A Importância Da Intervenção Psicopedagógica Nas Turmas De EJA : Autoestima, Aprendizagem E Evasão Escolar

A importância da intervenção psicopedagógica nas turmas de EJA :

autoestima, aprendizagem e evasão escolar

Luciane Candido da Silva¹

RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar referências que respaldem a importância da intervenção psicopedagógica na escola. A partir de uma demanda vivida nas turmas de EJA no Colégio Estadual João Limongi, no Município de São José do Vale do Rio Preto .Onde leciono a disciplina artes a quatro anos, também em turmas regulares.

Este estudo pretende investigar, sobretudo a “evasão” de alunos trabalhadores na Educação de Jovens e Adultos (EJA), identificando suas possíveis causas e refletindo sobre estratégias pedagógicas e sobre o próprio fenômeno em si, que por vezes possui razões que vão além do ambiente escolar. Sendo que analisaremos a importância da autoestima na aprendizagem desses alunos e sua contribuição para que não haja infrequência e consequentemente a evasão do ambiente escolar.

Palavras-chave: autoestima, aprendizagem e evasão escolar

Apresentação

Este trabalho está organizado em 5 capítulos. O primeiro é a Introdução que traz o fundamento deste tema estudado, o segundo, intitulado “Sobre a Educação de Jovens e Adultos” tem como objetivo explicar como surgiram as primeiras indagações acerca deste estudo. O terceiro, “Motivos da “evasão” do aluno trabalhador” pretende explicitar a contribuição da literatura a respeito de alunos trabalhadores da EJA que, muitas vezes se deparam diante da escolha: trabalho/família X educação. Trás a definição deste conceito e como diferentes autores discutem essa relação não somente na área escolar, mas em outras áreas da vida.

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Graduação em Educação Artística pela UERJ, Especialização em Psicopedagogia Institucional pelo Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. E-mail : anecandido@hotmail.com Orientadora Rosemary Conceição dos Santos.

O quarto capítulo é sobre “A relação autoestima e aprendizagem” que além de definir o conceito de autoestima e aprendizagem, de acordo com alguns autores, vai respaldar importância da autoestima não apenas na aprendizagem dos educandos na escola como em outras áreas de sua vida.

E, por fim, o capítulo de número cinco “Intervenção psicopedagógica nas turmas de EJA: estratégia e mudanças” refere-se à Psicopedagogia como área de uma composição de dois saberes - psicologia e pedagogia, pois trata-se de uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção e reconstrução do conhecimento.O trabalho do profissional e psicopedagogia e a sua possibilidade de atuação, no fenômeno da evasão já mencionado.

1 INTRODUÇÃO

O presente estudo está fundamentado na importância da Educação de Jovens e adultos no atual contexto de nossa sociedade, compreendendo a relevância da intervenção psicopedagógica, por meio de uma atuação pautada na formação do cidadão de uma forma global e contribuindo para a permanência dos aprendizes na escola.

Neste trabalho o que se pretendeu foi, inicialmente, conhecer o perfil destes sujeitos que se encontram num processo educativo que tem como um de seus objetivos atenderem às suas especificidades, partindo do pressuposto de Arroyo (2006):

Penso que a reconfiguração da EJA não pode começar por perguntar-nos

pelo seu lugar no sistema de educação e menos pelo seu lugar nas

modalidades de ensino. (...) O ponto de partida deverá ser perguntar-nos

quem são esses jovens e adultos.

(ARROYO, 2006, p.22)

Refletir criticamente sobre a relevância da atuação do psicopedagogo dentro de uma instituição despertando a necessidade de se buscar uma educação de qualidade e consciente de que as pessoas aprendem de formas distintas. Reconhecendo as mudanças que ocorrem nas diversas fases de desenvolvimento da criança, pois a infância e a adolescência já requerem novos olhares por parte dos educadores, psicopedagogos, psicólogos entre ouros profissionais. Na fase adulta não é diferente.

A educação voltada para este público possui características próprias que deve ter um olhar diferenciado pelos educadores e pela sociedade, de modo geral. Principalmente no que diz respeito à autoestima na aprendizagem e de que forma essa intervenção contribui para que não haja infrequencia escolar e evasão.

2 Sobre a Educação de Jovens e Adultos

A Educação de Jovens e Adultos – EJA tem por finalidade, proporcionar a educação básica àqueles que não tiveram condições de frequentar, por quaisquer motivos, a escola, na idade tida como “correta”. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos (Parecer CEB nº 11/2000), em concordância com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, apontam três funções como responsabilidade da EJA: reparadora (restaurar o direito a uma escola de qualidade); equalizadora (restabelecer a trajetória escolar); qualificadora (propiciar a atualização de conhecimentos por toda a vida).

Atualmente a idade mínima para frequentar a EJA é 15 (quinze) anos para o Ensino Fundamental, e 18 (dezoito) para o Ensino Médio. No Art. 22 LDB 9.394/1996, está prevista a Educação de Jovens e Adultos – EJA, classificada como parte integrante da Educação Básica. E, assim como a educação regular, é dever do governo disponibilizar educação de jovens e adultos, contudo, também existem instituições privadas, autorizadas a atender esta modalidade de ensino.

O aluno que freqüenta a modalidade de EJA é diferenciado, pois possui vivências significativas, um aprendizado muito rico, muitas vezes obtido com a vida. É um aluno que pode estar voltando à Escola para a concretização

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