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A Divina Comédia

Por:   •  2/4/2024  •  Resenha  •  21.744 Palavras (87 Páginas)  •  28 Visualizações

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A DIVINA COMÉDIA – INFERNO CANTO I - A Selva Escura

Dante começa perdido numa selva escura. Saindo ao amanhecer, começa a subir por uma colina, quando aparecem na frente dele uma pantera, um leão e uma loba, que o fazem correr de volta para a selva. Aparece então a imagem de Virgílio, que o reanima e se oferece a tirá-lo de lá, fazendo-o passar pelo Inferno e pelo Purgatório. Virgílio explica que depois uma alma melhor, Beatriz, guiará Dante ao Paraíso.

As Feras são os Pecados. O Leopardo são todos os Pecados de Incontinência - Luxúria, Gula, Avareza, Ira, e Rancor. O Leão são os Pecados de Orgulho e Violencia - Heresia, Tirania, Suicídio, Blasfemia, Sodomia (sodomia não era considerado uma luxúria e sim violência contra a natureza), e Usura. A Loba são os Pecados de Fraude - Sedução (pq recorre a mentira), Adulação, Simonia, Magia (Pq era considerada uma falsa religião), Corrupção, Hipocrisia, Roubo, Maus Conselhos, Cisma, Falsificação, e Traição. As três Feras são todas as seções do Inferno que Dante irá enfrentar.

Pq esses três animais? Eles representam os níveis de Conhecimento e esperteza. Isso é baseado na filosofia de Tomás de Aquino, onde os pecados tem níveis de gravidade. Quanto mais se sabe, mais grave o Pecado. Então os Pecados de Incontinência, que surgem dos Instintos, são menos graves que os Pecados de Violência, que são menos graves que os de Fraude, pq os de Fraude recorrem à esperteza, que sabe diferenciar o certo do errado.

A Selva Escura é a perdição do Pecado. Quando o homem se perde na Selva Escura, ele não sabe mais o caminho correto. Ele era devoto de Santa Luzia, padroeira da Visão e a evoca por socorro. Para sair dela, ele precisa do uso da Razão e Intelecto, para encarar seu pecado não como vontade sua, mas da morte dentro de si, da parte mortal do homem, manchada pelo pecado de Adão e Eva. Quando vê as Feras, Dante está encarando o Pecado como um obstáculo externo a ser evitado; mas Virgilio então o leva para a viagem pelo Inferno, que significa que o Pecado NÃO é, na visão de Dante, algo externo, mas INERENTE ao INTERIOR DO HOMEM, e ele deve encará-lo para ser purificado, através da Razão - Virgílio. A Razão guia o homem fora do Inferno e pelo Purgatório, mas somente a Fé - Beatriz - pode guiá-lo ao Paraíso. Pois na Doutrina Cristã a Razão leva à Fé, mas não se pode compreender o Divino com a Razão. Nesse contexto, é apropriada a escolha dos personagens - Virgílio, o poeta que ele mais admirou como sendo a Razão e Intelecto, e Beatriz, a mulher que ele mais amou, a Fé e o Amor Divino.

A Divina Comédia – Inferno - CANTO II - A Véspera da Paixão

É Véspera da Sexta-Feira da Paixão. Os dois Poetas se aproximam da Entrada do Inferno enquanto anoitece. Dante faz uma evocação das Musas pedindo orientação, Mas começa a ter dúvidas se ele realmente é digno de fazer a jornada. Ele lembra que Enéas, e também São Paulo, fizeram a Jornada, e ele não se sente digno da companhia deles - "Eu não sou Enéas, nem sou Paulo", ele diz apreensivo.
Virgílio recrimina Dante por ter medo e assegura que poderes superiores estão tomando conta dele, principalmente Beatrice, a amada de Dante, que agora está no Céu. Virgilio conta que a mensageira da Virgem Maria, Santa Luzia, permitiu que Beatrice buscasse Virgílio para ajudar Dante a redescobrir o "Caminho Correto" para sair da Selva Escura. Virgílio diz que Beatrice chorou enquanto pedia isso, e ao ouvir essas palavras Dante retoma sua coragem, ciente de que as três damas do Céu - A Virgem Maria, Santa Luzia e Beatrice - todas se importam com ele, e diz a Virgílio que aonde ele for, Dante irá segui-lo.

