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Memórias Póstumas de Bras Cubras Resenha

Por:   •  29/1/2022  •  Resenha  •  1.138 Palavras (5 Páginas)  •  96 Visualizações

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Resenha: Memórias Póstuma de Brás Cubas

Celso gomes da Silva Filho

Memórias Póstumas de Brás Cubas é sem dúvida um marco na literatura brasileira, e não tem como falar de Memórias Póstumas sem falar de seu autor. Entretanto, com o propósito de quebrar a repetição explanando todos os detalhes acerca da vida do autor, Machado de Assis, nesta resenha será exposto somente algumas passagens de sua vida, que pareceram relevantes para as impressões finais da leitura, ainda que talvez não sejam as mais importantes e/ou relevantes.

Machado era filho de um operário mestiço e de uma lavadeira, mas logo ficou órfão e seus cuidados ficaram em mãos de sua madrasta, uma doceira mulata que lhe matriculou na única escola em que estudou. Machado de Assis era mulato, epilético e gago. Sua cor, sua saúde frágil, seu status social e tantos outros empecilhos poderiam tê-lo transformado em mais um, mas não transformaram. Ao invés, tornou-se imortal. Único. Canonizado. Diante de tudo isto – que é muito pouco e muito omisso – dizer que Machado de Assis não representou sua realidade primeira em suas obras – criticando-a, ironizando-a – é negar o inegável, pois mesmo uma leitura ingênua não seria cega.

São memórias vindas do mundo dos mortos que li. Memórias Póstumas de Brás Cubas representa escancaradamente os pormenores “secretos” da burguesia carioca – e mesmo de outras burguesias – também sutilmente os pormenores de como os negros eram vistos e tratados. Por se tratar de memórias post-mortem, do defunto autor Brás Cubas, o enredo possui uma liberdade criativa sem tamanhos, que fica evidente no simples fato já supracitado: é um morto que nos conta suas memórias. Memórias estas que consistem na história de vida de Brás Cubas, contada de acordo como se lembra desde a infância privilegiada e cheia de caprichos – uma criança rica e mimada, cuja criação colocou-lhe na mente a ideia de dono do mundo (eis o negro Prudêncio, também criança, mas brinquedo – a sutilidade do branco superior ao negro e as atrocidades quais os segundos sofriam nas mãos dos primeiros).

Na juventude de Cubas aparece sua primeira paixão, Marcela, que efetivamente não é nada senão cortesã, prostituta de luxo, cujo único interesse por Cubas está em seu dinheiro (embora ele, Cubas, afirme que ela o amou. Eis aqui a necessidade de atenção ao romance, pois a história é contada pela visão de Cubas, que pode não ser necessariamente verdade). Os recursos da família que Cubas gasta com Marcela em festas, presentes e tudo o mais que o dinheiro pode comprar, levam seu pai ao limite, tomando a decisão de mandar Brás Cubas estudar em Coimbra. Brás vai, embora não seja sua vontade, e ocorre efetivamente sua primeira separação.

Com o diploma em mãos, Brás Cubas volta em virtude da doença da mãe, não muito diferente de como foi. Inapto para o trabalho, pois em Coimbra fez o que muitos fazem na universidade, seja qual seja: não estudou, apenas deixou as situações levarem-no. No Brasil, continuou vivendo como antes: à custa dos pais. Na tentativa de mudar esse quadro, o pai de Brás propõe-lhe um cargo de deputado e um casamento, que lhe colocaria na posição digna de um Cubas. Brás não concorda, mas aceita. Protela em voltar ao convívio social – afastou-se dele após morte da mãe – e nesse meio tempo conhece a coxa Eugênia, bela, porém coxa. O relacionamento dura muito pouco. Brás Cubas volta ao convívio social, a fim de fazer a vontade do pai – e a sua própria, pois quer ser famoso e importante (eis o emplastro). Enamora-se de Virgília. Entretanto, Virgília casa-se com Lobo Neves, que tira do protagonista não somente a noiva como também o cargo de deputado, cargo este louvável no mundo das aparências sociais, de que os Cubas precisavam. Apesar disso, Cubas e Virgília mantêm um relacionamento, um caso, que se mantém por muito tempo, até a ida dela com o marido para outro local, em virtude da presidência assumida por Lobo Neves. Brás ainda relaciona-se depois com a jovem Eulália, cujo casamento estava arranjado, mas ela morre aos dezenove anos de febre amarela, antes do casamento, deixando Brás sozinho mais uma vez. É o último relacionamento que tem antes de sua morte, provocada em virtude de uma pneumonia que adquiriu após a idéia do emplastro que o deixaria famoso. Assim termina a vida de Brás Cubas.

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