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ANÁLISE LITERÁRIA E TRADUÇÃO DA ELEGIA I, V DE OVÍDIO

Por:   •  21/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.912 Palavras (12 Páginas)  •  444 Visualizações

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ANÁLISE LITERÁRIA E TRADUÇÃO DA ELEGIA I, V DE OVÍDIO

DEYSE KELIS MARIA DOS SANTOS

MAYANA DA SILVA CARVALHO[1]

Resumo.

É dito a elegia ter nascido na Grécia antiga com Calino, Tirteu e Mimnermo, porém, o estilo ganhou mais destaque em Roma, mais precisamente no período de Augusto, e teve em Ovídio, um de seus mais ilustres representantes, cuja totalidade de sua obra se divide em versos de amor, composições eruditas e poemas do exílio. No presente trabalho analisaremos literariamente o poema V, do livro I, dos Amores de Ovídio, a pedido do Prof. Milton Marques Junior, na disciplina de estágio V, visando, desta forma auxiliar outros estudantes nesse mundo único e interessante que Ovídio nos retrata.

Palavras-Chave: Ovídio, Elegia, Amores, Análise literária, Roma.

Introdução.

A literatura latina nos legou diversos escritores, rica e variada em seus vários aspectos, podemos mencionar nomes célebres como Virgílio e Horácio, mas no presente trabalho trataremos um pouco sobre Ovídio, que, ao lado de tantos outros poetas romanos, soube imprimir em seus versos, cores e tons, assim como sensações.

Pretendemos aqui, abordar alguns aspectos interessantes sobre uma de suas elegias, discutindo pareceres e intenções do poeta, ou o que julgamos que ele tenha pensado ao escrevê-la. A elegia V do livro I, dos Amores, narra o ambiente oportuno para o encontro dos amantes, regada de um vocabulário aparentemente dúbio, Ovídio nos envolve de sensações e imagens através das palavras do eu-elegíaco, ao narrar seu encontro com sua amada.

O presente trabalho é dividido em quatro partes, cada uma tendo a função de complementar a outra, para um bom entendimento geral. Na primeira parte, falaremos um pouco sobre a elegia e seus usos, buscando nortear o leitor sobre de que tipo de poema se trata.

Na segunda parte, faremos um breve resumo sobre a vida de Ovídio e mencionaremos algumas de suas obras. Na terceira parte faremos a análise do poema, separando este em quatro partes principais, para que assim o leitor possa entender cada uma separadamente antes de fazer uma leitura completa.

Na quarta parte, mostraremos a metrificação, feita por nós, do poema. A tradução utilizada aqui é de nossa autoria, seguindo o mais fielmente possível a estrutura que se encontra no latim. Esta tradução é de cunho instrumental, feita para nos guiar durante a análise e também metrificação do poema.

Por fim, esperamos que esse trabalho possa auxiliar os curiosos e estudantes acerca da estrutura do poema V do Livro I, dos Amores de Ovídio.

Elegia.

Na literatura grega o termo ‘elegia’ se referia originalmente para os versos escritos em dístico elegíaco, comumente abrangendo vários assuntos, dentre os quais, os epitáfios para túmulos, porém, na literatura latina, este tipo de poema começou a ser utilizado em poemas eróticos ou de cunho mitológico e devido a sua estrutura, também foi utilizada por alguns poetas para falar de assuntos envolvendo espírito, e até mesmo comédias e sátiras.

Inicialmente a elegia foi definida por um metro específico, porém com o passar do tempo passou a ser designada como um gênero poético, caracterizada, não pela sua forma, mas pelo seu assunto que foi se afunilando até ser quase que completamente usada para retratar a infelicidade dos amores interrompidos por infidelidades ou pela morte.

Entre os romanos, o primeiro grande poeta elegíaco foi Tibulo que escreveu três livros de caráter sentimental, os quais foram muito lidos na idade média, há também Propércio, com sua s elegia eróticas, regadas a desejo e sensualidade, porém o mais importante poeta deste estilo foi Ovídio que encantou a todos com seus poemas sobre a tristeza da separação dos amantes.

Ovídio.

Públio Ovídio Naso, nasceu em Sulmona, na Itália, em 43 a. C., e morreu em Tomos, em 18 d.C., foi um poeta romano de renome, conhecido como autor de várias obras como Heroides, Amores, Ars Amatoria e Metamorfoses, dentre outras, Ovídio também escreveu peças menores como Remedia Amoris e Íbis.

É considerado um mestre em dístico elegíaco e comumente colocado ao lado de Horácio e Virgílio como um dos três grandes poetas da literatura latina, e considerado por Quintiliano o último dos elegistas amorosos canônicos. Sua poesia foi imitada através dos séculos por seus predecessores e influenciou a arte e a literatura europeia, além de permanecer até hoje como uma das fontes mais importantes de mitologia clássica.

Ovídio em seus poemas escreveu sobre o amor, sedução exílio e mitologia, e estudou retórica em Roma, com grandes mestres, viajando para Atenas e Ásia exercendo funções públicas; foi exilado de Roma pelo imperador Augusto no ano de 8 d. C., até hoje não se sabe a causa para tamanha atitude. Morreu ainda em exílio, enquanto preparava sua última obra, Haliêutica.

Análise de Amores I, V

Nessa elegia, o encontro se dá em plena luz do dia, visto que esses encontros se davam apenas ao entardecer. Inicialmente dividimos o poema em quatro partes. Essa divisão irá nos nortear na análise. Dos versos 1-8, o eu-elegíaco fala sobre o tempo e o lugar; do 9-16, a aparição de Corina; do 17-24, ele descreve com detalhes a beleza corporal da amada; do 25-26, dar-se o desfecho do encontro. O cenário, ao qual o eu-elegíaco descreve, acontece em um ambiente com pouca luz, um quarto especificamente, compondo assim um ambiente de erotismo e sensualidade.

Aestus erat, mediamque dies exegerat horam.

adposui medio membra leuanda toro.

pars adaperta fuit, pars altera clausa fenestrae,

quale fere siluae lumen habere solent,

qualia sublucent fugiente crepuscula Phoebo                                                            5

aut ubi nox abiit nec tamen orta dies.

illa uerecundis lux est praebenda puellis,

 qua timidus latebras speret habere pudor.

Estava calor, e o dia passara metade da hora;

Pus os membros que haviam de ser aliviados no meio de cama.

Uma parte da janela foi aberta, a outra parte fechada;

...

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