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Literatura e Música

Por:   •  28/4/2016  •  Ensaio  •  2.994 Palavras (12 Páginas)  •  239 Visualizações

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Literatura e Música

Resumo: Este trabalho busca verificar, através de um estudo comparativo, as relações existentes entre a Música e a Poesia, utilizando, especificadamente, o poema A triste partida de Patativa do Assaré e a música cantada por Luiz Gonzaga levando em conta à questão do subdesenvolvimento, o êxodo rural, a fome, a fé do homem nordestino. Está presente neste ensaio uma pesquisa desenvolvida com base em pesquisas bibliográficas, assim temos como referencial teórico os autores Tárik de Souza (1983), Cynthia Gusmão (2008) Marcos Bagno (2007).

 

Palavras Chave: Musica, Poesia, Luiz Gonzaga.

ABSTRACT: This work aims to verify, through a comparative study, the relationship between music and poetry, using, specifically, the poem The sad departure Patativa do Assaré and music sung by Luiz Gonzaga taking into account the issue of underdevelopment, the rural exodus, hunger, the faith of the northeastern man. Is present in this paper a research developed based on literature searches, so we as a theoretical framework the authors Tárik de Souza (1983), Cynthia Gusmão (2008) Marcos Bagno (2007).

Keywords:  Music, poetry, Luiz Gonzaga.

                                         Matéria-prima

Tudo temos de primeira, sim

                                         Valor humano

                                         Gente honesta e ordeira também

(Luiz Gonzaga)

INTRODUÇÃO:

                Com base nas leituras sobre literatura e música, analisaremos o poema A triste partida, do poeta popular, compositor e cantor Antônio Gonçalves da Silva, popular Patativa do Assaré e o poema musicado na voz do compositor e cantor Luiz Gonzaga do Nascimento o popular Rei do Baião. Este trabalho situa-se no terreno de estudos desenvolvidos com base bibliográfica, na qual buscamos analisar questões da relação de literatura e música, e os retratos apresentado no poema e na música como o êxodo rural, a fome, a seca, e a fé do homem nordestino.

        Ao abordar as teorias para o desenvolvimento da pesquisa, trabalharemos com o levantamento dos seguintes teóricos Tárik de Souza: O som nosso de cada dia (1983), Cynthia Gusmão: Pequena viagem pelo mundo da música (2008), Solange Ribeiro de Oliveira, Carlos Rennó, Paulo Freire, Maria Alice Amorim, Janaina Rocha: Literatura e música (2003), Marcos Bagno: Preconceito linguístico (2007), Luiz Pimentel: Luiz Gonzaga (2007), Antônio Medina Rodrigues: De música popular e poesia (1990).

        A relação entre música e poesia vem desde a antiguidade. Na cultura da Grécia Antiga, por exemplo, poesia e música eram praticamente inseparáveis, a poesia era feita para ser cantada. De acordo com a tradição, a música e a poesia nasceram juntas. De fato, a palavra “lírica”, de onde vem à expressão “poema lírico”, significava, originalmente, certo tipo de composição literária feita para ser cantada, fazendo-se acompanhar por instrumento de cordas, de preferência a lira.

        No período medieval a igreja era o centro da vida cultural da Europa. A arte e o conhecimento eram cultivados no interior dos mosteiros, “a musica que conhecemos até o século XI era essencialmente religiosa, sacra. Ela foi preservada em manuscritos cuidadosamente desenhados pelos monges nas bibliotecas e gabinetes de copistas.” (GUSMÃO 2008).

        

        A partir de então, configuraram-se muitos momentos em que a música e a poesia se uniram. Segundo Antônio Medina Rodrigues, “a grande poesia medieval quase que foi exclusivamente concebida para o canto. O Barroco, séculos depois fez os primeiros ensaios operísticos, que iriam recolocar o teatro no coração da música. Depois Mozart, com a Flauta mágica ou D. Giovanni, levaria, como sabemos, esta fusão ao sublime.” (RODRIGUES: 1990 p.28). Durante muito tempo, a poesia foi destinada à voz e ao ouvido. Na Idade Média, “trovador” e “menestrel” eram sinônimos de poeta. Seria necessário esperar a Idade Moderna para que a invenção da imprensa, e com ela o triunfo da escrita, acentuasse a distinção entre música e poesia. A partir do século XVI, a lírica foi abandonando o canto para se destinar, cada vez mais, à leitura silenciosa.

        Neste estudo, pretendemos refletir sobre a união mais recente que ocorreu entre a poesia e a música no Brasil, enfocando, especialmente Luiz Gonzaga que com suas músicas cantou o sertão nordestino. Luiz Gonzaga do Nascimento, conhecido como o Rei do Baião, nasceu em Exu, 13 de dezembro de 1912 e faleceu em Recife, em 2 de agosto de 1989, foi um importante compositor e cantor popular brasileiro. Foi uma das mais importantes e figuras da música popular brasileira. Acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou o forró pé-de-serra, e também a pobreza, as tristezas e as injustiças do sertão nordestino para o resto do país, que difundiu o baião, o xote e o xaxado numa época em que a maioria das pessoas desconheciam essas categorias musicais.        

        Luiz Gonzaga do Nascimento cantou com muita originalidade a cultura nordestina. Por sua voz, difundiu o sertão e a relação desses com a cidade grande, a política e a economia da sociedade brasileira.  O mestre da música cantou os problemas sociais do nordeste dentro e fora do Brasil, registrou os valores culturais relacionados à identidade nordestina e contribuiu com o enriquecimento da cultura brasileira. Pelo quadro da época, registrado nas músicas, o sanfoneiro ganhou reconhecimento e fama, após superar as dificuldades econômicas e as resistências de alguns artistas do rádio, até então no auge como difusores culturais e artísticos.

        Dividindo letras e melodias com parceiros como José Dantas de Sousa Filho, Humberto Teixeira, entre outros, narrou as condições de vida, as alegrias, as tristezas, as paisagens, a seca, a fé, as festas, as danças, as despedidas, os retornos, a saudade, homenageou seu pai, Januário, os amores, a migração, e os “cabras da peste” nordestino. “Gonzaga e seus diversos parceiros fizeram mais do que “aproveitar o sertão””. (SOUZA, 1983).

        O Rei do Baião também fez parceria com o poeta Patativa do Assaré. Patativa tornou-se uma das principais figuras da poesia e da música nordestina, apesar de ter gravado apenas três música. com uma linguagem simples, porém muito poética ele difundiu a cultura popular, voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino.        Em 1964, Gonzaga ver Assaré recitar o poema A triste partida, impressionado com os versos, decidiu musicá-los. E em 1965 gravou a música, e tornou um dos maiores sucessos do Rei do Baião e que levou o nome do poeta ao conhecimento nacional e foi à primeira composição de Assaré a se gravada. A composição relatava as agruras do nordestino diante da seca, tendo que abandonar sua terra para trabalhar no sul.

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