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CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO -CCE

Por:   •  10/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.539 Palavras (7 Páginas)  •  140 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO -CCE

DISCIPLINA : DIDÁTICA GERAL

Profa. Dra. Maria Divina Ferreira Lima

Aluna: Ana Érica de Lima Vasconcelos

Atividade

  1. Descreva os aspectos históricos e suas influências na didática.
  2. Estabeleça a relação entre o sistema educacional Brasileiro e a didática na colônia, no império, na Primeira República, após a primeira guerra mundial.
  3. Faça uma análise crítica da nova fase da educação e a construção da concepção da didático
  4. Qual a relação da didática com o golpe militar?
  5. Descreva a fase da “Fênix” da didática e as perspectivas atuais
  6. Quais são as conclusões da autora do texto?

Respostas

  1. No século XVII com Comenius e sua “didática magna” que expressa as duas principais características do seu pensamento. De uma lado, forte preocupação com a reforma da fé cristã e do outro a influência do surgimento do tempo moderno como meta principal ensinar tudo a todos. A burguesia atuava como classe revolucionária e encontrava-se uma crítica radical de Comenius e de como foi instalada pelo burgueses. Para Rousseau, a educação nos deve dar tudo o que não temos ao nascer e de que necessitamos quando adultos, nunca ultrapassando ou antecipando o desenvolvimento natural do homem. Essa educação vem da natureza, dos homens e das coisas. A educação da natureza, que é o desenvolvimento interno de nossos órgãos e faculdades, independe de nós. A dos homens é o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento. E a nossa própria experiência sobre os objetos que nos afetam é a educação das coisas. Daí os seguintes princípios didáticos:

  • respeitar o desenvolvimento natural dos indivíduos;
  • controlar as influências dos homens, interferindo o mínimo possível;
  • não impor conteúdos, mas arranjar situações em que o aluno tenha possibilidade de descobrir por conta própria.

A burguesia, naquele momento histórico, necessitava de uma pedagogia científica capaz de fundamentar uma escola eficiente, porque precisava instrumentalizar-se culturalmente, preparar a elite para o avanço científico, formar seus quadros, formar o cidadão e difundir sua visão de mundo às camadas populares. Depois surgiu a Escola Nova, movimento que acusava a escola tradicional de ineficiente, não científica, medieval. Para Dewey, a escola estava falida e a salvação da humanidade estava na construção de um “novo homem” através de uma nova escola. A Escola Nova, na proposta de Dewey, tentava ser científica, adotando o procedimento do laboratório: atividade, problema, dados, hipóteses e experimentação, usando assim o método de pesquisa como método didático. De acordo com Saviani, o movimento “escolanovismo” passou a supervalorizar as possibilidades do aluno, usando uma metodologia na qual todos tinham direito à voz e relegando a um segundo plano os resultados de aprendizagem. Toda essa trajetória histórica pode-se considerar que influenciou na evolução do sistema educacional brasileiro.

  1. No Brasil-colônia, com sua economia agroexportadora, o sistema educacional montado pelos jesuítas cumpria funções importantes para a coroa portuguesa. Os seus colégios e seminários funcionavam como centros que apregoavam o cristianismo e a ideologia dos colonizadores, subjugando pacificamente os indígenas e tornando dóceis os escravos. Os jesuítas adotaram, aqui, seu famoso plano de educação: o “Ratio Studiorum”. Observe-se que, de alguma forma, tentaram adaptar esse plano à realidade local, principalmente Manoel da Nóbrega, que incluiu as escolas de ler e escrever, atitude considerada muito relevante e avançada para época, todavia entrou em choque com a sua própria ordem religiosa. Em 1759, o Marquês de Pombal expulsou os jesuítas, provocando o que é considerado, por alguns, uma hecatombe do sistema educacional brasileiro. A partir daí, os ensinos secundários, que ao tempo dos jesuítas era organizado em forma de curso – Humanidades –, passa a aulas avulsas (aulas régias) de latim, grego, de filosofia, de retórica. Pedagogicamente, essa nova organização é um retrocesso. No Império e na Primeira República, a Igreja continuou, basicamente, com o controle das instituições de ensino com a função de reprodução da ideologia da classe dominante Na fase republicana, com a nova Constituição de 1891, o ensino secundário seria da competência da União, enquanto que o ensino primário e ode formação do magistério primário ficariam sob a responsabilidade dos estados. Esses sistemas estaduais de ensino primário e de formação de professores atendiam, quase que exclusivamente, às populações urbanas. As populações rurais eram servidas por poucas escolas isoladas - de uma só classe – com professores improvisados. Com o término da primeira guerra mundial, refletiram-se no Brasil as novas condições mundiais de vida política e econômica que determinavam uma reorientação dos processos educacionais. A Didática, por sua vez, era compreendida como um conjunto de regras, com o objetivo de assegurar aos futuros docentes as orientações necessárias ao seu trabalho, separando, todavia, a teoria da prática.

