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Atps teoria literaria

Por:   •  19/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.971 Palavras (16 Páginas)  •  183 Visualizações

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Curso: Letras

Disciplina: Teoria Literária

Alunas:

#Tema #

Profa. Ma. Ausdy Nazareth Castro dos Santos

Senhor do Bonfim – Bahia

30 de maio de 2013

Há uma notória distinção entre um texto que intenta transmitir uma informação e o que busca emocionar; àquele de caráter informativo, podemos associar um sentido puramente denotativo; já ao texto que chamamos de literáriao temos associado, além de uma natureza conotativa, uma representação imaginário e profunda, uma bela imitação da realidade que traz consigo inúmeros siginificados.

É essa distinção que se observa entre o texto do jornal Correio da Manhã e o poema de Manuel Bandeira. No texto “Homem morre afogado em lagoa” é feita uma descrição objetiva da sequência dos fatos. O relato se inicia a partir do trabalho dos bombeiros voluntários e do corpo que é encontrado na lagoa da pedreira desativada. Em seguida, são descritos os fatos narrados pelo amigo e pelos conhecidos do falecido.

Já no poema tirado de uma notícia de jornal, do granda poeta Manuel Bandeira, não se tem essa objetividade. João Gostoso é um feirante que dança e bebe, e quando nada de especial ou de diferente se espera desse homem,é assustador descobrir, no último verso do poema, queeleestá afogado, morto na lagoa Rodrigo de Freitas.

Essa é a função da literatura: assustar, emocionar, fazer rir e chorar. E para cumprir sua função, faz uso da conotação, do conceito de mimeses, ou verossimilhança e da busca da catarse do leitor.

Também vemos essas marcas no poema parnasiano NudaPuella, que traduzido do latim para o português significa moça nua. E embora o Parnasianismo tenha sido um movimento literário centrado na estética e com ênfase na forma, os poemas desse período também carregam consigo as essências fundamentais de um poema: a conotação, a mimesise a multisignificação.

Como se faz comum na poesia parnasiana, as palavras são cuidadosa e minuciosamente escolhidas, visando à sonoridade e o formato estético desse movimento.Essa poesia carrega tanto na escolha complexa os léxicos que, por vezes, torna-se maçante, já que a estrutura, a forma e a estética parecem tomar o lugar da emoção. Esse aspecto do parnasianismo foi duramente criticado, zombado e vilipendiado pelo modernismo nas décadas de vinte e trinta do século XX.

Mas mesmo com toda frieza parnasiana, em todos os versos são sentidas as metáforas e as representações conotativas que enlevam a mulher nua a uma quase deusa, para quem lua e estrelas prestam homenagens e lhe tem desejos. Aliás, a enlevação dos personagens é uma marca forte de determinadas épocas da literatura.

Nesse poema, Luís Delfino faz uso de uma das mais conhecidas formas líricas, o soneto. Segundo Goldstein (2006) o poema de forma fixa, encontrado com mais frequência é o soneto. Composto de dois quartetos e dois tercetos apresenta geralmente versos de dez ou doze sílabas. As rimas são de um tipo no quarteto e de outro, no terceto.

Os versos são decassílabos, como todos os poemas parnasianos, enquanto as rimas são um misto de cruzadas ou alternadas (ABAB) e emparelhadas (CCD). Contudo, estranhamente, há um verso que parece não rimar com nenhum outro, o que podemos denominar de rima perdida ou rima órfão.

Soltas de leve as roupas, uma e uma (A)

Caem-lhe: assim a camélia se despágina (?);

E quando n’água o belo corpo molha, (B)

A água soluça, e o enleia, e geme, e espuma.(A)

Logo que ela no banho, que perfuma,(A)

Como ao luar um cacto, desabrolha, (B)

Envolve-a o céu radiante, e a luz em suma (A)

Põe-lhe o véu d’oiro em cima, e a afaga, e a olha. (B)

Ao sair, molemente em ondas frouxas (C)

À nuca, à espádua, às nádegas, às coxas (C)

Vão rolando os cabelos abundantes: (D)

Cobrem-lhe um pouco o rosto, o seio, o flanco... (C)

E ei-la, bem como à sombra um lírio branco, (C)

No orgulho astraldas deusas deslumbrantes!...(D)

A necessidade de criar mitos e neles se apoiar sempre esteve presente em toda história da humanidade. Criar mitos é uma forma de explicar o que ao homem parecia incompreensível e assustador, como a origem da vida e do universo, e fenômenos espantososda natureza, como os terremotos, os eclipses, os relâmpagos, e outros,outrora não compreendidos e sempre associados às manifestações dos deuses, de ira ou de paixão.

Na crença mítica, todos esses fenômenos da naturezae os acontecimentos da vida de uma pessoa, ou seu destino, eram regidos pelos deuses, que dotadas de grandes poderes eram capazes de reger e comandar desde a chuva para as plantações, até o instante e a forma da morte dos fracos e reles humanos.

Embora ainda hoje a humanidade se apague aos deuses por ela criados, o apego aos deuses existiu de forma acentuada nas antigas civilizações. Os gregos criaram deuses de uma forma muito distinta dos deuses cristãos e judaicos, hoje conhecidos. Enquanto esses são superiores aos humanos, as deidades gregas apresentavam as mesmas características dos mortais: eram vingativas, violentas, libidinosas, trapaceiras entre outros atributos humanos. Em oposição ao terror vingativo dos deuses, surgiram os heróis, cuja função é transmitir aos mortais, um modelo de moral, beleza e bravura.

É nessa perspectiva que A Ilíada acontece.Aquiles e Heitorbuscam intensamente a glória pessoal porque naquela época a bravura das lutas era um medidor da honra e da dignidade do herói. Eles precisavam ser grandes e invencíveis, e realizar feitos de bravura para poderem ser o exemplo, o modelo, a perfeição em valores, destreza, habilidade e beleza, configurando a grandeza do herói.

Na Grécia Antiga, não bastaria um herói esquizofrênico como Hamlet, nem um herói patético e enlouquecido como Dom Quixote. Os heróis gregos deviam ser fortes, ágeis e belos, seguindo um modelo apolíneo, ou

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