Um pouco da história do rádio

O rádio

Atualmente, o rádio não tem tanta força quanto antes, principalmente, se pensarmos que seus “concorrentes” são a televisão e a Internet, meios que dominaram os lares e são, hoje em dia, os principais propagadores de conteúdos gerais como, por exemplo, notícias, entretenimento etc. Mas isso não diminui a importância do rádio, a grandiosidade da sua história e sua capacidade de adaptação ao longo dos anos para não perder totalmente seu público, pontos os quais veremos mais detalhadamente a seguir.

Muitos dão o crédito a Marconi pela invenção do rádio, mas a história desta “maravilha moderna” começa antes, com estudos e experimentos de outros estudiosos, os quais deram uma base extremamente importante para que Marconi avançasse em sua “criação”.

Tudo começou no século XIX com Clerk Maxwell que conseguiu provar matematicamente a existência de ondas eletromagnéticas, as quais se propagavam no ar e eram responsáveis pelo som e pela luz que nos cerca.

Outro importante nome é o de Hertz, o qual provou a teoria de Maxwell a partir de um experimento no qual ele fez um aparelho onde havia duas bolas metálicas separadas por um pequeno espaço e estás eram ligadas em uma serpentina, uma bateria, uma chave e a uma garrafa de Leyden. Quando este sistema era ligado, no pequeno espaço que separava as bolas podia-se ver uma carga elétrica que ia de um lado para o outro, o que deve-se a troca da polaridade das bolas metálicas que estavam ligadas em corrente alternada, e o que gerou ao aparelho o nome de “Oscilador”.

Mas Hertz avançou em seus experimentos colocando duas bolas de metal nas extremidades de um cabo e dando a ele a forma de um anel, mas mantendo a distância entre as bolas. Ele deixou este sistema próximo ao do “Oscilador” e, quando ligava este último, percebia que em seu novo sistema também havia está troca de carga elétrica, mesmo sem ele estar diretamente ligado a uma bateria ou conectado ao outro sistema. A explicação para isso foi, justamente, as ondas eletromagnéticas de Maxwell, as quais foram emitidas pelo “Oscilador” (transmissor) e recebidas pelo “anel” (receptor), o que caracteriza este experimento como a primeira transmissão de rádio.

Marconi, então, sabendo e estudando estás pesquisas e vendo a importância comercial que tudo isso poderia ter, criou o telégrafo sem fio, e vendeu sua patente ao correio de Londres. Com seus testes, Marconi conseguiu aumentar a eficiência do “Oscilador” e criou a antena aterrada que intensificava as ondas e, também, percebeu que quanto mais alto a antena estivesse, maior seria o alcance da transmissão. Após ter este sistema pronto, iniciou seus testes de transmissão a longa distância, sendo o primeira mensagem enviada a um lugar que estava a 15 km distante e a outra do Canal da Mancha até a França, tudo isso sem a utilização de cabos.

O grande problema deste sistema para o próprio Marconi era a falta de privacidade, pois qualquer um que possuísse uma antena poderia captar uma mensagem enviada mesmo que não fosse para ele e sim para outra pessoa. Isto ele resolveu comprando uma patente que mostrava como regular o comprimento de ondas do transmissor e sintonizar o receptor a captar somente este comprimento de onda. Isto garantiu que o telégrafo sem fio se popularizasse e se transformasse em um sucesso, indo além de Londres, alcançando transmissões transatlânticas e equipando a marinha americana.

No natal de 1906, os operadores de telégrafo ao invés de ouvirem pontos e traços, ouviram música e voz, o que os impressionou, pois era a primeira transmissão daquele tipo. Quem conseguiu este feito, com um apoio, foi o cientista Fessendon, o qual utilizou o microfone de carbono para converter sua voz em sinal audível, sendo que está técnica recebeu o nome de amplitude modulada (AM), pois ela modulava a amplitude ou a altura da onda. A partir daí, o rádio começa a ganhar uma extrema importância e deixa de ser somente “trabalho” de cientistas para se tornar um meio de comunicação que irá fazer surgir poderosas companhias.

Começa a corrida para melhorar o desempenho dos rádios e isso vai passando por diversos inventores até que se chega na válvula eletrônica a qual permitiu que o sinal fosse amplificado e, assim, o som ficasse mais audível, fora a questão dela usar a energia do próprio elétron para captar as ondas e não um dispositivo mecânico. Outra importante criação, que veio depois, foi a do receptor “super heteródino” de Edward Armstrong, o qual melhorou a recepção, a qualidade do sinal, e é considerado o primeiro receptor moderno, tendo botões, inclusive, para o volume.