TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Ventos do Apocalipse

Por:   •  5/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.014 Palavras (13 Páginas)  •  3.236 Visualizações

Página 1 de 13

Ficha de resumo

  1. Dados bibliográficos

Autor: Paulina Chiziane.

Título: Ventos do Apocalipse.

Editora: Ndjira.

Colecção: Ondas do Índico.

Lugar e data de edição: Maputo, 3ª edição, 2006.

  1. Dados sobre a obra
  1.  Género: Roamance
  2.  Tema principal: Guerra, fome, seca e êxodo.
  3. Personagens: Vários
  4. Lugar e Tempo de acção: Povoado de Mananga, em tempo indeterminado.

Resumo

Ventos do Apocalipse

Paulina Chiziane é uma das mais conceituadas escritoras da actualidade, precisamente na Literatura moçambicana. Ela escreveu e publicou diversas obras desde o princípio da sua carreira e/ou actividade literária, dentre as quais se podem citar: Balada de Amor ao vento, O Sétimo Juramento, Niketche: Uma História de Poligamia, As andorinhas, O Alegre Canto da Perdiz, Ventos do Apocalipse, entre outras.

A obra de paulina Chiziane, intitulada Ventos do Apocalipse, é um romance que conta histórias da sociedade moçambicana na época da guerra civil.

O romance inicia com um prólogo contendo três histórias da literatura oral do povo, contadas de geração em geração pelos mais velhos para os mais novos ilustrando cenários de traição de um homem para com sua família, a ambição de uma jovem bela e até a morte de um recém-nascido com o intuito de escapar dos perseguidores.

A primeira história contada no prólogo do romance é a do homem cruel, em que a região de Mananga passava por uma seca e fome e um homem que tinha esposa e filhos, e nessa altura o homem vagueava nos campos sozinho e comia tudo que encontrava sem contar com a família. Num belo dia, o homem encontrou uma colmeia, colheu o mel e foi enterrá-lo próximo à machamba e usava uma cana para chupar o mel e não contou nada à esposa. Até que a esposa desconfiada o seguiu até encontrar o marido chupando o mel e nada disse. E depois de tantos sofrimentos a chuva voltou e a mulher fez uma festa e chamou todos os seus familiares e, debaixo de uma sombra, recriminou a atitude do marido dizendo: - homem que mata, jamais merecerá o meu perdão. E abandou o marido levando consigo os seus filhos.

A segunda história do prólogo tem como título «Mata, que amanhã faremos outro». Nesta história, a terra de Mananga foi invadida pelos guerreiros de Muzila, e obrigando assim os seus moradores a fugirem, e na fuga, elas traçaram algumas regras, dentre as quais era proibido falar, tossir ou espirrar no esconderijo. Embora já se tinha traçado, as regras não eram aplicadas às crianças, que podiam chorar até não poder mais, por esta razão eram sempre encontrados os esconderijos, por isso traçaram novas regras: é preciso silenciar o choro das crianças. E ao longo do caminho a mensagem era transmitida pelo marido “mata este que depois faremos outro”.

O prólogo termina com uma história que retrata a ambição de uma mulher muito linda, que era cativa dos guerreiros de Muzila, e se entregou ao general do exército de Muzila. Com a sua ambição matou os filhos, incitado pelo general, e traiu o seu povo (O povo Chope). Porém a traição do general foi descoberta e ele foi morto à luz do dia e o seu corpo deixado ao relento, e Massupai enlouqueceu.

Resumo do Romance

Logo no princípio do romance podemos observar nitidamente um cenário de amargura, desprezo e desejo de vingança de um homem que se julgava injustiçado pelo facto de o terem retirado o cargo de régulo da aldeia de Mananga, que é um dos espaços onde ocorre e decorre a história.

Em meio a cenários de seca, fome, e tanta precariedade da vida do povo de Mananga, antigo régulo de nome Sianga, vive uma vida amargurada, em que as suas 9 das 10 mulheres com as quais havia-se casado o abandonara, ficando simplesmente a mais nova, a quem ele fazia o que bem pretendia, a humilhava, e fazia de “gato-sapato”.

A esposa mais nova de Sianga chama-se Minosse. Em uma noite, em plena madrugada, Sianga acorda e faz uma oferenda aos deuses (milho, mapira e muito rapé), a esposa preocupada vai pra fora ver o que o marido fazia mas não o aproximou. Na manhã seguinte, os galos comeram o milho e a mapira, era um sinal de que os defuntos não aceitaram a oferta e Sianga se desespera.

Vendo o teria sucedido, Sianga chamou Minosse e esta, que estava no quarto, simulando passos apressados sai pra fora e inicia uma com ele:

— Sim, pai.

— Sim, pai, é a cabra que te pariu. Minosse, lobolei-te com dinheiro vermelho e deves-me obediência.

— Sim, pai, aqui estou para te servir.

— Prepara-me algo para matar a fome, rápido.

— Queres comer?

— Sim, minha cabra, e depressa.

— Oh, Sianga, pai de Manuna, chegou o tempo de comer as crostas da nossa lepra. Foi ontem mesmo que engolimos os últimos grãos de milho, juro.

— Pedi-te comida, mãe de Manuna, não te pedi lamentos. Vamos, traz-me algo para enganar as tripas e aquecer o estômago, minha cabra.

Em meio a tantos insultos Minosse, já sem forças, se vê obrigada a sentar-se e ouvir o marido resmungar, e cansada de tanto ouvir ele resmungar Minosse põe-se contra Sianga, que só piora nos insultos, e a acusa de ter amantes, e já cansada de ouvir os insultos Minosse enfrenta o marido com fúria de fêmea. Os olhos dela são o céu inteiro desabando em catadupas de fúria. Pragueja numa revolta silenciosa, “mas que mal fiz meu Deus? Que espécie de marido tenho eu? Confesso, meu Deus, e peço perdão. Tu bem sabes, deste-me como marido um inútil. Vendi amor a alguém que só a ti direi quem é, em troca de sustento para a minha família. Ai, Deus, homem que se preza, morre de fome preservando a honra, mas o meu vende-me para encher a pança. Ah, maldita fome, maldita vida. Onde a desgraça penetra a honestidade é expulsa, é verdade.”

Após diversas discussões, Minosse se acalma e a convivência entre eles volta a ser como era antes, cheia de paz.

Hoje, Minosse entra nos aposentos do seu senhor, confia-lhe as amarguras, é uma mulher madura, está de parabéns a pobre Minosse.

— Sabes, eu não durmo, sofro.

— Eu sei e também sofro. Mas o que se passa?

A esposa envelhecida esboça um sorriso cândido, infantil. Afinal não é muito difícil fazer a felicidade de uma mulher. Basta uma palavra de carinho, um sorriso, uma guloseima tal como se amima uma criança. Sianga também sorri, sente-se perdoado.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (17.9 Kb)   pdf (120.2 Kb)   docx (17.5 Kb)  
Continuar por mais 12 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com