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Artigo de Opinião: A Fragmentação do Sujeito Pós-moderno Diante das Redes Sociais

Por:   •  6/12/2020  •  Artigo  •  719 Palavras (3 Páginas)  •  356 Visualizações

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PERSONA OU PESSOA? SOU PERCEBIDO COMO GOSTARIA?

Guilherme Mansano (UVA)

As relações sociais e a identidade humana vêm se modificando de tempos em tempos. Sabemos que dos anos 90 para cá, com a globalização e a internet as relações sociais foram mudando e juntamente com elas, as pessoas. Entendendo a identidade como uma “série de características próprias de uma pessoa ou coisa por meio das quais podemos distingui-la”, podemos dizer que as pessoas são diferentes e geralmente pertencem (ou querem pertencer) a algum grupo específico.

Estudos desenvolvidos por Stuart Hall em seu livro A identidade cultural na pós-modernidade distinguiram em 3 as concepções da identidade do ser humano.

A partir de seus estudos, Stuart Hall distingue três concepções de

identidade do ser humano: o sujeito do Iluminismo, que é o indivíduo

centrado e dotado de capacidades de razão; o sujeito sociológico, presente no mundo moderno e que não é independente, uma vez que se forma pela relação que estabelece com os outros; e o sujeito pós-moderno, o qual não possui uma identidade fixa, promovendo assim esse debate em torno da crise de identidade. (POLETTO; KREUTZ,2004, p.2)

Essas concepções de identidade nos ajudam a entender como as identidades na sociedade pós-moderna tem se modificado e entrado em colapso. Vemos bastante nas redes sociais, como as pessoas estão o tempo todo postando fotos de viagens, mostrando comidas com aparências incríveis, contato com a natureza e etc. Somos constantemente bombardeados por pessoas felizes e realizadas nas redes. Por isso, tanto se debate hoje em dia sobre crise de identidade: Será que as pessoas que me veem nas redes sociais, me percebem como de fato eu sou?

Na vida tátil, o nosso corpo expressa e é o meio de reconhecimento do que invariavelmente representamos e somos. Na web, o internauta escolhe por completo como será visto e julgado por os outros usuários, e o território corpóreo, que é considerado por Bauman (2005), como o meio de expressão nas relações interpessoais, passa a ser o perfil das diversas redes sociais. (FARIAS; MONTEIRO, 2012, p.6)

Nessas circunstâncias, é necessário que cada indivíduo faça uma autoanálise na tentativa de entender o que deseja: ser quem de fato é ou se assumir uma persona. Não há nenhuma necessidade de que as pessoas sejam elas mesmas a todo tempo nas redes sociais, mas acredito ser importante que elas entendam que o comportamento delas nas redes sociais, faz com que as pessoas as percebem de uma determinada maneira. Diferentemente dos influenciadores digitais e de celebridades, acredito que geralmente as pessoas desejem se representar nas redes sociais. O ponto em questão é que se faz necessário a compreensão de como isso seria possível, uma vez que nas redes sociais somos bombardeados por conteúdos, fotos, comerciais, vídeos, e coisas que nos remetem positividade, felicidade e sucesso. É como se a gente não pudesse falar sobre determinadas coisas ou como se essas coisas não fossem tão interessantes. O que fica é somente um questionamento: será que devemos nos esforçar para nos encaixarmos nesse padrão que se estabeleceu ao longo dos anos? Ou deveríamos deixar de nos preocupar com curtidas, compartilhamentos, seguidores e números que em nada alteram a nossa vida?

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