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Resumo do Artigo O Pathos do Enunciatário

Por:   •  10/2/2020  •  Abstract  •  513 Palavras (3 Páginas)  •  303 Visualizações

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José Luiz Fiorin inicia o fragmento “o páthos do enunciatário” estabelecendo as correlações existentes entre o eu e o tu: o enunciador se correlacionando ao enunciatário; o narrador, ao narratário; o interlocutor, ao interlocutário. Cita Greimas para fazer menção à afirmação de que enunciador e enunciatário constituem o sujeito da enunciação e diz esta ser uma forma de se ressaltar o papel de co-enunciador do enunciatário, o qual é também uma construção do discurso, não sendo este um leitor real, mas sim, um leitor ideal, uma imagem de um leitor produzida pelo discurso.

Fiorin define enunciador e enunciatário, respectivamente, como autor e leitor, aquele que fala e aquele a quem se fala, contudo, evidencia o fato de o autor e o leitor não serem reais, assumindo, de tal modo, uma forma implícita, e comenta a existência de investimentos semânticos em tais referentes elementos abstratos para se manifestarem como atores da enunciação.

Ao defender que o enunciatário não consiste em um ser passivo, antes sendo um produtor do discurso, construindo, interpretando, avaliando, compartilhando e/ou rejeitando significações, o autor retoma à Retórica, de Aristóteles, delineando os três elementos encontrados na comunicação (o orador, o auditório, e o discurso) e seus respectivos correspondentes (o ethos, o phátos, e o lógos). Ao se referir ao páthos, Fiorin o determina como sendo a disposição do sujeito para ser isto ou aquilo, não correspondendo ao arranjo real do auditório, mas a uma imagem que o enunciador tem do enunciatário, a qual estabelece coerções para o discurso: como exemplifica o autor, é diferente falar para um auditório de leigos ou para um auditório de especialistas, para um adulto ou para uma criança.

Com o intuito de apresentar o papel temático, composto de uma complexa rede de relações, da imagem do enunciatário, Cícero é citado por Fiorin em sua afirmação de que o orador precisa saber o que pensam, sentem, opinam, e esperam aqueles a quem se deseja persuadir.

De maneira sucinta, com objetivo ilustrativo, Fiorin aborda como os jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo constroem seus enunciatários, concluindo, logo após, a construção específica, por parte de cada um, do seu público, a partir de características discursivas. Tomando tal viés, o autor retoma o papel de co-enunciador do enunciatário, por este determinar a escolha das matérias que entrarão no jornal, a forma como os textos serão redigidos, a disposição das páginas, etc.

Ao fim do fragmento, Fiorin marca a diferença entre narratário e enunciatário, dizendo daquele a instância a quem se dirige o narrador e deste a quem se endereça o enunciador; analisa, também, de maneira mais detida, dois programas de televisão, o do Ratinho e o da Hebe Camargo, a fim de examinar a eficácia de seu discurso sem, no entanto, buscar a imagem do enunciatário em um programa específico, antes buscando tal no programa visto como uma totalidade. Por fim, termina-o determinando os atores da comunicação, imagens do enunciador e do enunciatário, dizendo destes constituírem simulacros do autor e do leitor criados pelo texto. Tais simulacros determinam as escolhas enunciativas (sejam elas conscientes ou inconscientes), que produzem os discursos.

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