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O sujeito na análise de Pecheux

Por:   •  2/6/2016  •  Artigo  •  1.161 Palavras (5 Páginas)  •  197 Visualizações

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INTRODUÇÃO

DESENVOLVIMENTO (TEÓRICOS)

A análise do discurso se ocupa com os modos e das dinâmicas do texto e do discurso por ocasião da produção de sentido ao longo do fio da história.

Para isso, a autora não pensa a língua como um sistema abstrato e formal, nem o sujeito como a fonte dos sentidos. Os sentidos não são produzidos pelo sujeito, mas sim em outro lugar, anterior e externo a ele.

É a psicanálise, por sua vez, que vai deslocar e descentrar a noção de sujeito, o locus desse trespassamento. O sujeito da linguagem é descentrado pois funciona pelo inconsciente e pela ideologia.

Orlandi aborda no capítulo "Sujeito, história e linguagem", que a análise do discurso visa a compreensão de como um objeto simbólico produz sentidos, como ele está investido de significância para e por sujeitos.

Orlandi retoma as formas de esquecimento tratada por Michel Pêcheux. Tais esquecimentos são importantes por possuírem um papel fundamental na cristalização dos sentidos, responsáveis por criar um efeito de um sujeito pleno com o controle do que diz e o efeito de língua como sistema transparente, produtor de sentidos evidentes. (quando o sujeito repete um discurso, mas diz se tratar de algo dele)

O primeiro esquecimento é ideológico. O sujeito pensa ser a fonte do sentido quando na verdade ele apenas retoma sentidos já ditos a partir do trabalho que o inconsciente e a ideologia realizam sobre ele.

O segundo esquecimento é o de que aquilo que o sujeito diz significa exatamente aquilo que ele quis dizer e não poderia ser dito de outro modo.  Posição que Pêcheux  procura desmascarar esse esquecimento por destacar que existem outras formas de dizer o mesmo ( e que podem produzir diferentes sentidos).

Orlandi no seu trabalho define categorias: lugar e posição dos sujeitos. Enquanto a primeira vai dar conta dos lugares ocupados pelos sujeitos empíricos dentro  de uma sociedade de relações hierarquizadas, a segunda abarcará as projeções feitas pelos mesmo em momentos como, por exemplo, o da antecipação do efeito de sentido causado pelo discurso e em um determinado interlocutor.

É assim que o sentido emerge na análise do discurso, como efeito de sentido entre interlocutores, dado que as condições de produção  de um discurso implicam em aspectos materiais (a língua e a história), institucionais (a formação social) e aspectos imaginários (as projeções de sentidos realizadas pelo sujeito).

A autora Orlandi finaliza o seu texto mostrando que a relação do texto com a linguagem nunca é inocente, pelo contrário, falar é tomar partido, é identificar-se.  Segundo também as acepções do autor Anselmo Peres...

ANÁLISE

O gênero textual charge é marcado por um desenho, por vezes com diálogos, por vezes sem, com um cunho humorístico em relação a um fato cotidiano. Na charge em análise, que tem sempre como personagem principal um menino, o garoto se dirige ao pai com um questionamento típico da idade em que a criança está ouvindo termos novos para ela e quer saber seu significado. Neste exemplo, a criança pergunta o significado de "machismo". Em seguida, uma outra criança, dessa vez uma menina que deve ser a sua irmã, se aproxima iniciando a resposta. Ocorre que ela é interrompida pelo rapazinho, com a justificativa de a conversa ali ser "papo de homem".

Permanece perceptível através do presente texto em análise que o sujeito se apropria sobre um determinado discurso referente à temática "machismo"; formação discursiva obtida ao longo de sua existência sócio-histórica e que é retomado pela sua memória discursiva. O sujeito acredita que existe uma separação entre os papéis do homem e da mulher na sociedade. Por conta disso o garoto reproduz um discurso machista quando afirma haver conversas só de homens. Assim, o pequeno rapaz, que está em formação, transmite e continuará a transmitir um já dito e levará na sua memória e consciente durante seu crescimento que ele é o dono do seu dizer. Nesse percurso o garoto será exposto a diversas ideologias e isso fará com que ele se aproprie daquela com a qual ele mais se identifique. Obviamente essa escolha de ideologia não é algo inalterável – ou ad eternum -, podendo o sujeito fazer escolhas de ideologias diferentes com o passar do tempo.

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