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Por:   •  12/9/2013  •  476 Palavras (2 Páginas)  •  387 Visualizações

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Matemática em Libras

Por ZANÚBIA DADA

Este artigo é um registro de minha experiência como professora surda, que atua com estudantes surdos das escolas estaduais e municipais – pólos de Campo Grande – MS, usuários da Língua de Sinais. Este trabalho iniciou-se em julho de 2007, na oficina de Matemática no Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS) MS.

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais1 para a área de Matemática, no Ensino Fundamental a Matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade utiliza-se, cada vez mais de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem apropriar- se.

Ao assumir o trabalho que já se encontrava em processo com estudantes do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, houve em mim um momento de angústia, pois, no início os estudantes repassaram-me que os professores ouvintes, não conseguiam fazer com que eles interiorizassem a aprendizagem, devido ao fato de usar a oralidade em suas aulas, com apoio do intérprete e, ao mesmo tempo eu não havia recebido orientações dos conteúdos ensinados, assim sendo, fez-se necessário que eu avaliasse as habilidades e conhecimentos matemáticos dos estudantes em libras.

A língua de sinais é descritiva, apoiada em um referencial espacial. Quando a pessoa surda se comunica, todo um cenário é montado mentalmente, descrito de forma que o interlocutor compreenda a mensagem. (Oliveira, 2005:28)

Foi preciso também realizar um planejamento de introdução dos sinais da Matemática em libras, pois, alguns estudantes não respondiam com os sinais que são utilizados na oficina. Como a comunicação na escola entre professores e estudantes surdos, surdos parciais, acontecem muitas vezes de forma descritiva, é necessário que esses planejamentos contemplem sempre as diferenças lingüísticas.

Os estudantes sempre chegavam com conteúdos diferentes e específicos de cada escola e ano/série, esperando que todos esses conteúdos fossem traduzidos em Libras e, lembrando que os mesmos já tinham visto em sala de aula através do intérprete, mas de fato não tinham a compreensão, para que pudessem produzir uma resposta com autonomia. Neste momento percebi que os estudantes utilizavam sinais diferentes para um mesmo conteúdo, isso dificultava a interação do grupo na oficina de matemática, pois, usavam sinais convencionados e combinados com seus intérpretes.

Após quatro meses de atividades com uma média de cinco estudantes surdos2, deficientes auditivos (D.A3) e Surdocegos4, percebi que eles queriam que eu trabalhasse os conteúdos como reforço escolar, mas não era possível atender cada estudante com conteúdos diferentes, em duas horas e meia de aula, pois, enquanto eu atendia um, o outro ficava na espera, de forma que a aula não se tornava produtiva, e em desacordo com o meu planejamento.

Observei que os estudantes muitas vezes usavam um único sinal para diversas situações da Matemática. Um exemplo claro disso era, quando eles faziam sinal de NÚMERO, referindo-se em geral aos números: Cardinais, Ordinais e Quantitativos. Conforme figuras abaixo:

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