ROTEIRO DE ESTUDO

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Universidade Federal da Paraíba

Centro de Ciências Aplicadas e Educação

Curso: Letras

Disciplina: Literatura Brasileira I

Professora: Amanda Ramalho de Freitas Brito

Equipe: Alexandre Tomas da Silva

Déborah Nayara Guilherme da Silva

Jaciane Lima dos Santos

Jésica Nascimento da Silva

José Danilo Andrade da Silva

ROTEIRO DE ESTUDO

I. De acordo com Darcy Ribeiro (1995, p.106), os Brasilíndios “dilataram o domínio português exorbitando a dação de papel das Tordesilhas”. Como se deu o processo de aculturamento e formação de Identidade dos Brasilíndios e como eles interferiram no processo de formação da identidade brasileira.

II. Considerando a discussão apresentada por Darcy Ribeiro (1995) sobre as relações estabelecidas entre branco e índio, incluindo o olhar dos cronistas da primeira viagem, faça uma leitura crítica de Invenção de Orfeu, Canto I, poema 31 e estabeleça uma relação comparativa com a Carta de Pero Vaz de Caminha.

III. Conforme aponta Ribeiro (1995, p. 116), “ o negro exerceria um papel decisivo na formação da sociedade local. Seria, por excelência, o agente de europeização que difundiria a língua do colonizador e que ensinaria os escravos recém-chegados as técnicas de trabalho, as normas e valores próprios da subcultura a que se via incorporado.” Discutir como se deu esse processo e como o negro participou da formação cultural brasileira a partir das questões apontadas por Ribeiro.

Respostas

I.  Os Brasilíndios ou mamelucos compunham a massa da população brasileira gerada pela mistura dos homens portugueses, ou seja, do homem branco com índias. Considerados impuros pela descendência portuguesa e irreconhecíveis quanto a sua ancestralidade indígena, foram abandonados ao relento. Seus representantes foram originados principalmente em São Paulo, que apresentava na época, uma economia caracterizada pela pobreza e pela dificuldade de sobrevivência diante da natureza selvagem. Os pais portugueses aproveitavam seus trabalhos quando meninos e jovens, logo após, os entregavam as bandeiras, que eram expedições realizadas com o intuito de explorar minas em busca de ouro ou apresar índios. Em alguns casos aliciavam espontaneamente seus índios de cativeiro. Dessa forma os brasilíndios além de serem vitimas da rejeição eram instituídos como caçadores da própria raça, a qual descendiam, eram como “herois impositores” da dominação portuguesa que aos próprios subjugava. Ainda enfrentavam, por outro lado, a ódio dos jesuítas e o descaso dos reinóis.  Dessa forma o processo de aculturamento dos brasilíndios se sucedeu imergido no abandono, no ódio, na perspectiva de opressão do colonizador e em uma terra de ninguém, na qual predominava o ideário de exploração para se obter enriquecimento. Construíram sua identidade com agentes da civilização falando uma língua indígena e dominando tecnologias e adaptações à vida na floresta aprendidas pelo convívio com os outros índios. Os índios cativos, por sua vez, tinham uma vida difícil como cargueiros ou remadores e quando recrutados por um bandeirante e prendiam outros índios era louvados como exímios caçadores. Havia tribos que insistiam em manter certa autonomia quando aliados aos portugueses e outras que durante o tempo tentando resistir às pressões do aculturamento e assimilação da cultura do colonizador cada vez mais integrada provocando um conflito étnico que persiste até os dias atuais. Darcy Ribeiro comenta que tais índios vivem um contexto em que os índios se tornam menos índios no plano cultural, em muitos casos, se confundido com as mesmas atitudes e procedimentos dos brasileiros, investem na preservação de seus costumes assumindo uma postura genérica e gradualmente mais aculturada.  

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