Em Purgatório e Paraíso Dante vai invocar deidades Cristãs mas aqui ele não as evoca em relação ao Inferno. Ao invés disso, ele evoca as Musas, deidades pagãs. Também o nome da Virgem Maria é dito indiretamente, nunca é mencionado diretamente no Inferno, nem o nome de Jesus. Beatrice também não será mais mencionada por nome no Inferno. Isso pq como o Inferno é a ausência de Deus, ele não pode mencionar seus nomes lá. Em nenhuma passagem de Inferno, sequer a palavra "Céu" é mencionada.

Dante também menciona Enéas e São Paulo como tendo feito a Jornada antes dele. Eles representam as duas maiores preocupações e coisas que dividem a alma de Dante - O Império (Enéas, sobrevivente de Tróia e fundador de Roma) e a Igreja (São Paulo, ex-perseguidor de Cristãos que se tornou Apóstolo). Essa preocupação com o Papado e o Império vai continuar através de todo o Inferno; ela é a preocupação que jogou Dante na Selva Escura. Ao defender suas posições políticas - a separação entre Igreja e Estado - Dante tem medo de que esteja pecando, e precisa buscar a verdade.
Dante também faz uma espécie de Trindade feminina no Céu, com a Virgem Maria, que representa a Intercessão Divina, Santa Luzia padroeira da visão, que aqui representa a Luz Divina e Beatrice, que representa o Amor Divino.

A Divina Comédia – Inferno - Canto III - A Travessia no Rio das Almas

POR MIM SE VAI À CIDADE DOLENTE,
POR MIM SE VAI À ETERNA DOR,
POR MIM SE VAI À PERDIDA GENTE.
JUSTIÇA MOVEU O MEU ALTO CRIADOR,
QUE ME FEZ COM O DIVINO PODER,
O SABER SUPREMO E O PRIMEIRO AMOR.
ANTES DE MIM COISA ALGUMA FOI CRIADA
EXCETO COISAS ETERNAS, E ETERNO EU DURO.
DEIXAI TODA ESPERANÇA, VÓS QUE ENTRAIS!

Este é o aviso na Entrada do Inferno, e Dante comenta com Virgilio que estas são palavras muito duras. Ele é profundamente comovido pela visão e gritos dos espíritos em dor. Virgílio explica que estes são os isentos, que assim como os Anjos que não escolheram o lado de Deus nem de Satã, foram esquecidos pelo Céu e pelo Inferno. Eles então permanecem com os egoístas, eternamente perseguindo uma bandeira branca inalcançável.
Virgílio e Dante chegam nas margens do Acheron, o rio das Almas, onde Caronte, o Barqueiro, espera. Caronte se recusa a levar Dante, pq ele ainda está vivo e não pertence ao Inferno. Caronte diz que Dante deve pegar a barca mais leve do outro porto. Virgílio explica que Dante fará a travessia pq o Céu assim quer, e o que o Céu quer, deve acontecer.
Caronte não fala mais nada, e por sinais, e empurrões, reúne os outros espíritos na barca. O barqueiro bate com os remos em qualquer alma que hesita subir. A barca cruza o rio, mas a praia oposta também é cheia de almas condenadas. Virgílio diz a Dante que alegre-se por Caronte ter inicialmente o recusado, pois essa travessia é apenas para os condenados.
Quando Virgílio termina sua explicação, um terremoto súbito, acompanhado de vento e relâmpagos, aterroriza Dante que desmaia.

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