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LEITURA - LEITURA IMPRESSA E DIGITAL

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Por:   •  7/11/2014  •  3.648 Palavras (15 Páginas)  •  512 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Os desafios enfrentados pelos professores em relação aos tipos e parâmetros de leitura, nos dias atuais, os remetem a continua e constante análise de como proceder em relação a absorção de conhecimentos e como repassar a esses indivíduos quase “virtuais” e mais contemporâneos que nunca, os alunos .A pergunta é: Como a escola pode formar leitores nessa contemporaneidade quando impera uma cultura à qual os professores aderem como emigrantes, enquanto os alunos são os nativos? E como fazer desse leitor recém-inventado, esse adolescente “zapper” que ziguezagueia como um pássaro, um autor intérprete crítico e produtor de sentidos? E ainda: como potencializar as possibilidades de interatividade e multilinearidade da internet em favor da apreensão de saberes complexo em uma sociedade lan house, onde reina o sensorial, o efêmero e a superficialidade dos chats e jogos virtuais? A resposta para essas indagações, passa pelo entendimento da leitura como prática social, e na tangência dessas duas culturas, digital e impressa, o mais importante são as portas que se abrem para novas possibilidades de ensino. A leitura digital pode ser considerada, uma evolução natural da leitura escrita, no entanto uma em função da sua portabilidade, e a outra em razão da interação e diversidade tecnológica, podem e devem coexistir, buscando nesta convergência, sujeitos históricos mais livres. Em verdade, não se possa afirmar categoricamente que a internet favoreceu o desenvolvimento de uma "cultura letrada", com ênfase em informações profundas e relevantes, ela reforçou o peso da palavra escrita no cotidiano das pessoas. Mais do que gírias e jargões, como o famigerado "internetês", as transformações pelas quais passam a escrita e a leitura estão por ser dimensionadas.

1 Graduada em Letras, pela UNITINS – Fundação Universidade do Tocantins(2011)

LEITURA IMPRESSA E DIGITAL

A primeira das quatorze definições do dicionário Houaiss da língua portuguesa para o verbete “ler” é bastante objetiva: „percorrer com a vista um texto, interpretando-o por uma relação estabelecida entre as sequências dos sinais gráficos escritos e os sinais linguísticos próprios de uma língua natural‟. Assim definido, esse processo elementar de comunicação humana parece imutável. Mas, do ponto de vista dos desenvolvimentos (e dos entraves) relacionados à vida em sociedade, à economia e à tecnologia, o ato de ler sofre variações importantes de acordo com as pessoas, localidades e tempos considerados. A leitura na atualidade não é como no passado, quando não se imaginava que um dia leríamos na tela de um computador, por onde se acessa um labirinto cibernético de textos e hipertextos, ou de um artefato próprio para leitura de livros digitais. Com o aparecimento e o desenvolvimento das tecnologias, vivemos e convivemos também em ambientes digitais, produzindo, lendo, preenchendo e trocando diversos gêneros textuais em situações que têm se tornado cada vez mais corriqueiras, Coscarelli Novaes (2012, p. 69). Com o advento do computador e da internet, a leitura não se restringiu apenas à materialidade do papel, mas também se estendeu para outros suportes digitais. Um novo acesso aos textos e um novo modo de ler se estruturou. O manuseio de cada página do livro impresso se transfigurou em uma relação virtual; tela a tela o leitor se insere em um ciberespaço. Assim, frente às tecnologias eletrônicas uma nova relação entre leitor e texto se configura. A leitura deve ser entendida como uma prática social, um processo ativo e dinâmico. Nesse contexto, Coscarelli e Novaes (2010, p. 3) definem leitura “como leitura verbal hipertextual não linear e um sistema complexo, não por ser complicada, mas por ser realizada de forma dinâmica, aberta, recursiva, gerando estruturas emergentes nem sempre previsíveis” . Kleiman (2004) citado em Campos (2008, p.3), entende que a leitura é, também, uma atividade complexa devido aos múltiplos processos cognitivos utilizados pelo leitor ao construir o sentido de um texto, já que ela “não se dá linearmente, de maneira

cumulativa, em que a soma do significado das palavras constituiria o significado do texto”. Para Ribeiro (2008, p. 78): Ler é uma atividade que aciona conhecimentos de vários tipos e, embora as pesquisadoras mencionem uma série de pistas textuais e, mais amplamente, sígnicas para o leitor “colher” enquanto (e quando) lê, raramente lembram-se da avaliação muito mais sutil que o leitor faz dos trajetos propostos (e percebidos ou não) pelo projeto gráfico, pela forma que tem o objeto de ler. Sendo assim, a incorporação dos meios digitais na contemporaneidade tem levado o leitor a novas formas de interação e navegação, causando o ato de lidar com esses novos hipertextos eletrônicos um desafio, pois eles se reconfiguram no passar do tempo. Para o linguista, poeta e professor titular de semântica argumentativa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Carlos Vogt, há hoje uma dispersão da leitura causada pelas novas tecnologias e a forma eletrônica de tratamento do texto. “No meio eletrônico, de textos permeados por hipertextos, o leitor passa a ter diante de si várias „portas‟ que levam a outros textos. A progressão linear da leitura tradicional dá lugar a uma miríade de mosaicos de fontes novas e inesperadas de informação”, comenta. A professora universitária Tânia Pellegrini, uma das mais importantes do pais, lembra que já presenciamos uma grande mudança nos modos de ler no passado, quando foi inventada a imprensa. “Se na Idade Média tínhamos os imensos códices (manuscritos gravados em madeira), o advento da imprensa tornou o livro portátil. E bem antes disso, no Egito antigo, inventou-se o papel, suporte até hoje insuperável. Com os computadores, criou-se um suporte técnico antes inimaginável”, diz. Vogt e Pellegrini concordam que o presente seja de revelação de uma transformação crucial e de certo modo arriscada nos modos de ler. “Ler em uma tela é muito diferente de ler em um livro, muitíssimo diferente de ler pergaminhos ou papiros. A leitura na tela tende a ser mais rápida, apressada e fragmentada, pois a organização dos textos obedece às

possibilidades que o suporte oferece: procurar relações com outros textos, imagens, sons”, afirma a professora. Carlos Vogt aponta dois riscos que aumentam com a leitura de textos na internet: a limitação da imaginação e a dispersão da concentração. Para o linguista, “a leitura no computador leva ao esmaecimento da tensão entre a horizontalidade dispersiva e a verticalidade da semântica que leva à concentração, invertendo assim a „plenitude‟ do texto”. Os meios eletrônicos e a

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