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As Múltiplas Faces de Hamlet

Por:   •  13/9/2018  •  Artigo  •  5.216 Palavras (21 Páginas)  •  164 Visualizações

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As Múltiplas Faces de Hamlet

Introdução

O poeta, dramaturgo e ator William Shakespeare nasceu em 26 de Abril de 1564 em Stratford-upon-Avon e faleceu aos 52 anos, neste mesmo local, em 23 de Abril de 1616. Este grande dramaturgo escreveu 38 peças e 154 sonetos e suas peças estão presentes em todas as áreas tragédia, comédia e dramas históricos. Dentre as obras de Shakespeare que resistiram ao tempo e ainda hoje fazem sucesso estão: o Mercador de Veneza, Romeu e Julieta, Sonho de Uma Noite de Verão, Ricardo III, Rei Lear, Hamlet etc.

Esta analise irá ser feita baseada em Hamlet príncipe da Dinamarca. No inicio desta peça o pai do príncipe Hamlet está morto e duas semanas após a morte do rei, Gertrudes (mãe de Hamlet) casa-se com o seu tio Cláudio. O príncipe sofrendo muito com a morte do pai não se conforma com o casamento apressado da mãe. Ao mesmo tempo nos muros do castelo todas as noites aparece um fantasma aos guardas, sem falar uma só palavra, Horácio (amigo de Hamlet) presencia uma destas aparições, ele acha o espectro bastante parecido com o rei Hamlet e logo conta o fato ao príncipe Hamlet. Na noite seguinte o personagem principal vai aos murros do castelo para tentar encontrar o fantasma; o espectro aparece e o príncipe confirma ser a aparição do seu pai. O fantasma chama Hamlet para um local reservado e lhe conta que não foi morto por uma picada de cobrar, mas foi envenenado pelo seu próprio irmão, Cláudio.

Depois da revelação feita pelo fantasma do rei, o príncipe Hamlet começa a fingir estar louco para tentar descobrir se a história contada pelo espectro é verdadeira ou não. E durante este período de loucura de Hamlet, o atual rei Cláudio tenta descobrir qual o motivo da sua insanidade pedindo as pessoas próximas do príncipe que o espionem, porém Hamlet percebe a estratégia de Cláudio e afasta todos que o rodeiam; o primeiro a ser eliminado é Polônio, depois Guildenstern e Rosencrants e logo após Ofélia enlouquece e comete suicídio. Hamlet muito astucioso confirma a culpa de Cláudio por meio da catarse, sendo que, numa peça encenada para a corte o tema encenado é o assassinato de um rei pelo seu irmão.

 No entanto a vingança do príncipe só acontece na última cena do quinto ato. Quando durante um duelo com Laertes (filho de Polônio e irmão de Ofélia) que tenta vingar a morte de sua família, acontecem neste momento vários envenenamentos; Laertes passa veneno em sua espada com intuito de matar Hamlet e com este mesmo pensamento Claudio oferece ao príncipe um cálice de vinho com veneno, porém Laertes é perfurado por sua própria espada, logo após, atinge Hamlet com a espada envenenada e quem toma o vinho com a substância tóxica é Gertrudes. Antes de morrer Laertes confirma que o rei Hamlet foi assassinado pelo seu irmão Cláudio e o príncipe Hamlet mata o atual rei.

Horácio tenta cometer suicídio, no entanto Hamlet antes de morrer pede ao amigo que viva e conte sua história como realmente aconteceu, mantendo assim, sua reputação de bom príncipe também incumbe o amigo de entregar o reino da Dinamarca para o príncipe da Noruega Fortimbrás que está retornando vitorioso de uma batalha contra os poloneses.    

Neste trabalho irei mencionar alguns dos diversos assuntos que podem ser extraídos, da peça mais famosa de Wiliam Shakespeare, Hamlet. Este estudo explanará as varias faces que pode ser atribuída ao personagem Hamlet. Apresentarei neste trabalho um pouco dos assuntos brutos apresentados na peça em questão como: o complexo de Édipo, política e poder, aparência e realidade, o alivio cômico e personagens apolíneo e dionisíaco contido dentro do tema aparência e realidade.

  1. As Múltiplas Faces de Hamlet

Neste estudo iremos mencionar as várias performances do príncipe Hamlet durante toda a peça, também trataremos dos assuntos que estão entranhados em seu enredo que tornam a obra instigante e complexa. Esta peça é admirada por muitos críticos; observe: “O Hamlet completo, com 3.880 linhas, tem a vantagem de nos fazer lembrar que a peça não é apenas ‘a Mona Lisa da literatura’ como, também, um elefante branco, uma anomalia no cânone shakespeariano.” (Bloom, 2000, p. 488), este crítico tem tanta afeição pela obra que a compara com criações esplendorosas, quase divinas. Harold Bloom é apenas um dos vários admiradores de Hamlet, porém creio que ele seja o mais dedicado a falar sobre esta obra.

Tentarei expor um pouco sobre os temas mencionados neste estudo. O complexo de Édipo é uma hipótese levantada por alguns críticos e estes tentam fundamentá-la por meio de algumas ações do príncipe durante a peça. Já a questão de política e poder são fundamentados pelas ordens dadas por Cláudio durante toda a peça. O tema sobre aparência e realidade tem raiz na descrição da fala de vários personagens presentes na peça. O alivio cômico está presente nos momentos de insanidades encenados por Hamlet. E na classificação dos personagens em apolíneo e dionisíaco usaremos como base os pensamentos de Nietzsche.

Esta obra de Shakespeare é tão surpreendente que possui vida mesmo longe da proteção de seu criador, ou seja, não precisa de ninguém para justifica – lá HAMLET possui defesas internas, que estão contidas dentro das suas páginas. Observe:

 Em primeiro lugar, essa crítica não está relacionada à personalidade do autor da obra em questão. Para semelhante crítica, “decididamente, não faz diferença se o autor de Hamlet se chama Shakespeare ou Bacon: isso não muda nada em Hamlet” (cf.6, p.131). Uma vez criada, a obra de arte separa-se de seu criador; não existe sem o leitor; é apenas uma possibilidade que o leitor realiza. Na inesgotável diversidade da obra simbólica, isto é, de qualquer verdadeira obra de arte, está a fonte de suas múltiplas interpretações e enfoques.

(Vygotsky, 1999, p.19)

Após analisarmos este trecho tão contundente é possível concluirmos que a peça mais conhecida de Shakespeare só existe porque seu tema e enredo continuam atraindo leitores de diversas épocas, pois é uma obra que nunca deixa de cativar as pessoas, independentes da cultura em que estão inseridas. É perceptível esta separação do autor e sua obra quando Bloom (2000, p.500) menciona a seguinte conjectura: “Hamlet parece uma pessoa de carne e osso, por algum motivo desconhecido, presa dentro de uma peça de teatro, obrigada a representar mesmo sem querer fazê-lo.” Neste trecho percebemos que tentamos trazer a história vivida por Hamlet para próximo das nossas vidas, humanizando da melhor forma o personagem principal desta obra tão próxima da realidade.  

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