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Análise do Poema "O Tempo Perdido" de Jacques Prévert

Por:   •  21/5/2019  •  Resenha  •  434 Palavras (2 Páginas)  •  617 Visualizações

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Análise do poema “O tempo perdido” de Jacques Prévert com base no texto “Ler poesia” de José Wisnik

O poema escrito pelo francês Jacques Prévert, na década de 80, nos faz refletir muito sobre a vida do operário. Para iniciarmos a análise deste poema, é necessário voltar à ideia da revolução industrial e todas as condições vividas pelos trabalhadores da época. Os operários possuíam uma rotina exaustiva – que poderia chegar a 16 horas diárias - e as condições eram insalubres. No poema, temos um operário exausto, cerceado de ter uma vida pessoal, pois passa a maior parte desta dentro de uma fábrica. No auge de sua solidão, o operário, cansado, sem tempo para apreciar o dia lindo que se forma ao seu redor, tem um momento de vislumbre ao contemplá-lo: o céu de chumbo, remontando à poluição gerada pelas fábricas, mas ainda assim o lindo e indomável sol, sorrindo para ele, nascendo, impreterivelmente, todos os dias. Em reflexão, o operário acha injusto o patrão apreciar e aproveitar todos os lindos dias e ele não, já que está dentro da fábrica. Por quê proporcionar um dia lindo como aquele a todos já que somente a burguesia pode usufruí-lo? Assim sendo, pensa, oxalá que os dias sejam feios e cinzentos para que o patrão não os aproveite, assim como o operário. O título “O Tempo Perdido” remonta à sensação que este operário sente ao conscientizar-se das oportunidades perdidas em função de seu trabalho quase escravizante e do tempo perdido, convertido em migalhas, que não voltará jamais. José Wisnick em seu texto “Ler poesia” enuncia cinco qualidades essenciais para ler poesias, mas também diz ser necessária a disponibilidade de tempo que se dedica à poesia para o bom aproveitamento desta. Fica evidente que mesmo com os desenvolvimentos tecnológicos - que teoricamente eram para facilitar o trabalho e aumentar o tempo das pessoas para terem suas vidas pessoais – os patrões usam desses avanços para poderem alcançar e explorar ainda mais seus trabalhadores, tornando-os submissos. Dessa forma, possuímos cada vez menos tempo para apreciar poesias e todas as artes de um modo geral. Já a burguesia, que possui tempo hábil para isto, é a única que usufrui das coisas boas da vida, como aproveitar um dia lindo de sol, ler poesias e apreciar as mais diversas artes. Esta situação se espraia até os dias atuais, pois mesmo que as condições do trabalhador tenham melhorado depois de muita luta, o capitalismo ainda exige longas jornadas de trabalho. O que é extremamente preocupante, pois para que a poesia perpetue no mundo contemporâneo, precisamos dispor de tempo hábil para nós mesmos.

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