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A MEIA NOITE E VINTE: LITERATURA E INTERNET NA CONTEMPORANEIDADE

Por:   •  5/11/2017  •  Artigo  •  1.457 Palavras (6 Páginas)  •  385 Visualizações

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Josiane Santos de Jesus[1]

MEIA NOITE E VINTE: LITERATURA E INTERNET NA CONTEMPORANEIDADE

  O seguinte trabalho tem por objetivo retratar a relação que a internet possui com a literatura partindo do ponto entre as semelhanças que o autor Daniel Galera possui com sua mais recente obra “Meia noite e vinte”.

  Daniel Galera (1979) nasceu em São Paulo, no dia 13 de julho de 1979. De família gaúcha, foi criado em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Formou-se em Publicidade na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi um dos primeiros a fazer uso da internet para publicar textos. Entre os anos de 1998 e 2001 foi colunista fixo do mailzine eletrônico CardosOnline.

  Como já dito acima, “Meia noite e vinte” é a obra mais recente de Galera. Nele, Galera retrata a vida de três amigos que haviam sido afastados pelo tempo e pelas suas carreiras, Antero, Aurora e Emiliano, mas que foram novamente reunidos pela morte de um quarto integrante, o Duque, que havia sido barbaramente assassinado em uma das ruas da cidade.

  Para a elaboração do trabalho foi utilizado o novo livro de Daniel Galera, “Meia noite e vinte”, juntamente com textos teóricos como artigos, entrevistas, biografia do autor e discussões em sala de aula.

Palavras-chave: Internet, literatura, publicação de textos, interação com leitores.

Literatura na era digital

   Na era digital, em meio a tantas redes sociais como facebook, twitter, Tumblr, entre outros, falar sobre literatura se torna um grande desafio.

  Nessa era, os jovens gastam mais tempo em telas de computadores e celulares do que em qualquer outra coisa, sendo assim, a literatura tem perdido um certo espaço, mas ao mesmo tempo em que isso acontece é indubitável que o surgimento da internet vem também trazendo contribuições para a literatura, como em ser mais acessível a textos e livros, como também no que diz respeito à publicações destes.

  Em entrevista ao “Leituras da Bel”, Daniel Galera diz que havia uma suspeita de que uma nova linguagem literária surgiria na internet, mas que não foi bem isso o que aconteceu:

 Nos anos 1990, a internet como meio de publicação precisava ser inventada. Isso motivou muita gente a criar revistas eletrônicas, experimentar com narrativas colaborativas, explorar linguagens em hipermídia. Havia a suspeita de que uma nova linguagem literária surgiria na internet. Hoje temos outro cenário: a internet se aglutinou em torno das redes sociais e a criatividade foi canalizada pros memes, stories e timelines em que predominam imagens, enquanto a literatura segue essencialmente inalterada. Ainda se usam sites e blogs para publicar ficção, mas no geral o livro em papel e o ebook seguem sendo o suporte principal da literatura, e a internet é mais um canal de difusão e debate a respeito de livros. (GALERA, 2017)

  Galera, ao iniciar sua carreira na literatura, sendo precursor no uso dos recursos da internet como suporte para a publicação de seus livros e contos, é hoje considerado um dos maiores nomes da literatura contemporânea.

  Ainda se utilizando da internet, foram criadas algumas redes sociais, como por exemplo o Wattpad, e o Spirit, entre outros, que além de possibilitar publicações e leituras de textos e livros, há também a possibilidade de interação entre escritor e leitores. Mas uma dúvida que persiste, é se esses textos e livros publicados nesses aplicativos podem mesmo ser considerados como literaturas, sendo que podemos perceber um certo descuido artístico e estilístico de alguns escritores.

Instrumento para a literatura

  O livro “Meia noite e Vinte” passeia por vários temas, e um deles é a relação que a internet tem com a literatura, sendo retratado pelos três protagonistas mais o falecido Andrei, o Duque, que como dito acima, na introdução, publicavam em um fanzine online, no caso, o Orangotango. Sendo assim a internet para eles usada como um instrumento para a literatura.

Tudo se iniciou, na verdade, com e-mails quilométricos que Antero começou a enviar pros seus colegas, recheados de contos pornográficos, poemas de verso livre cheios de links apontando pra bizarrices da internet, resenhas de filmes e discos e uma profusão de manifestos artísticos produzidos à base de maconha, LSD, ócio e leituras sui generis dos pós-estruturalistas. Os colegas passaram a responder aos e-mails com suas próprias contribuições, até que Duque teve a ideia de transformar as longas mensagens espontâneas numa publicação só de texto, distribuída duas vezes por semana por e-mail. O trio de         colunistas fixos era completado por Aurora. (GALERA, 2016, p.44 )

  Na década de 70, ano em que estava surgindo a internet, os quatro amigos faziam publicações de textos literários nesse fanzine online. Eles faziam parte de uma geração precursora em utilizar a internet como instrumento para a literatura, assim como o próprio autor, Galera, que também foi precursor ao utilizar esse instrumento entre os anos de 1998 a 2001, quando publicava textos literários na internet, e sendo colunista fixo do CardosOnline, um fanzine online. Em entrevista por e-mail ao “Pensar”, Galera diz:

Há uma tentativa de reconstituir o que foi o entusiasmo e furor da minha geração com a chegada da internet como meio de publicação e expressão. O mail-zine Orangotango, criado pelos protagonistas nos anos 1990, é uma versão ficcionalizada do Cardosonline, que fiz com amigos em Porto Alegre na mesma época. Está tudo ali, inclusive o deslumbramento. Mas acredito que iniciativas como a do Cardosonline, e depois dos primeiros blogs e sites literários, foram marcantes para desenhar a internet que temos hoje, na qual a escrita de si e a ironia se tornaram o discurso predominante, não apenas nas redes sociais, mas também no jornalismo, nos apps etc. ( GALERA, 2016)

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