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MARCAS DE ORALIDADE EM TEXTOS DISSERTATIVOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO DESCRITIVO ACERCA DA PRESENÇA DA LINGUAGEM COLOQUIAL EM TEXTOS ESCRITOS

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Por:   •  9/3/2015  •  5.941 Palavras (24 Páginas)  •  1.271 Visualizações

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MARCAS DE ORALIDADE EM TEXTOS DISSERTATIVOS DO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO: UM ESTUDO DESCRITIVO ACERCA DA PRESENÇA DA LINGUAGEM COLOQUIAL EM TEXTOS ESCRITOS

Uilian Mendes da Costa

Elisandro Félix de Lima

RESUMO: O presente trabalho discorrerá sucintamente sobre a influência da língua oral em produções escritas de alunos do 3º ano do ensino médio, identificando se há presença de oralidades na escrita, e fatores linguísticos e extralinguísticos que as influenciam. A pesquisa basear-se-á no suporte teórico-metodológico da Sociolinguística laboviana, estudo bibliográfico e documental, com bases teóricas, em Mattoso, Koch, Marcuschi, Perini, Bagno, Preti,Terra, Andrade e Henriques os quais explanam questões sobre variações linguísticas, e a influência da fala na escrita. Em face de todo o exposto, tornou-se evidente a influência da língua oral na escrita, e os fatores extralinguísticos que determinaram este fenômeno.

PALAVAS-CHAVE: Sociolinguística. Geolinguosociocultural. Variações linguísticas.

1 APRESENTAÇÃO

Apropriamo-nos desde pequenos das regras presentes na fala de nossos pais, tios, avós, irmãos, amigos, colegas e de outras pessoas com as quais nos relacionamos no decorrer de nossas atividades sociais. Ao chegarmos à idade escolar, deparamo-nos com uma língua parecida com aquela que aprendemos na sociedade, mas com regras muito diferentes, especialmente, quando temos que escrevê-la. Assim, parece-nos muito mais fácil as regras da língua que trouxemos para a escola e não as regras da língua que a escola quer que aprendamos. Assim sendo, com o passar dos tempos, notamos que ora usamos a regra da língua que a escola nos ensinou, ora equivocamos ao utilizar regras da língua que aprendemos no meio social.

Dizem-nos que estamos deixando marcas de oralidade na escrita. O que se vê a invasão da variante oral (aprendida por nós) na variante escrita (ensinada pela escola). Diante de tal paradigma, cabe-nos perguntar: as marcas de oralidade na escrita são mais frequentes no 3º ano do ensino médio? Quais fatores extralinguísticos, em tese, são influenciadores do fenômeno?

Entende-se que as influências da oralidade na língua escrita não ocorrem somente entre os falantes não escolarizados, mas também entre estudantes do ensino médio.

Acredita-se que as marcas de oralidade apresentam maiores índices de diminuição no 3º ano do ensino médio, tais marcas diminuem influenciadas por fatores extralinguísticos, à medida que o aluno avança ao término da fase de escolarização básica.

A língua falada tem função social e deve ocupar um lugar de destaque no ensino de língua portuguesa, daí o interesse em pesquisá-la amiúde já que ela está tão presente e tem contribuído, sobremaneira, para o desenvolvimento da língua portuguesa como um todo.

Em suma, é sempre importante compreender como funcionam os mecanismos linguísticos de um povo, especialmente, para compreender como esse mesmo povo pensa e constrói seus saberes linguístico e extralinguístico.

A pesquisa foi embasada teoricamente em Mattoso (1986), Koch (1986, 2003), Marcuschi (1986, 2007, 2010), Perini (2000, 2004), Bagno (1999, 2007) Terra (1997), Andrade e Henriques (2010), objetivando questões geolinguosociocultural, abordando variações linguísticas, e se elas estão presentes em textos escritos.

O desenvolvimento deste trabalho foi por meio de pesquisa bibliográfica e de campo e foi sistematizado em três etapas distintas: na primeira, foram escolhidas, lidas e fichadas as obras necessárias ao desenvolvimento do trabalho; na segunda, foram feitas as pesquisas de campo, quando foram recolhidas as redações dos alunos do 3º ano do ensino médio, da Escola Estadual Carlos Drummond de Andrade - Presidente Médici (RO) lidas e analisadas e dadas o devido tratamento estatístico e metodológico. Na terceira e última, os dados foram analisados, comparados, conferidos e compilados, dada a devida atenção às variações decorrentes do uso de variantes linguísticas e/ou sociais que são, quase sempre, originadas a partir de influências diatópicas e diastráticas, baseado no suporte teórico-metodológico da Sociolinguística laboviana, foi analisado e medido a intensidade de incidência da oralidade na escrita decorrente do uso de regras que a língua oral e a escrita exigem.

2 LÍNGUA, LINGUAGEM E CONVERSAÇÃO

Os nossos pensamentos são organizados por meio da linguagem e é também por meio dela que conseguimos nos interagir com os demais membros da coletividade em que estamos inseridos e atuamos como elemento ativo.

Lidamos com a linguagem desde sempre. Na infância, somos sujeitos ativos de uma linguagem diferente daquela que nossos familiares e amigos utilizam para se comunicar conosco. Somente mais tarde, com um ano, aproximadamente, tornamo-nos sujeitos também da linguagem do grupo social a que pertencemos ao pronunciarmos as primeiras palavras. Nesta fase, deixamos de lado o balbucio para nos ingressar no mundo da linguagem oral.

Com essa mudança de fase, a partir do momento em que as crianças adquirem o manejo da língua dos adultos e deixa o balbucio para trás, surge uma nova forma de raciocinar a respeito de si, dos outros e do que a cerca. Para Câmara Júnior (1986), a partir desse momento, dá-se o início do desenvolvimento da língua materna, língua que se aprende devido às circunstâncias onde o indivíduo se dispõe de sua atividade mental.

É pela linguagem que, quase exclusivamente, interagimo-nos com os outros no meio social em que vivemos, ou seja, é pela linguagem, especialmente a verbal, que a língua se manifesta no processo de interação indivíduo versus indivíduo no sentido de expor conhecimentos e de firmar outros processos de comunicação importantes no relacionamento grupal.

Para Koch (2003, p. 7), “o homem representa para si o mundo através da linguagem e, assim sendo, a função da língua é representar (=refletir) seu pensamento e seu conhecimento de mundo”, para si, para o outro. A noção de linguagem é muito mais ampla do que a vimos neste trabalho, visto que se divide em verbal e a não verbal. Para as nossas reflexões, basta-nos o conceito e a natureza da linguagem verbal, visto que é nela onde estão os elementos de nossas preocupações.

A linguagem tem uma função prática e imprescindível na vida do indivíduo como tal e como membro de uma sociedade. É ela, a linguagem, que possibilita a realização de diversos atos sociais, especialmente, aqueles exclusivos da própria

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