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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EXISTENTES NAS REDAÇÕES DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL MAIOR

Por:   •  27/12/2018  •  Ensaio  •  1.810 Palavras (8 Páginas)  •  169 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS/CAMETÁ

FACULDADE DE LINGUAGEM

CURSO DE LETRAS/2017

DISCIPLINA: SOCIOLINGUÍSTICA

TEMA: VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EXISTENTES NAS REDAÇÕES DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL MAIOR

CAMETÁ-PA

2018

RAIANE MARTINS

Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura em Letras-Habilitação em Língua Portuguesa, da Universidade Federal do Pará Campus Universitário do Tocantins – Cametá, como requisito básico para obtenção de conceito parcial da disciplina Sociolinguística ministrada pela Professora Raquel Maria da Silva Costa.

CAMETÁ-PA

2018

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA EXISTENTES NAS REDAÇÕES DE ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL MAIOR

Amanda Ramos, Atemiza da Cruz, Grace Kelly, Liduina Maia, Luan Alves, Raiane Martins

  1. Introdução

        O presente trabalho versa sobre a variação linguística existente nas redações de alunos do ensino fundamental maior. Analisando as especificações dos “erros” fonológicos encontrados em tais textos escritos, como: troca de fonemas; apagamento de segmento vocálico; inserção de fonemas; transposição da fala para escrita.

O uso das várias formas de linguagem na sala de aula é assunto debatido pelas diversas áreas de conhecimento. Nesse contexto, merece destaque o estudo voltado para a relação entre a oralidade e a escrita no contexto de sala de aula. Nessa linha de investigação, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar as variantes linguísticas presentes na escrita dos alunos. E como objetivos específicos: a) identificar a transferência dos traços linguísticos da fala de alunos em suas produções textuais; b) refletir sobre os diferentes “erros” de escrita presentes nos textos analisados dos alunos e; c) propor métodos que ajudem na escrita dos alunos, sem a perda de sua fala regionalizada.

  1.   Abordagem metodológica

        Este trabalho foi obtido por meio da coleta de textos escritos de uma turma do 7º ano do ensino fundamental maior, de uma escola da rede pública municipal de ensino, situada na zona urbana do município de Cametá/PA. O corpus que compôs esta análise foi constituído de 10 (dez) produções textuais produzidas por 10 (dez) alunos, sendo 06 (seis) do sexo masculino e 04 (quatro) do sexo feminino, com faixa etária entre 12 e 13 anos.

Quadro 01 – Plano de amostra estratificada dos informantes

Faixa Etária

Sexo/ Gênero

Quantidade de Alunos

12-13

F

04

M

06

Total de alunos: 10

Fonte: própria dos autores

2. A Sociolinguística variacionista

         O princípio geral é que todas as línguas variem, e a variação linguística depende, além de fatores linguísticos, de fatores sociais como idade, sexo, profissão, contexto, entre outros. E a Sociolinguística busca explicar as variações e o papel que a língua desempenha na sociedade, a partir dessas alternâncias na língua. E os questionamentos desta ciência estão acerca de “quem diz? De que contexto fala? Por que utilizou uma forma linguística e não outra?

        Um dos princípios básicos da sociolinguística é que somos seres plurilíngues, linguisticamente comportamo-nos de diferentes formas, no trabalho, na escola, entre amigos, com a família. Segundo Labov “os membros de uma comunidade de fala compartilham um conjunto comum de padrões normativos, mesmo quando encontramos variação altamente estratificada na fala real” (LABOV, 2008 [1972], p. 225).

        Portanto, ao estudar as variáveis linguísticas, Labov levou em conta aspectos como a idade, a classe social, e a profissão do falante, o gênero social, categorias que podem exercer influências marcantes no fenômeno da variabilidade da língua.

Para Labov (1972) não há uma comunidade de fala homogênea, tampouco falantes-ouvintes-ideais, pois segundo o autor, a existência de variação e estruturas heterogêneas nas comunidades de fala já é um fato comprovado, pois a variação é inerente dentro da comunidade de fala – não há dois falantes que se expressam do mesmo modo, nem mesmo um falante que se expresse da mesma maneira em diferentes situações de comunicação.

A busca por julgamentos intuitivos homogêneos é falha. Os linguistas não podem continuar a produzir teoria e dados ao mesmo tempo. Para lidar com a língua, é preciso olhar para os dados de fala do dia-a-dia e relacioná-los às teorias gramaticais o mais criteriosamente possível, ajustando a teoria de modo que ela dê conta do objeto. (LABOV, 1972 apud GÖRSKI et al, 2010, p. 22)

                O ponto fundamental na abordagem proposta por Labov é a presença do componente social na análise linguística. Com efeito, a Sociolinguística se ocupa da relação entre língua e sociedade, e do estudo da estrutura e da evolução da linguagem dentro do contexto social da comunidade de fala.

        E, a partir das pesquisas realizadas, pudemos comprovar que cada falante possui sua particularidade linguística. Em nosso contexto nacional, a variação linguística não se relaciona apenas com a estratificação social, mas também como o contínuo rural-urbano, sendo fundamental a influência da relação entre padrões de rede de interação e preservação de variedades populares. Como acentua Rezende-Costa (2014, p. 12) A par disso, temos nas sociedades urbanas todo um complexo processo de difusão de dialetos rurais, levando-se em conta a mobilidade geográfica e a mobilidade social, associadas ao desenvolvimento de tipos diferentes de redes de interação.

        A variação linguística nos faz entender que mesmo que uma pessoa escreva de forma diferente da norma culta por interferência dos seus traços regionais, os significados das palavras não mudam, como vemos abaixo.

Ex: Ela “amostrava” a dança do peru (...)

Amostrava = mostrava

No contexto utilizado a palavra “amostrou” escrito de forma variável, há um acréscimo da vogal “a”, notamos que ainda com o acréscimo, dependendo do contexto que a palavra é empregada o significado permanece.

3. Análise dos dados

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