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Adaptações de Materias: Braille e audiodescrição

Por:   •  26/3/2019  •  Artigo  •  1.466 Palavras (6 Páginas)  •  146 Visualizações

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PROJETO DE PESQUISA

1. Título

O uso das TICs aliada à adaptação de materiais como agente norteador no ensino de ciências para alunos com deficiência visual.

2. Autor

Ingrath Narrayany da Costa Nunes

3. Linha de pesquisa 

Recursos e Tecnologias no ensino de Ciências e Matemática

4. Introdução

Iniciando minha trajetória na educação especial como estagiária no CAP-AC, na impressa Braille no ano de 2009, vi que os materiais didáticos poderiam ser facilmente elaborados através da escrita Braille, em 2014 trabalhando como Revisora de Texto Braille no Núcleo de Apoio à Inclusão me deparei com uma série de dúvidas ao encontrar dificuldades de alguns alunos, pois, nem todos sabiam o Braille, no entanto resolvi trabalhar com os mesmo a audiodescrição e com o áudio livro.

Em 2016 com a entrada de duas alunas cegas no curso de pedagogia, observei formas diferentes de trabalhar a adaptação de material, pois uma delas não dominava a leitura do Braille, no entanto a outra aluna sabia ler somente materiais em formato de áudio com o auxílio da audiodescrição, me apresentei  com um grande desafio quando na disciplina de matemática ofertada pelo curso de pedagogia tive que elaborar adaptações de materiais em Braille, e em áudio de forma fidedigna  aquele que está escrito em tinta.

Para tanto estou realizando com ambas alunas, a alfabetização Braille e aulas de como trabalhar com os programas ledores de tela, e o uso da audiodescrição como adaptação de material de matemática.

       Exercendo esta função, pude perceber que as dificuldades enfrentadas pelos professores, quando possuem um aluno com necessidades educacionais especiais (NEE), em sala de aula, ainda são muito grandes, tendo em vista que esses alunos geralmente ficam à margem da participação das atividades, conteúdos dados e dinâmicas implementadas em sala de aula para os alunos considerados “normais”.

A partir disso, se faz necessário uma melhor investigação dos processos vivenciados pelos professores de matemática quando atuam com alunos deficientes visuais em sua sala de aula, a fim de verificar os recursos pedagógicos adaptados que utilizam, bem como, a viabilidade desses recursos para os alunos deficientes visuais e a descrição apropriada das adaptações, para facilitar a metodologia que o professor utiliza para ensinar esses alunos.

5. Problema da pesquisa:

Com o intuito de facilitar o processo de ensino aprendizagem nas aulas de matemática dos alunos com deficiência visual, proponho um projeto que trabalhe o uso das Tecnologias Assistivas (TA), tais como: áudiolivro e audiodescrição, juntamente com a adaptação de materiais de Matemática, para que o aluno tenha em mãos o recurso palpável juntamente com a explicação e descrição do mesmo, que será transmitida através da própria explicação do professor com a ajuda de software com sintetizadores de voz que permite a criação de qualquer texto descritivo.

A audiodescrição com as explicações das adaptações na área de ciências será utilizada como uma técnica que visa promover uma melhor compreensão do conteúdo e facilitar o processo de ensino-aprendizagem existente entre professor aluno.

6. Justificativa:

As abordagens sobre a inclusão de alunos com NEE têm crescido muito na atualidade, de tal modo que os educadores precisam buscar diferentes estratégias de ensino em suas áreas de atuação, a fim de ampliar a qualidade do ensino, já que incluir transcende uma integração por meios físicos, ou seja, incluir é, sobretudo, disponibilizar aos alunos a possibilidade de dominar o saber que ele absorve do professor, destacando o modo excludente e inacessível com que a Ciência, muitas vezes, tem sido tratada em sala de aula com alunos cegos (LIPPE e CAMARGO, 2009).

Na maioria dos casos, os alunos cegos passam a depender da boa vontade de colegas ou monitores para a leitura de textos, das apostilas, livros e de artigos constantes da bibliografia básica das disciplinas cursadas e principalmente para poder escrever o mínimo do que o professor passa nas aulas. A falta de conhecimento sobre TA, aliado à falta de recursos e conhecimentos sobre adaptações curriculares segundo CARVALHO (2000), impede que muitos docentes auxiliem de modo adequado estes alunos.

Partindo de um grau extenso, considera-se que tudo que auxilia o deficiente visual a melhorar a sua percepção das coisas é considerada TA qualquer produto, serviço ou sistema, comprado, modificado ou customizado, que amplie, conserve ou melhore as habilidades funcionais de uma pessoa com deficiência (MORAES, 2012).

JORGE (2010) afirma que alguns trabalhos discutem o processo de ensino e aprendizagem dos alunos com deficiência visual, em disciplinas como Física, Matemática, Química e Geografia. No entanto, há poucos trabalhos na literatura especializada, abordando esta temática, no Ensino de Ciências. E Ainda assim, enfocam apenas a importância dos professores buscarem alternativas e materiais para incluir esses alunos em suas aulas, e não buscam dar um direcionamento ao problema e verificar se o recurso utilizado é viável ao aluno deficiente visual.

O aluno deficiente visual não necessita apenas das adaptações dos materiais de ciências, já que para incluí-los nas aulas, além de utilizar imagens com elementos destacados em relevo e maquetes acessíveis, é possível trabalhar a descrição dessas adaptações através da audiodescrição e dos recursos computacionais de produção de audiolivro ou livro falado, pois trata-se de recursos viáveis do ponto de vista tecnológico e de baixo custo, já que os materiais utilizados podem ser reaproveitados e os CDs, pendrives e mp3 utilizados para gravações das descrições são bem acessíveis atualmente.

A intenção deste trabalho não é extinguir o uso do livro em Braille ou trocá-lo pelos recursos em áudio, pois como coloca Meneses e Franklin (2008) “apesar do audiolivro contribuir com a formação educacional da pessoa com deficiência visual, o livro em Braille ainda é a melhor opção para os seus estudos”, e sim facilitar a metodologia que o professor emprega para oferecer atenção a todos os alunos da turma e principalmente ao aluno deficiente visual, já que tendo a explicação gravada e a adaptação em mãos, o aluno cego pode parar e voltar a qualquer momento durante a explicação e repetir quantas vezes ele achar necessária tocando o recurso palpável que lhe foi concebido.

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