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Teoria da literatura

Por:   •  24/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.529 Palavras (7 Páginas)  •  462 Visualizações

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LÍNGUA, CULTURA E LITERATURA

Nós entendemos que o autor faz críticas ao pragmatismo que faz com que as pessoas se apeguem a critérios técnicos para determinar se um agrupamento de palavras constituem um poema. A partir do momento que este agrupamento de palavras foge ao padrão, eles deixam de ser poema. Mas quando se é anunciado o nome do autor, como um nome de peso, consagrado pela crítica, essa posição é revista. Na verdade muitos autores famosos quando têm seus nomes impressos no rodapé destes poemas, o leitor tem uma disposição e boa vontade para avaliar positivamente a obra. É o que podemos dizer como avaliar o produto pelo nome da grife. E isso acaba limitando a nossa possibilidade de formar opinião.

Neste agrupamento, o autor afirma que há poesia. E é uma poesia implícita, quando ele fala por que a palavra “ZERO”, que isoladamente é um numeral cardinal, mas denota também neutralidade – a idéia de não tender nem para um lado e nem para um outro. A palavra “COTA” significa fatia, parte reservada. A palavra “STOP” até já faz pa/*/rte do nosso vocabulário por conta de muitas músicas e filmes em que observamos as sinalizações de trânsito.

O autor faz um parâmetro entre língua e literatura, a língua é a representação de fatos particulares de uma comunidade, a língua é identidade de um povo. A literatura é mais abrangente, ela é universal.

Aparentemente as sete palavras do poema “COTA ZERO” não configuram um poema isso se dá pelo efeito conotativo implícito em seu significado, principalmente para nós, meros leitores casuais. É preciso sensibilidade para interpretar a mensagem que o autor nos quer passar, e não simplesmente ler um poema de forma cognitiva, pois um poema dá margem à  várias interpretações. Nesse caso o poema não traz dificuldades para desvendar seu significado, apresenta uma linguagem universal, de fácil compreensão, não se restringindo a determinados guetos. Um outro poema chamado José, do mesmo autor, apresenta uma semelhança quanto a mensagem do poema “COTA ZERO”, mas é um poema mais completo e complexo, o que pode-se dizer disso? Que não apenas um poema dá dimensão total da literatura mas apenas de forma sintética. Quando lemos um poema, algumas características saltam os olhos dos leitores que de imediato conseguem associar as características contidas nestes poemas que possibilitam identificar quem assina a obra. Mas isso se adquire lendo muitos trabalhos do mesmo autor.

O instrumento do poeta é a palavra, ele é que sabe manuseá-la de modo a fazer literatura. A literatura não restringe temas nem fontes, a diversidade de várias ciências fomentam e enriquecem a obra de um autor. O poeta não pode dizer assim: “ Essa é a minha única fonte de inspiração”. Por outro lado há uma forte ligação entre língua, cultura e literatura. A língua pode ser definida da seguinte forma, como sistema de expressão falada privativa de um lugar. Ela é formada por subsistemas como morfológicos, sintático, semântico e fônico.

Para nós fica claro por exemplo que a troca de um fonema por outro acarreta mudança no som e no significado como por exemplo na palavra padre, se trocarmos a letra P pela letra M, muda o significado e o som da palavra.

Observamos um ponto importantíssimo que a palavra decorre, enquanto signo da relação entre o significante e o significado.

Muitos nos intrigou sobre a palavra signos e o seu significado, posteriormente compreendemos que palavra signos denota conjunto de vivências do ser. A línguanão fica estagnada, ela absorve todas as influências que os costumes dos povos proporcionam, ela está sempre em mutação, um vocábulo pode ser inicialmente vulgar mas com passar dos tempos ele pode ser lapidado.

Literatura: conceitos.

É importante dizer que a literatura tem um infinidades de conceitos e que tem vivido variações significativas ao longo da historia. O termos nos faz pensar em uma serie de considerações à cerca do que se entende por literatura.

A literatura, abrange produção intelectual e arte, valores espirituais e estéticos, ligada a uma determinada visão de mundo. De acordo com Robert Escarpit, a linguagem literária é diferente de todas as outras linguagens artísticas em virtude de sua ampla significação, ou seja, como todas as artes, tem suas peculiaridades.

Observando o conhecido soneto camoniano:

Sete anos de pasteor, Jacó servia

Labão, pai de Raquel, serrana bela;

Mas não servia ao pai, servia a ela,

E a ela só por premio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,

Passava, contentando-se com vê-la;

Porem o pai, usando de cautela,

Em lugar de Raquel, lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos

Lhe fora assim negada a sua pastora,

Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,

Dizendo: - Mais servira, se não fora

Para tão longo amor tão curta a vida!

Nos versos, podemos encontrar uma síntese narrativo-interpretativa do episódio bíblico em que se conta a historia de Jacó e Raquel, retratando que Jacó servira por sete anos a Labão e ao final fora enganado com a Mão da mulher que não pretendia, mas mesmo assim se comprometeu a servi-lo por mais sete anos só para ter a mão da mulher que almejava.

Na poesia acima citada, o que nos chama atenção é o canto do amor, em sua plenitude, no sentir-se amado e amar, independente de condições materiais de espaço e tempo. Percebemos então, uma realidade que o poeta modifica em função de sua própria visão de mundo, atribuindo à Jacó atitudes que são muito mais dele, poeta, preocupado com a repercussão desse doce e surpreendente sentimento que é o amor.

Notamos que o autor deixa transparecer no soneto, a visão platônica do amor, ou seja, um amor idealizado e dessa forma, conseguimos situar o texto como representativo do estilo renascentista. Acrescentamos ainda que no soneto há muitos traços de humanidade, pois nada mais humano que o amor.

Percebemos com clareza que o autor, a partir da língua portuguesa, buscou caracterizar uma realidade apoiada em vivências humanas,e o texto, mais uma vez nos deixa perceber que a organização peculiar, ou seja, inerente a ela.

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