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Resenha Marcos Bagno

Por:   •  25/8/2016  •  Resenha  •  1.554 Palavras (7 Páginas)  •  1.562 Visualizações

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RESENHA DE

BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

 Glivory Evelyn Guevara Oliveira

Cleiton Oliveira Da Silva

A língua portuguesa possui uma variedade linguística muito ampla e a gramatica é considerada a forma correta na fala e na escrita, Preconceito linguístico o que é e como se faz é uma obra de Marcos Bagno, tradutor, escritor, linguista, doutor em filologia e língua portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) que a traves do seu livro estimula ao leitor a refletir sobre o preconceito da linguagem abordando o assunto de forma clara, com o objetivo de mostrar a separação que existe entre a gramatica normativa e a variedade da língua, dentro de uma sociedade que tem uma apreciação de forma inconsciente um conceito errado sobre como é o certo ao falar.

O autor apresenta um analises sobre a língua e leva a refletir que ela não é uma coisa morta já que a fala pode variar conforme a necessidade dos diversos lugares onde o falante se desenvolve: Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é um mundo... Também a gramatica não é língua. (Pag.9)

Na primeira parte, o autor faz menção da capa fotografada no livro em homenagem aos sogros e o cunhado falando deles como uma historia que merece ser contada colocando-os para explicar o preconceito que existe na sociedade com os negros, os nordestinos, os pobres e os analfabetos, defendendo estas pessoas que no seu ponto de vista são tratadas com rótulos discriminatórios e que estão classificadas em categorias inferiores.

A obra esta dividida em quatro capítulos e finaliza com um anexo; o capitulo um expõe a mitologia do preconceito linguístico e explica oito mitos baseados nesse preconceito com o fim de contextualizar os critérios das diversas formas da língua portuguesa no Brasil, demostrando como mito as opiniões ditas pelos brasileiros quando se referem a sua própria língua.

O primeiro mito “A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente” Bagno o aponta como o mais serio dos mitos por estar arraigado na cultura social dos brasileiros e por ser prejudicial na educação dentro das escolas que sempre tenta impor a normativa linguística. O autor afirma que esta unidade gera bastante preconceito por causa da trágica injustiça social e as diferenças de status social que expõem a existência de um verdadeiro abismo linguístico entre os falantes das variedades não padrão do português brasileiro, que são a maioria da população, e os falantes da suposta variedade culta, em geral mal definida, que é a língua ensinada na escola.

O segundo mito “Brasileiro não sabe português / Só em Portugal se fala bem português” o autor interpreta este mito como um complexo de inferioridade que demostra um sentimento dependente de um país antigo e civilizado. Bagno cita alguns escritores como Sergio Nogueira Duarte autor do livro Língua Viva, o filólogo Candido de Figueiredo e Arnoldo Niskier, presidente da Academia de Letras, e durante o desenvolvimento do mito discorda de cada expressão e publicação dos teóricos, argumentando cada concepção e conceito como absurda sobre a realidade de um povo mesmo sendo isolado. Também afirma que o mito “Brasileiro não sabe português” afeita o ensino de línguas estrangeiras, causando dificuldades de ensino e confusão entre a língua e a gramatica normativa.

O terceiro mito “Português é muito difícil” Bagno explica este preconceito como prima-irmã ou semelhante ao segundo mito “brasileiro não sabe português” afirmando que as regras ensinadas na escola não correspondem à língua que se fala e escreve no Brasil, por ter que decorar conceitos e regras que ao final não significam nada, ele destaca que o ensino do português deve se concentrar no uso real da língua portuguesa.

O quarto mito “As pessoas sem instrução falam tudo errado” Bagno afirma que ao estudar a concepção deste preconceito descobre que esta diante de um atraso mental de falantes ignorantes do português e diante disto explica um quadro de palavras e a origem de cada uma para destacar sua opinião sobre a transformação de cada palavra e que considerar falantes da norma culta certas e as pessoas falantes das variedades não padrão erradas é um absurdo.

O quinto mito “O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão” o autor enfatiza que este mito nasceu da velha posição de subserviência em relação ao português de Portugal e explica que em Maranhão o pronome tu se usa com regularidade seguida das formas verbais clássicas e com a reorganização do sistema pronominal o pronome foi substituído por você na maior parte do Brasil; o certo é que algumas camadas sociais assume o verbo da terceira pessoa e faz pensar que outras regiões se caracterizam por falar de forma informal.  

O sexto mito “O certo é falar assim porque se escreve assim” Bagno denomina esta tendência um preconceito muito forte no ensino da língua, reprovando o fato de que se obrigue ao aluno a pronunciar do “jeito que se escreve” isto anula o fenômeno de variação entendendo que a língua incessantemente vai se transformando.

O sétimo mito “É preciso saber gramática para falar e escrever bem” o autor trata a seguinte teoria como um mito onde não existe um grão de evidencia a favor dessa declaração, exemplificando que se fosse assim, todos os gramáticos fossem grandes escritores, e os bons escritores seriam especialistas em gramatica.

O oitavo mito “O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social” Bagno fecha o circuito de mitos apresentando o ultimo como uma questão de aparência e fora da realidade manifestando que os professores de português não ocupam o topo da pirâmide social, econômica e politica do país por manter a norma culta, ninguém alcança o sucesso e uma vida financeira de um individuo pelo mero domínio da norma culta, pois ela não é uma formula magica.

No capitulo dois, o autor expõe o circulo vicioso do preconceito linguístico desenvolvido por três elementos transmitidos e perpetuados na sociedade eles são: Ensino tradicional, gramatica tradicional e livros didáticos, mencionando um quarto que ele costuma denominar de forma sarcástica “Santíssima Trindade” do preconceito linguístico, afirmando que cada um deles são utilizados incorretamente, assegurando que ao serem usados impregnam atitudes preconceituosas. Ele também fala sobre os comandos paragramaticais como um exemplo de preconceito que merece ser denunciado.

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