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A PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

Por:   •  6/11/2017  •  Resenha  •  2.648 Palavras (11 Páginas)  •  344 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA – UFU

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS LINGUÍSTICOS

DISCIPLINA: TEORIAS LINGUÍSTICAS

PROFESSOR: DR. JOSÉ SUELI MAGALHÃES

TURMA: 2014/2

RESENHA                                                                 

                                                                                Marilda Alves Adão Carvalho

CHOMSKY, Noam. Preliminares Metodológicos: as gramáticas gerativas como teorias da competência linguísticas. In: _______. Aspectos da teoria da sintaxe. 2. ed. Coimbra: Armênio Amado, 1978. p. 83-146.

Na primeira seção “As gramáticas generativas como teorias da competência linguística” que pertence ao capítulo I “Preliminares metodológicas”, do livro “Aspectos da teoria da sintaxe”, Chomsky trata do componente sintático da gramática generativa, ou seja, das regras que especificam sequências com unidades mínimas que funcionam sintaticamente e que atribuem informação estrutural (sequências bem formadas).

Chomsky postula que essa teoria linguística tem, primeiramente, por interesse um falante-ouvinte ideal, dentro de uma comunidade de fala totalmente homogênea, na qual se conhece sua língua perfeitamente e não se deixa influenciar por circunstâncias gramaticalmente irrelevantes na aplicação de seu conhecimento da língua no desempenho efetivo. O estudo da linguagem não se diferencia da investigação empírica de outros fatos complexos.

Assim sendo, é que autor apresenta a distinção fundamental entre competência – desempenho, sendo este o uso efetivo da língua em situações concretas; aquela, o conhecimento da língua por parte do falante-ouvinte. Todavia, há o problema que consiste na produção, a partir dos dados do desempenho, dos sistemas de regras subjacentes que foi aprendido pelo falante-ouvinte que ele passa a fazer uso em seu desempenho sobre a língua.

Para Chomsky, uma gramática deve atribuir a cada uma das sentenças de seu sistema, uma descrição estrutural em que o falante-ouvinte seja capacitado a entender. A gramática deixa também de expressar muitas regularidades de uma língua, de forma a se tornar deficiente sua estrutura. Sintaticamente, isso fica mais evidente, visto que nenhuma gramática tradicional ou estrutural passa da classificação de exemplos particulares ao estágio da formulação de regras gerativas em uma escala significativa.

Na segunda seção “Para uma teoria da performance”, Chomsky afirma que ‘a investigação do desempenho só continuará na medida em que a compreensão da competência subjacente o permitir”, deixando evidente a existência de trabalhos sobre desempenho que incorporam/incorporavam outros sobre desempenho, não sendo o contrário verdadeiro. Ao se referir a uma teoria da performance, o autor aponta aspectos psicológicos, todavia mais no sentido de suas restrições, tais como limitações de memória, tempo e acesso, do que de seu funcionamento efetivo.

Desse modo, para melhor esclarecer a diferença entre competência e performance, Chomsky usa os termos gramaticalidade e aceitabilidade, esta pertencente ao desempenho; aquela, à competência. A aceitabilidade pode se associar, de certa forma, à gramaticalidade, mas o contrário não é possível, tendo em vista as influências externas encontradas no desempenho.

Na seção 3, “A organização de uma gramática generativa”, Chomsky apresenta e discute os componentes sintático, fonológico e semântico, os quais compõem a gramática generativa que, segundo ele, deve consistir num sistema de regras possível de gerar um número indefinido de estruturas analisáveis naqueles componentes. O componente sintático é o de maior importância para Chomsky e o que mais lhe interessa, haja vista ser de suma relevância para gerar recursivamente estruturas oracionais, por isso, o uso do termo “frase” para se referir às sequências de formativos.

O componente fonológico trata-se daquele que determina a forma fonética duma frase gerada pelas regras sintáticas, enquanto o componente semântico determina a sua interpretação semântica, de forma que ambos são unicamente interpretativos e se configuram nas estruturas profunda e superficial especificadas para cada frase pelo componente sintático, o qual se forma por uma base e um componente transformacional.

A base trata-se do sistema de regras que geram um conjunto altamente restrito de sequências de base, cada uma com um Indicador Sintagmático de base, unidade elementar a partir da qual se formam as estruturas profundas. O subcomponente transformacional tem por função a geração de frase, com a sua estrutura de superfície, a partir do seu substrato, o qual se refere à sucessão de indicadores sintagmáticos de base.

Privilegiando a estrutura profunda, o autor explica que a base da componente sintática é o sistema de regras que geram um conjunto altamente restrito de sequências de base, cada uma contendo uma descrição estrutural a si associada, denominada Indicador Sintagmático de base, unidades elementares a partir das quais são formadas as estruturas profundas. Subjacente a cada frase da língua está uma sucessão de Indicadores Sintagmáticos de base, denominada substrato, além da subcomponente transformacional, a qual tem como função a geração da frase, com a sua estrutura de superfície.

Na quarta seção “Justificação das gramáticas”, já de início, Chomsky fala da importância de se dedicar atenção a alguns problemas metodológicos de justificação e adequação, quando se trata de investigar o componente sintático de uma gramática gerativa, tendo em vista que o conhecimento de língua do falante - ouvinte não é observável diretamente e nem passível de extração a partir dos dados, por meio de processos indutivos. Para o autor, os dados efetivos da performance linguística e as informações introspectivas do falante são suficientes para o levantamento de hipóteses sobre a estrutura linguística subjacente, isso em razão da falta de técnicas formalizáveis adequadas para a obtenção de informações confiáveis sobre os fatos da estrutura linguística.

Chomsky postula que se considera uma gramática como uma teoria de uma língua e descritivamente adequada, na medida em que ela descreve corretamente a competência intrínseca do faltante nativo ideal, correspondendo à intuição linguística do falante nativo ideal.

Segundo o autor, pode-se entender uma teoria linguística descritivamente adequada como aquela que fornece uma gramática descritivamente adequada para cada língua natural. Gramática essa que ele entende como uma teoria da língua que o falante nativo possui representada internamente e como a explicação que o linguista dela fornece.

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