  1. Em 1932, é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em defesa do ensino público e gratuito. Livros começaram a ser publicados, divulgando as novas ideias sobre o ensino, destacando-se o de Lourenço Filho, “Introdução ao Estudo da Escola Nova”. Acentuam-se, então, as duas tendências em choque: a que visava simplesmente à ampliação do sistema e a que defendia sua renovação qualitativa, como condição de desenvolvimento cultural do Brasil. Os métodos de ensino renovados deveriam valorizar as tentativas experimentais de descoberta, bem como o estudo do meio natural e social. Dá-se um avanço no setor educacional com a Constituição de 1934. Ficou estabelecida a “necessidade da elaboração de um Plano Nacional da Educação que coordenasse e supervisionasse as atividades de ensino em todos os níveis. Dois outros fatos marcantes, ainda na década de 30, foram: a criação do INEP – Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos é o outro fato foi a instituição da Didática como curso e disciplina, com duração de um ano, por força do art.20 do decreto-lei nº 1190/39. No fim da década de 50, inicia-se um período de grande efervescência política e educacional, refletindo a expansão econômica e o desenvolvimento industrial. A Didática, nesse contexto, faz o discurso da Escola Nova, que era marcado pela valorização da criança, tentando superar a escola tradicional.
  1. Depois do golpe de 1964, a educação é vinculada à Segurança Nacional. O modelo político-econômico reforça o controle, a repressão e o autoritarismo. O tratamento dispensado aos diversos planos de governo, no setor educacional, está definido claramente como ligado a imperativos de ordem política. os conteúdos de Didática centram-se na organização racional do ensino. O processo é que define o que professores e alunos “devem fazer”, “quando fazer” e “como fazer”. Observa-se, aí, uma maior desvinculação entre a teoria e a prática, o papel do professor era de mero executor de objetivos instrucionais, de estratégias de ensino e modelos de avaliação. O formalismo didático era observado nitidamente através dos planos elaborados segundo normas prefixadas pelos cânones didáticos; quando muito o discurso dos professores é afetado, mas a prática pedagógica permanecia a mesma.
  1.  O ensino da Didática ingressa em uma fase que se poderia chamar, talvez, de fase síntese. Por iniciativa da PUC/RJ, tendo como organizadora Vera Candau, realizou-se um seminário, de 16 a 19 de novembro de 1982, que recebeu o expressivo título “A Didática em questão”. Constatou-se que a Didática não possuía um conteúdo próprio, constituindo-se em um conjunto de informações fragmentadas; apresentava-se desarticulada entre a teoria e a prática, caracterizando-se pelo consumismo de teorias importadas; reduzia-se ao aspecto instrucional; tinha como pressuposto implícito a afirmação da neutralidade científica e técnica; desarticulava-se das disciplinas de fundamentos da educação ; não havia integração entre suas dimensões técnica, humana e política. neste cenário atual, a Didática tem uma importante contribuição a dar em função de esclarecer o papel sociopolítico da educação, da escola e, mais especificamente, do ensino e da aprendizagem , de acordo com os pressupostos de uma pedagogia transformadora: é o de trabalhar no sentido de ir além dos métodos e técnicas, procurando associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma, técnico-político, ensino-pesquisa, professor-aluno. Ela deve contribuir para ampliar a visão do professor quanto às perspectivas didático-pedagógicas mais coerentes com nossa realidade educacional, ao analisar as contradições entre o que é realmente o conjunto de ações da sala de aula e o ideário pedagógico apoiado nos princípios da teoria liberal, assentado na prática pedagógica de muitos professores.
  1. Ensinar nas próximas décadas exigirá mais intensamente mudanças dos paradigmas convencionais do ensino, em termos de contínuas revisões, ampliações e investigação das formas “presentes” de ensinar e de aprender, até porque uma das metas da educação é fazer com que o aluno, além de aprender conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, saiba também fazer análises, estabelecer relações, levantar hipótese, fazer sínteses, fazer pesquisas, saiba aprender a aprender. E que o professor esteja atento a algumas competências que serão importantes ao seu crescimento profissional. É importante levar em consideração que o contexto de transformação da sociedade não é apenas a sala de aula e a escola, encontra-se além muros das instituições de ensino, apesar da instituição ser parte da luta pela mudança. Pode-se, entretanto, afirmar que articular o trabalho em sala de aula com a transformação da sociedade é fundamental para eliciar o processo de renovação de sua metodologia “tradicional” em direção a uma metodologia transformadora; embora se entenda que a sala de aula e o resto da sociedade permaneçam em áreas fisicamente distintas. O professor que compartilha da concepção transformadora deve conferir seu testemunho de respeito à liberdade, a favor da democracia, e saber viver e conviver com as inúmeras diferenças, respeitando-as.

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