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OS DIFERENTES GÊNEROS TEXTUAIS UTILIZADOS NA UNIVERSIDADE: O PAPEL DOCENTE E DISCENTE NESTE CAMINHAR

Por:   •  30/11/2016  •  Artigo  •  8.205 Palavras (33 Páginas)  •  492 Visualizações

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1. Reflexões iniciais necessárias É importante inicialmente, que consigamos refletir sobre o papel dos professores e pesquisadores que fazem parte da comunidade cientifica existente nas universidades e nos centros de pesquisa e que desenvolvem suas atividades acadêmicas, seja de ensino, pesquisa ou extensão. Faço parte há cerca de dezesseis anos deste grupo, como professora de graduação, de pós-graduação lato sensu e orientadora em programas de iniciação cientifica e desde 2008, como professora do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Local na Universidade Católica Dom Bosco-MS. Por atuarmos em um espaço de circulação e socialização de conhecimentos, há necessidade que estejamos atentos na observação de alguns aspectos que regem esta comunidade e que se voltam ao cumprimento e ao ensino de regras estabelecidas formais e textuais, acordadas na e pela comunidade. Tais regras formais estão previstas nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas, ora doravante ABNT; quanto as textuais, elas precisam estar implícitas e explícitas em nossa atuação docente, seja como autores em nossas publicações e apresentações em eventos científicos, seja na preocupação de gradativamente estimular nossos alunos no aprendizado efetivo de tais regras para que se sintam inseridos no mundo acadêmico e estimulados a também serem autores de suas produções textuais. Ao citarmos as chamadas regras textuais, temos em mente que na academia fazemos não só uso de diferentes gêneros textuais em nossas práticas docentes como também necessitamos evidenciar aos nossos alunos uma prática discursiva que atente para o domínio dos aspectos relacionados às qualidades textuais e ao uso adequado das sequencias textuais. Qualquer que seja o gênero utilizado, as qualidades relativas à impessoalidade, à objetividade, à clareza, à precisão, à coerência e concisão são fundamentais para a legibilidade do texto acadêmico. Algumas questões emergem nesta discussão e ao longo do texto pretendemos discuti-las: Quais são os gêneros textuais científicos e quais as suas pluralidades discursivas? Por que grande parte dos discentes encontra sérias dificuldades na elaboração desses gêneros? Qual o real papel docente na formação discursiva dos alunos na universidade?

Este texto objetiva, portanto, articular pesquisadores docentes e discentes em torno da discussão dos diferentes gêneros textuais que norteiam a universidade e que envolvem não só a pluralidade discursiva dos sujeitos envolvidos, como também abre oportunidade para a discussão sobre a relação dos alunos com a escrita científica na graduação e pósgraduação. 2. O texto científico e sua utilização na universidade O envolvimento da universidade no ensino-aprendizagem da escrita do texto científico demanda pesquisas e habilidades sobre as competências comunicativas, textuais e gramaticais que possibilitem a elaboração de textos sistematizadores do conhecimento de forma mais aprofundada e complexa. Nesse contexto, a relação professor aluno deve ser tratada com sensibilidade e vida, a partir do estudo do processo do conhecimento científico e sua conexão com a produção de textos, possibilitando até as reconstruções históricas social, patrimoniais, culturais e ambientais de um povo. A palavra texto possui uma acepção complexa por ser definida a partir de vários pontos de vista, em diferentes áreas de conhecimento e segundo autores diversos, sendo assim, surgem nomenclaturas diversas, seja como: discurso, como enunciado, como produção de sentido, ou mesmo como concatenação de frases. A palavra texto no universo acadêmico por não se direcionar apena à academia e sim à humanidade, é visto de diferentes formas razão, pela qual Barros (2010) pondera que ele deve ter características que o façam universal e acessível a todos. Dentre as características, nomeiam-se além das qualidades necessárias tais como objetividade, a clareza, a impessoalidade, a linguagem técnica, a necessidade do uso de recursos formais adequados como: notas de rodapé, citações, referências. A elaboração de um artigo científico, por exemplo, tem por objetivo a divulgação em anais de congressos e/ou seminários ou publicação em periódicos especializados dos resultados de uma pesquisa desenvolvida a partir de um tema específico; serve “como via de comunicação entre pesquisadores, profissionais, professores e alunos de graduação e pós-graduação” (MOTTA ROTH E HENDGES, 2012, p. 65). Segundo as autoras, há necessidade do convencimento por parte do autor de que seu estudo tenha relevância para área do saber em que inscreve tal pesquisa e para a consecução de tal objetivo trazem algumas orientações necessárias: 1. Seleção das referências bibliográficas relevantes ao assunto; 2. Reflexão sobre os estudos anteriormente feitos na área; 3. Delimitação do problema ainda não estudado na área; 4. Delimitação e análise de um conjunto de dados representativos do universo sobre o que se pretende alcançar; 5. Apresentação e discussão dos resultados das análises desses dados; 6. Conclusão e elaboração dos resultados relacionando-os aos estudos prévios da área de conhecimento.

Embora não existam textos puros, pode-se dar conta de alguns modelos de sequências textuais: o texto argumentativo, o texto explicativo, o texto descritivo e o texto narrativo. É possível encontrar em um mesmo texto estas sequências textuais, sendo que alguns traços são marcantes em cada um desses tipos: Nos textos científicos, a argumentação é uma espécie de suporte para as ideias do autor, sobre determinado assunto, conforme se verifica, por exemplo, nas dissertações, teses ou mesmo artigos científicos. O texto explicativo é encontrado nos livros didáticos, permeia o caminho para a compreensão de uma informação já existente, utilizado para exposição de um tema ou um assunto com o objetivo de buscar respostas às questões emergentes do tema ou assunto suscitado. No texto narrativo, há uma modalização das ações relatadas

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