultaneamente como o próprio gênero humano. Assim, cultura e comunicação são conceitos suplementares, não se constituindo, nem umnemoutro,fundamentomascondição necessáriaparacompreensãoeexistência de cada um.

Sendo assim, a linguagem, a cultura e a tecnologiaconstituematríadedefatoresque alicerçamopresentetrabalho. Paratanto,recorremos à pesquisa bibliográfica, tomando a antropologia, a história, a sociologia, a lingüística e as teorias da informação como campos de conhecimentos principais, mas não exclusivos. Ao explorarmos o vastíssimo campo da comunicação em seus variados aspectos temosporobjetivogeralcontribuirparacomas Teorias da Comunicação e a História da Comunicação. Além disso, consideramos que o presente trabalho serve como contraponto àhistóricadosmeiosdecomunicação,introduzindo alguns vieses, incluindo nomes de pessoas e seus papéis tantas vezes esquecidos por aqueles que contam a história dos mass media.

1 Fundamentoscientíficos De imediato, podemos classificar a comunicação conforme propõem os dicionários, assim o termo seria apenas mais um substantivo feminino: “1. ato de comunicar; informação, aviso; 2. passagem, caminho, ligação”. (Rocha 1997, p.154). Mas tal classificação, além de insuficiente para descrever o fenômeno, se serve do longo processo de

desenvolvimento da linguagem para simplificar um dos fenômenos mais importante da socialização, cujos limites sempre estão por vir, conforme ressalta Baitello Júnior (1998, p.11):

Hoje o homemtenta lançar pontes (ainda que hipotéticas) não apenas sobre a origem do universo, sobre o chamado big bang, mas também sobre as raízes remotasdoscódigosdacomunicaçãohumana. Constata que a capacidade comunicativa não é privilégio dos seres humanos; está presente e é bastante complexa em muitos outros momentos da vida animal, nas aves, nos peixes, nos mamíferos, nos insetos e muitos outros.

Resgatando o termo em sua etimologia Marques de Melo (1975, p. 14) lembra que “comunicação vem do latim ‘communis’, comum. O que introduz a idéia de comunhão, comunidade” (grifos do autor). Mas, se falamos em “processo de comunicação”, cabe também uma rápida inspeção no termo “processo”. Berlo (1991, p. 33) assim descreve sua aceitação do termo:

Um dicionário, pelo menos, define “processo” como “qualquer fenômeno que apresente contínua mudança no tempo”, ou “qualquer operação ou tratamento contínuo”. Quinhentos anos do nascimentodeCristo,Heráclitodestacouaimportânciadoconceitodeprocesso,aodeclarar que um homem não pode entrar duas vezes no mesmo rio; o homem será diferente e assim também o rio. [...] Se aceitarmos o conceito de processo, veremos os acontecimentos e as relações como dinâmicos, em evolução, sempre

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em mudança, contínuos. [...] Não é coisa estática, parada. É móvel. Os ingredientesdoprocessoagemunssobreosoutros; cada um influencia todos os demais.

Acolhendo o pressuposto de Berlo, Sousa (2006, p. 28) assume o conceito de comunicação como processo, em razão de que o termo “designa um fenômeno contínuo [...] com sua evolução em interação”. Não faltaram, ao longo dos estudos da comunicação, contribuições coerentes à compreensão de fenômeno tão complexo. Seus fundamentos científicos encontram-se ancorado na biologia mencionada por Teles (1973, p. 19) para quem

Uma rocha se comunica, à medida que suas partículas nucleares se atraem ou se repelem na intimidade de sua estrutura atômica. Como se vê, comunicação implica movimento. Por convenção, chamou-se vida ao automovimento imanente. Sua extensão foi restrita ao campo biológico, plantas e animais, em função da imanência.

Na antropologia, considerada por Souza Brasil (1973, p. 80) quando questiona sobre a capacidade da fala

Já que não estamos estudando especificamente a evolução dos primatas, nem mesmoagênesehumanaemsi,resta-nos portanto saber por que se diz que o homem é sabido, já

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