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A Fragmentação do Sujeito Pós-moderno se Baseia em Padrões

Por:   •  8/5/2020  •  Artigo  •  1.333 Palavras (6 Páginas)  •  153 Visualizações

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A fragmentação do sujeito pós-moderno se baseia em padrões

Francielle Santos de Albuquerque[1]

RESUMO

Este artigo propõe uma discussão para entender de que forma o sujeito contemporâneo é influenciado pelas transformações do mundo moderno referente ao uso das mídias sociais na construção da sua identidade. O artigo relaciona, em um breve resumo, as mudanças e as consequências advindas com o surgimento da internet e das redes sociais, na vida destas pessoas.

Palavras-chave: Sujeito Pós-moderno, Redes Sociais, Saúde Mental, Padrões.

ABSTRACT

This article proposes a discussion to understand how the contemporary subject is influenced by the transformations of the modern world regarding the use of social media in the construction of their identity. The article relates, in a brief summary, the changes and consequences that come with the emergence of the internet and social networks in the lives of these people.

Keywords: Postmodern Subject, Social Networks, Mental Health, Social Life.

Para Hall (2006, p.7), “As identidades modernas estão sendo descentradas, isto é, deslocadas ou fragmentadas” devido a grandes mudanças e avanços tecnológicos que estão transformando o mundo contemporâneo. Desta forma não é mais uma questão de ser, mas de tornar-se. Hoje, infelizmente, vivemos numa sociedade baseada na imagem. 

“O período em que vivemos, é caracterizado por um meio produzido pela indissociabilidade e a presença cada vez mais intensa da técnica, da ciência e da informação, como componentes dos sistemas de objetos e dos sistemas de ações que formam o espaço geográfico e a sociedade contemporâneos”. (SANTOS, 2009); (SANTOS; SILVEIRA, 2002).

Vivenciamos um período socioespacial de novas redes técnicas, que permite novas relações sociais (circulação de mensagens e pensamentos) num ritmo acelerado, criando uma ligação entre lugares e pessoas de maneira simultânea.

A internet é um fenômeno que revolucionou a vida das pessoas, transformando hábitos e costumes, melhorando a forma como nos comunicamos, sendo fonte de pesquisa e notícias e possibilitando não só o acesso à informação, mas a capacidade de produzi-la. Em 2015, já eram mais de 110 milhões de usuários ativos na Internet, segundo o IBOPE.  Porém com o surgimento da internet, a forma como consequentemente as mídias virtuais de relacionamento (Facebook, WhatsApp, Snapchat, Twitter, Instagram) interferem nas questões de identidade, se mostra um assunto bastante atual e de grande relevância.

“As redes sociais influenciam desde um ciclo pequeno (amigos e família), até um ciclo maior. Por exemplo, antes se tinha o diário como objeto de escrita, você escrevia sobre o seu dia e podia compartilhar com suas amigas. Aquela era a sua identidade, não existia uma página na internet, diferente de hoje, que você consegue compartilhar sobre seu dia, ou qualquer outra coisa em uma escala muito maior”[2]. (REGINA CHAMMA, 2013)[3].

Tais tecnologias mudaram a forma como a juventude se relaciona. Conseguimos atingir um número maior de pessoas com o que estamos produzindo e compartilhando.

O maior público voltado ao uso destas redes são os jovens - compõem a geração de pessoas que já nasceram conectadas – e estão profundamente marcados pela liquidez dos novos tempos, como afirmaria Bauman (2001), inserido em um mundo de rápidas e constantes transformações, tendo desta forma uma identidade igualmente fluída, em constante construção e transformação.

Uma pesquisa da FGV[4], feita em 2012, revelou que a cada 10% de aumento no índice de inclusão digital da pessoa, a felicidade dela aumenta em 2,2%. E que as redes sociais se tornaram ferramentas de construção da identidade do jovem. Mas será que este índice ainda se associa a felicidade? E de maneira positiva?

O número de pessoas que hoje trabalham com a internet vem crescendo a cada dia, temos a exemplo disso os influenciadores digitais que se tornaram os novos profissionais do ramo tecnológico. O número de jovens que são influenciados por tais profissionais acompanha este crescimento. Sejamos sinceros, atualmente, quem não usa algum tipo de rede social para seguir aquela pessoa que considera importante? Mas até que ponto isso interfere no que e em quem somos?

Vivemos em uma sociedade baseada em padrões impostos pelas indústrias, pela sociedade e principalmente pela mídia.

 “Nos apropriamos das imagens e tentamos nos moldar a elas. Nosso consumo é a base da coisa. Deixamos de consumir o ideal de mulheres com cintura de vespa (século 19 e nos anos 50), mas passamos a consumir mulheres magérrimas, com ossos salientes”. (NIKELEN WINTTER, 2014).

São milhares de imagens que mostram mulheres e homens com corpos esculturais e belezas exorbitantes, que na verdade não passam de mentiras e manipulações digitais ou procedimentos estéticos, que influenciam na maneira de pensar e agir do jovem que se sente inferior e/ou desprivilegiado por não conseguir alcançar aquele nível de beleza, promovendo, por exemplo, problemas psicológicos na maioria destes jovens. Além disso o uso descontrolado ou abusivo, destas mídias podem promover outros tipos de problemas, como: afastamento social, falta de comunicação pessoal (fora da internet), dificuldades em estabelecer relações e em casos mais graves, levar o sujeito a desenvolver ou agravar problemas psicológicos como a depressão. Uma pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, RSPH[5], em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, mostra que 90% das pessoas entre 14 e 24 anos usam redes sociais – mais do que qualquer outro grupo etário, o que os torna ainda mais vulneráveis a seus efeitos colaterais. Ao mesmo tempo, as taxas de ansiedade e depressão nessa parcela da população aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Os jovens avaliados estão ansiosos, deprimidos, com a autoestima baixa, sem sono, e a razão disso tudo pode estar na palma das mãos deles: nas redes sociais, justamente.

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