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Fundamentos Da Linguistica Aplicada

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Por:   •  9/9/2014  •  1.802 Palavras (8 Páginas)  •  912 Visualizações

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História da Linguística

O objeto de estudo da Linguística não é novidade, nem recente. Desde a Antiguidade, já se estudavam as línguas, a linguagem, no entanto “o termo [Linguística] foi empregado pela primeira vez em meados do século XIX, para distinguir as novas diretrizes para o estudo da linguagem, em contraposição ao enfoque filológico mais tradicional.”1 A ciência linguística se tornou especialmente conhecida e ensinada na década de 60.

De qualquer maneira, é de utilidade apresentar um panorama sobre os estudos linguísticos nas diversas épocas. Como referência, será utilizado o Um Traçado da História da Linguística2, do qual é feita uma espécie de resenha a seguir.

Dividiremos em 4 períodos: Antiguidade, Medievo, Modernidade e Contemporaneidade.

1. Antiguidade

• Tradição babilônica: os textos mais antigos datam de cerca de 4.000 anos atrás. Nos primeiros séculos do segundo milênio a.C., no sul da Mesopotâmia, surgiu uma tradição gramatical – nomes/substantivos em sumério (língua dos textos religiosos e sagrados) – que durou mais de 2.500 anos. O sumério foi sendo trocado no discurso do cotidiano por outra língua diferente (o acádio). Continuou prestigioso e usado em contextos religiosos e legais; foi ensinado então como língua estrangeira.

• Tradição hindu: ela tem origem no primeiro milênio a.C. e foi estimulada por mudanças no sânscrito (língua sagrada dos textos religiosos). O ritual exigia a exata realização verbal dos textos religiosos; então a tradição gramatical mais conhecida é a de Pānini, cuja gramática cobria a fonética e a morfologia.

• Linguística grega: como em outras áreas de esforço intelectual, os gregos fizeram investigação filosófica sobre a linguagem: a origem da linguagem; sistemas de partes do discurso; relação entre linguagem e pensamento; iconicidade e arbitrariedade das palavras-signos. No Crátilo de Platão, Sócrates aparece defendendo a conexão natural; Aristóteles, por outro lado, favorecia a convenção em vez da natureza. É de Dionísio Thrax, Technē Grammatikē, uma breve descrição do grego tratando de fonética e fonologia (inclusive partes do discurso). Apolônio Díscolo, séculos depois, descreverá a sintaxe grega.

• Tradição romana: continuou com o mesmo interesse da linguística grega. O interesse primário era em morfologia, particularmente nas partes do discurso e as formas de nomes/substantivos e verbos. A sintaxe foi largamente ignorada. Varrão produziu uma gramática do latim. As gramáticas tardias de Donato e de Prisciano foram muito influentes na Idade Média.

• Tradições arábica e hebraica: a tradição gramatical grega teve forte influência sobre a tradição arábica, que também se focava na morfologia e tinha descrições fonéticas precisas. Influenciou a tradição hebraica. Ben Josef al Fayyum produziu a primeira gramática e o dicionário de hebraico. A tradição gramatical hebraica atingiu seu pico com David Kimhi e em subsequência teve forte impacto na linguística europeia.

2. Medievo

Na Idade Média, o latim era tido em grande estima como língua franca e como a primeira língua escrita. Gradualmente cresceu nos estudiosos o interesse pelas línguas vernaculares. Gramáticas pedagógicas do latim para nativos de outras línguas começaram a aparecer. Um abade na Bretanha, mais ou menos no ano 1.000, escreveu uma gramática do latim para crianças falantes do anglo-saxão. Escreveram-se também gramáticas descritivas dos vernáculos, que geralmente apresentavam as línguas aos moldes do latim.

No séc. XII, apareceu a noção da natureza universal da gramática. Bacon sustentava que a gramática fosse fundamentalmente a mesma em todas as línguas, com diferenças incidentais e superficiais. No mesmo século ainda, houve O Primeiro Tratado Gramatical de um desconhecido autor da Islândia que apresentava uma breve descrição fonológica do islandês e que se preocupava em corrigir desta língua imperfeições do sistema de escrita baseado sobre o latim.

Pelo colonialismo europeu, tomou-se ciência de diversas línguas. Os estudiosos compilavam listas de palavras e comparavam as línguas, o que viria a gerar o método comparativo.

Ao final do séc. XVI, surgiu a noção de que as línguas europeias formam uma família e que a partir das línguas filhas se voltaria a uma única língua antiga. Andreas Jäger propôs isso em 1686 definindo a terra natal desta língua antiga como as montanhas caucasianas, de onde as línguas se espalharam para a Europa e Ásia. Por equívoco de história, é a William Jones dado o crédito da descoberta da relação das línguas indo-europeias e a fundação da linguística comparativa. Outras famílias foram reconhecidas depois. Rasmus Rask apontou a importância da evidência gramatical para o estabelecimento das relações entre as línguas.

A linguística no período colonial tinha outras preocupações que não a comparação e classificação de línguas. Escreveram-se gramáticas das línguas europeias e das línguas das colônias. Os missionários tiveram um papel importante e suas gramáticas de línguas não europeias dominaram do séc. XVI ao XVIII. O padre jesuíta José de Anchieta é uma figura de destaque: conhecia o português, o castelhano, o latim, e aprendeu o tupi, compondo a primeira gramática deste. O latim era a base das gramáticas missionárias, ainda que os melhores gramáticos missionários tivessem consciência dos problemas de aplicar as classes e estruturas latinas às outras línguas.

3. Modernidade

A linguística moderna surgiu no final do séc. XIX e começo do séc. XX trocando o foco da mudança da língua ao longo do tempo para aquele de um sistema estruturado e autônomo em determinado ponto no tempo, formando, então, a base da linguística estruturalista no período pós-Primeira Guerra.

O linguista suíço Ferdinand de Saussure, conhecido como o pai da linguística moderna, é amplamente reconhecido por essa mudança de foco. Ele mesmo escreveu pouco, mas seus alunos, por notas de aulas, reconstruíram suas ideias, publicando-as postumamente em 1916 no Curso de Linguística Geral. Saussure defendeu a conceituação e a arbitrariedade do signo linguístico, sendo de grande influência.

A Fonética e a Fonologia foram dominantes na linguística moderna inicial. O IPA (International Phonetic Association) foi estabelecido em 1886 por um grupo de foneticistas europeus.

• A Escola

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