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Hiponímia e Hiperonímia: Relações semânticas entre as palavras

Por:   •  4/4/2017  •  Artigo  •  1.411 Palavras (6 Páginas)  •  1.047 Visualizações

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Hiponímia e Hiperonímia: relações semânticas entre as palavras

Resumo

O presente artigo foi realizado como avaliação desenvolvida na disciplina Português IV: Semântica e tem como objetivo apresentar breve análise de estudos de diferentes autores que tratam da progressão referencial por hiponímia (processo em que se usa primeiro um termo menos abrangente, que é retomado por um mais abrangente) e hiperonímia (processo em que, primeiramente, faz-se uso do termo mais abrangente, que depois, é retomado por um termo mais específico) em textos e discursos. Iremos abordar a definição do fenômeno semântico hiponímia e hiperonímia, sua funcionalidade no discurso, e como o significado de uma palavra se relaciona com os significados de outras já existentes.

Palavras-chave: referenciação, coesão lexical, acarretamento, hiponímia, hiperonímia.

Introdução

Mesmo intuitivamente, lançamos mãos, em nossas interações comunicativas, das diferentes relações de sentido que as palavras mantêm entre si. Segundo Antunes (2012), as próprias experiências dos falantes nos permitem adentrar nesse universo complexo das redes de sentido que as palavras guardam entre si. Nesse aspecto, a coesão referencial pode manifestar-se tanto por meio de recursos de ordem gramatical, como por ordem lexical. Para este trabalho debruçaremos no uso de hipônimos e hiperônimos como mecanismos referenciais, tendo como corpus para análise, trechos de textos divulgados em sites de propagandas.

Este trabalho fundamenta-se no referencial teórico do Funcionalismo, por ser essa uma "corrente linguística que se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas." (CUNHA, 2008, p. 157) Dessa forma, os estudos funcionalistas pautam-se no pressuposto de que a estrutura linguística não pode ser expressa de maneira satisfatória sem a consideração de determinadas situações comunicativas.

Progressão referencial por hiponímia e hiperonímia

Existem diversos mecanismos responsáveis por manter a coesão referencial nos textos e discursos. Entre eles, podemos citar a coesão lexical por substituição de uma unidade lexical por outras com que ela mantém relações de sentido. Essa coesão lexical é obtida por meio de dois mecanismos: a contiguidade e a reiteração. A contiguidade consiste no uso de termos pertencentes ao mesmo campo semântico. Já a reiteração se dá pela repetição do mesmo item lexical ou por meio de sinônimos, palavras genéricas e por hiperônimos.

Trataremos neste trabalho, a coesão lexical por hiperonímia e hiponímia, que segundo Cançado (2012), é uma “relação de sentido entre as palavras no qual o item lexical mais específico é chamado de hipônimo e o termo mais geral, é chamado de hiperônimo.

A hiponímia é um termo novo entre os semanticistas, porém sua definição é tradicionalmente conhecida como inclusão. As restrições impostas à equivalência pela sinonímia desaparecem quando se trata da hiperonímia, pois nesse caso, as possibilidades de significação, exatamente por serem gerais ou inespecíficas, abarcam muito mais contextos.

O estudo dos fenômenos semânticos é de suma importância para que a eficácia da coesão se faça presente na concatenação de expressões. Um dos dispositivos aos quais se lança mão é a questão da abordagem referencial, e para entender tal recurso, faz-se necessário despir as artimanhas, tais como as generalizações.

As generalizações na abordagem referencial costumam conduzir o leitor a classificar como sinônimos toda sorte de implícitos hierárquicos a saber: pressuposição, acarretamento, implicatura conversacional, deduções, inferências e subentendido.

Quando Márcia Cançado (2012) nos mostra em seus exemplos que é comum escutarmos frases como isso acarreta uma série de problemas ou isso implica uma série de problemas, como sendo semelhantes, faz-se necessário aqui que esmiuçemos as particularidades que existem por trás da língua na procura do entendimento que trará uma boa concatenação na produção de textos orais e escritos.

Segundo Maingueneau (2004, p119, apud ANTUNES, 2012, p.75),

“(...) compreender uma narrativa – e, de forma mais abrangente o conteúdo de qualquer texto – não é decodificar uma a uma as frases e as fases de uma intriga: é passar de uma sucessão a um todo de sentido coesivo-coerente, percebido na formação de um texto”.

Outro ponto que vale a pena ressaltar é a forma como alguns autores referem-se erroneamente à expressão variação lexical, a fim de fazer alusão ao recurso de apenas trocar uma palavra por outra e de evitar repetições na construção de frases, porém devemos encarar tal expressão como um dispositivo de ordem cognitiva, linguística, interacional ou pragmática e abordamos aqui o âmbito da continuidade referencial como recurso utilizado no intuito de conseguir a coesão fazendo de palavras semanticamente equivalentes. Nessa abordagem referencial a variação lexical assume um aspecto de maior abrangência semântica e representa muito mais do que trocar uma palavra por outra.

Chegando nas paragens das abordagens referenciais, a noção de acarretamento será melhor compreendida à medida que adotarmos uma postura estritamente semântica e para tratarmos tais referências, lançaremos mão de mais dois artifícios que auxiliarão na compreensão: a hiponímia e a hiperonímia.

Dos livros dos ensinos fundamental e médio percebemos que esses dois elementos são tomados como partes constituintes complementares na referenciação que conduz ao processo de coesão, mas para melhor compreensão seria melhor que encarássemos o processo de forma assimétrica.

O que vem a ser essa assimetria representada pelos hipônimos e hiperônimos? Assumindo as representações gráficas representadas pelos símbolos de contém e está contido, o hipônimo representa o papel particularizador, enquanto o hiperônimo, o generalizador.

Se analisarmos a classe do cachorro, por exemplo, e analisarmos sua classificação de canino, quadrúpede e animal, perceberemos que a classificação em animal é mais abrangente e daí teremos o hiperônimo atuando em sua melhor forma, enquanto a classificação cachorro é muito peculiar, pois estamos restringindo a classe em questão, para isso o hipônimo atua.

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