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Analise Literária do Poema Construção - Chico Buarque

Por:   •  9/3/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.426 Palavras (6 Páginas)  •  175 Visualizações

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ANÁLISE LITERÁRIA DO POEMA CONSTRUÇÃO – CHICO BUARQUE

Francisco Buarque de Holanda, popularmente conhecido como Chico Buarque (1944), é um significativo romancista e compositor da literatura e da música popular brasileira (MPB), compôs 05 (cinco) romances nos quais se destacaram Estorvo (1991), Benjamim (1995), Budapeste (2003) e Leite Derramado (2009). Ficou conhecido por suas críticas a ditadura militar, ainda que o mesmo não tome para si a imagem crítico da época em questão.

Chico Buarque escreveu o poema Construção em 1971, no meio do período ditatorial, onde cabe rememorar como o poder político era violentamente opressor, levando a punições gravíssimas todo aquele que se opunha a ditadura que estava instaurada. Período este em que a canção fora escrita, dessa forma é possível correlacionar o fatídico acontecimento da música em estudo, a opressão social que havia no período, pois ao decorrer os olhos no texto já é possível perceber que se trata de um trabalhador que desempenha sua obrigação sem proferir questionamentos, pois é de ciência de todos o que as vozes questionadoras do período ditatorial poderiam facilmente serem silenciadas. Mais além nota-se que não somente o trabalhador está alheio da lamentável situação, mas todos os que o circundam, e fico é nítido se analisar a reação da população em volta no momento exato do acidente com o trabalhador, todos ao redor ficam indignados por se tratar de um incomodo, de forma com que a vida de um ser humano importasse tão pouco, ou quase nada.

É notório que o texto faz uma crítica ao sistema de trabalho que se encontra o proletário em questão, onde em seus versos o autor compara o trabalhador a um engenho, no qual realiza seu trabalho de forma automática sem se quer mencionar alguma objeção. Trabalho esse que fica facilmente identificável em versos e no próprio título do poema, trabalhador é um pedreiro, cujo nome não é identificado no texto. Seu exercício é subjugado por um sistema de trabalho árduo e sem leis que o mantem facilmente preso por suas condições socioeconômicas e políticas inferiores a quem impunha o poder. O poema faz alusão a vida de muitos proletários, no caso um trabalhador em específico que dedica sua vida inteira ao trabalho, onde lhe é subtraído o direito a sonhos, poesia, lazer, cuidados, etc.... Até o dia de sua morte, que é acometida pela omissão de cuidados básicos para com trabalhador, onde lhe é sugado todos os dias sua força de trabalho e direitos.

Visto que o sujeito indicado na música é do gênero masculino, faz-se uma contradição a imagem homem líder que é somada aos homens, pois essa função para um proletário somente é exercida dentro de seu lar, entretanto fora dele continua sendo apenas um homem qualquer, mais uma simples peça que faz com que o sistema continue funcionando.

Ao analisar o poema de forma um pouco mais estrutural, é possível perceber que o poema traz uma narrativa, no caso a vida de um operário, onde o enredo trata de ações e fatos que decorrem ao longo da música. Nota-se ainda, que os versos são todos terminados em proparoxítonas, ou seja, o acento tônico se localiza nas antepenúltimas silabas, produzindo um efeito rítmico no texto. Antítese é a figura de linguagem encontrada nas três estrofes, onde a primeira palavra, do primeiro verso /amou daquela vez como se fosse a última/, em oposição ao último verso, morreu na contra mão atrapalhando o tráfego, duas palavras opostas, vida e morte, e essa oposição significativa caracteriza as antíteses. A repetição de várias palavras no decorrer do poema, dá lugar as anáforas, fazendo com que o ritmo seja marcante e repetitivo, o que é comum para um poema.

A música é dívida em fases, dando movimento e especificando as ações do personagem, o operário, ainda que as estrofes sejam semelhantes cada uma traz sua especificidade, como é o caso da primeira estrofe, onde a primeiro momento o sujeito vai para a labuta com propósito inicial de fazer o que lhe é rotineiro a seu oficio, construir, passando para a segunda fase onde ocorre o trágico acidente onde o operário já não mais está apto a cumprir com seus afazeres, dando espaço ao seu fim na última estrofe e terceira fase da música onde o poema sugere a inversão das palavras utilizadas anteriormente, onde ele já não mais ergue paredes sólidas e seguras, mas sim paredes flácidas, e acaba no vhão como um pacote bêbado, pois o andar desequilibrado de um alcoolizado o leva facilmente ao chão, onde o construtor já não mais se levanta.

No verso e /cada filho seu como se fosse único/, propõe uma ideia de que ele possui filhos, (mais de um).

Já no quarto verso do poema (1° estrofe), /Subiu a construção como se fosse máquina/, o verso sugeres que o mesmo trabalha de forma automática, sem questionamento, da mesma maneira que uma máquina executaria o trabalho, e ainda sugere que a profissão do rapaz fosse construtor civil, e isso é reafirmado no 6° verso, onde ele diz /ergueu no patamar quatro paredes sólidas/.

Posteriormente nos próximos versos, ele se mostra contente por estar reservando um tempo para que pudesse almoçar, /sentou para descansar como se fosse sábado/, /comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe/, faz ainda uma analogia de seu pouco tempo para almoçar com o aparente descanso do sábado.

Nos demais versos de 12 a 17, /tropeçou no céu como se fosse um bêbado/, /flutuou no ar como se fosse pássaro/, /e se acabou

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