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O Retrato da Educação no Campo

Por:   •  14/10/2015  •  Relatório de pesquisa  •  1.607 Palavras (7 Páginas)  •  107 Visualizações

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O retrato da Educação no Campo

Antonio Francisco Ribeiro dos Santos

                                               Antonia Ferreira da Costa

                                            Mariza dos Santos Lira

               Há uma disparidade muito relevante quando se faz um com comparativo da escola dos nossos sonhos e da realidade que estão à nossa vista, essa diferença e notável se definirmos a escola atual por categorias como: função da escola, conhecimentos, relações de poder, organização curricular, postura do professor, do aluno, relação professor e aluno, cultura, diversidade e o espaço físico escolar. E a partir disso podemos discutir sobre a escola que temos e a escola que queremos.

              Os  fatos aqui narrados são frutos de   reuniões com pais, alunos e professores realizadas nas escolas Moisés Alves dos Reis em salas multisseriadas, que atendem alunos da educação infantil e do 1º ao 5º anos e que funcionam nos turnos matutino como professor Ribeiro e no vespertino com a professora Antonia Ferreira, assim como, na escola Francisco José das Chagas, no povoado Boa Vista dos Chagas no vespertino,  essas reuniões tinham  como objetivo  fazer no pólo Santana Velha um diagnóstico da escola que temos,  assim como, traçar um perfil ideológico da escola que queremos.

              A primeira indagação nos trouxe a certeza de que temos escolas com paredes de taipas e escoradas, com chão esburacados, cobertas de palha, água em filtros que as velas têm mais 02 anos de uso, lousas quebradas, sala quente, cozinha improvisada, sem banheiro e instalações hidráulicas e elétricas, sem estrutura pedagógica por falta de material como: máquina de copiar ou mimeógrafo, carteiras inadequadas por idade ou tamanho do aluno (salas multisseriadas), lousas quebradas ou muito antiga, falta de lápis de cor, tinta, caderno, papel A4, cola e ainda falta merenda escolar, que na maioria das vezes chega uma ou duas vezes por ano, nas poucas construídas de alvenaria como é o caso da escola Francisco José das chagas, as paredes apresentam rachaduras, faltam ventiladores, o transporte escolar é de péssima qualidade, pois o ônibus é muito sujo, quando os alunos chegam à escola e muito empoeirado e totalmente desanimado para participar da aula, escola Moisés Alves dos Reis conta com uma biblioteca que os alunos não têm acesso e uma sala de informática onde os computadores foram instalados e nunca usados, visto que, não se sabe por que não foi disponibilizado um monitor de informática, sabe-se que por não funcionarem os computadores já estão com problemas.  

          Aqueles que fazem o ambiente escolar no campo anseiam por uma escola que atrai os alunos e os motiva a estudar e buscar conhecimento, pois grande parte dos pais ou responsáveis nem sequer concluíram o fundamental II, por tanto, querem que seus filhos vão além deles e que busquem bons lugares e sucesso no mercado de trabalho e mesmo que permaneçam no campo que não se limite a ser mais um analfabeto funcional.  Para isso é necessário que tudo aquilo destacado como ponto negativo na escola que temos seja revertido, os professores, gestores pais, alunos e todos que formam o espaço escolar precisam questionar o sistema e sejam agentes de transformação, é notável que o apadrinhamento e interferência de políticos inescrupulosos na educação só têm corrompido e a cada dia extinguindo o real papel da escola, tanto do campo, quanto da cidade.

              Mediante este quadro, verificamos que a aprendizagem fica comprometida, vista que não há condições que possibilite a formação. A escola que queremos promover é aquela pautada na formação de um sujeito ativo e atuante, lutando pelos seus ideais e buscando uma formação melhor dentro da sociedade, a partir da teoria crítica. A escola é o local que leva o aluno a refletir sobre a diversidade cultural, promovendo o respeito mutuo e a igualdade entre todos os cidadãos, faz questionar os padrões sociais e políticos que formam o nosso país. 

                           “Podemos considerar que a maior parte das escolas do campo é unidocente, já que das 76,2 mil instituições, 42,7 mil são multisseriadas. É preciso ter a consciência de que precisamos formar um educador capaz de muitas coisas: pensar o projeto político-pedagógico (PPP), fazer a gestão administrativa e criar e manter o vínculo da instituição com as pessoas da comunidade. Nossa perspectiva é formar educadores para os anos finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Na UnB, por exemplo, a matriz curricular foca a docência por área de conhecimento, a formação de educadores para a gestão de processos educativos escolares e a formação para a gestão de processos educativos junto às comunidades”

Mônica Molina- Especialista em educação no campo, em entrevista à revista Nova Escola.

                A educação do campo é maior que a escola, pois está presente no movimento e na organização do povo, isto é, a educação acontece de várias maneiras como: educação formal todos os níveis de ensino, a não-formal organizada pelos movimentos sociais, popular e informal que se caracteriza em todo o contexto em que se está inserida.

               Para chegarmos à escola que queremos é preciso deixar de lado o preconceito, comodismo e o medo da mudança, ter a iniciativa de formar uma escola disposta a mudar a sociedade, voltada com o olhar para emancipação do indivíduo, uma escola que vai além das experiências dos educando dentro de suas aprendizagens.

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