Lusiadas

A Narração é a maior parte do poema Os Lusíadas, obra de Camões que narra a saga do povo português, tendo como foco a viagem de Vasco da Gama às Índias. A narrativa tem início na estrofe XIX, quando Vasco da Gama e sua esquadra encontram-se entre Moçambique e a Ilha de Madagascar, naquela época conhecida como Ilha de São Lourenço. Posteriormente, Camões narra o momento em que os deuses do Olimpo se reúnem em Concílio sob o comando de Júpiter, que deseja que os demais deuses ajudem os portugueses a chegarem até o Oriente. Vênus e Marte se posicionam a favor de Vasco da Gama e seus marinheiros. Baco, por sua vez, se mostra contra o projeto lusitano.  Ao seguirem viagem e avistarem continente, os portugueses conversam com nativos que são da religião de Maomé, contam sua origem e o objetivo de chegarem as Índias.

No dia seguinte, o rei do lugar interroga o capitão Vasco da Gama, que pede ao governante mouro pilotos capazes de leva-lo até seu destino.  Entretanto, Baco intervém e disfarçado convence o chefe mouro a conduzir os portugueses até a morte. Após um ataque ao povo português e a tentativa falha, por intervenção de Vênus, de levar Vasco da Gama e sua esquadra até uma terra habitada somente por muçulmanos, o piloto mouro faz com que os portugueses cheguem  até Mombaça, afirmando que naquela terra viviam passivamente cristãos e mouros, o que era mentira, levando em conta o fato de que Baco havia, novamente disfarçado, alertado aos habitantes daquele lugar que os portugueses eram perigosos, armando outra cilada contra a Armada de Vasco da Gama. O canto termina com uma reflexão do poeta sobre os inúmeros perigos que existem ao redor do Homem.

O segundo canto começa com Vasco da Gama acreditando na simpatia e hospitalidade dos mensageiros mouros e após dois de seus homens visitarem a terra e avistarem cristãos, outra farsa de Baco, decide entrar no porto de Mombaça, onde o povo estava disposto a destruir os portugueses por influência de Baco. Entretanto, Vênus, com o auxílio de Nereidas, bloqueia a passagem fazendo com que os portugueses se afastem de Mombaça e consequentemente os mouros fogem, acreditando que a Armada descobriu a armação. Vasco da Gama finalmente percebe o perigo que corria e dirige uma prece, pedindo intercessão divina para chegar à terra que buscava. Vênus comove-se ao escutar suas preces e implora que Júpiter proteja os portugueses.  O deus dos deuses lhe promete que os portugueses encontraram as Índias e erguerão um grande império no Oriente. Mercúrio é enviado à terra por Júpiter e em sonhos, indica a Vasco da Gama o caminho até Melinde, uma terra de povo mulçumano na qual anteriormente já havia espalhado boas notícias sobre o heroísmo e boa índole dos portugueses. A esquadra lusitana é extremamente bem recepcionada em Melinde  e o rei daquela terra visita a Armada, afirmando para Vasco que ali terão porto seguro e lhe pedindo informações sobre e história de seu povo e de seu país.