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A ALFABETIZAÇÃO NA EJA: UMA VISÃO EMANCIPADORA

Por:   •  15/11/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  5.743 Palavras (23 Páginas)  •  210 Visualizações

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ALFABETIZAÇÃO NA EJA: UMA VISÃO EMANCIPADORA

EVANGELISTA, Carmen Auxiliadora[1] 

Ru: 1309327

CORDEIRO, Maria Tereza[2]

Ru: 512530

RESUMO

Alfabetização de Jovens e Adultos é um tema que precisa ser pensado de forma dialógica, trazendo discussões necessárias para inclusão do publico alvo, problematizando a educação tradicional, tendo em vista que esta interfere de forma significativa na alfabetização de adultos. Buscando estratégias onde o aluno da Educação de Jovens e Adultos sinta-se parte da sua própria aprendizagem, por meio de experiências significativas, destacando a importância de o professor trazer conteúdos de forma que ajude o aluno adulto a interpretar os eventos que eles vivenciam, estando cientes enquanto docentes da grande responsabilidade exigida para se obter êxito com esse público que não foram alfabetizados em idade própria, levando-os a interagir com o meio em que estão inseridos. Buscando despertar a criticidade, trazendo a tona os valores, a cultura, e resgatar a autoestima. Nesse contexto o artigo visa tecer algumas reflexões sobre a alfabetização de jovens e adultos sob a visão emancipadora de Paulo Freire, tendo o respaldo, entretanto de outros autores que muito contribuem com esse tema.

                 Palavras chave: EJA. Emancipação. Educação. Alfabetização.

INTRODUÇÃO

Este trabalho que tem por tema a alfabetização de Jovens e Adultos em uma visão emancipadora, procura mostrar formas de alfabetizar e emancipar pessoas que não tiveram o acesso à escola. Que não foram alfabetizadas em idade própria ou possuem pouca escolaridade, e por essa causa são marginalizadas.

O educador Paulo Freire (1921-1997), foi o responsável pelo método que consiste em uma proposta de alfabetização de jovens e adultos, onde a cultura é essencial para introduzir uma concepção de educação, que leve o indivíduo a pensar e a se ver como um produtor do conhecimento.

Apresentando o homem e a mulher como um ser social, apto a aprender, mostrando que através da educação se forma sua identidade, ideologia e o seu modo de vida. Nessa perspectiva, aprender é uma descoberta criadora, com abertura ao risco e a aventura do ser.

Buscando problematizar a visão tradicional da Educação de Jovens e Adultos – aqui tratada como EJA, fazendo uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelo público alvo, e apresentando meios para que esses alunos consigam se sentir incluídos, principalmente, valorizando as experiências e a cultura produzida por eles. Compreendendo que o aluno não é um objeto no processo de sua alfabetização, mas é um contribuinte de sua própria aprendizagem, descobrindo-se como ser criador, auxiliando-o para que se veja como um produtor de conhecimento e cultura.

As pessoas que não tiveram acesso à educação pelas mais variadas causas, precisam ser incentivadas e valorizadas.  Não se pode desconsiderar a bagagem que o aluno que procura a Educação de Jovens e Adultos traz consigo, e quando este encontra uma educação que o leve a pensar e refletir, o indivíduo começa a valorizar sua própria história, motivando-se a aprender, tendo a convicção de que não é tarde para começar.

As informações contidas neste artigo se classificam como bibliográficas e qualitativas, tendo por base pesquisas feitas em livros e sites. Esse estudo é denominado qualitativo por ter um caráter interpretativo dos fatos, visando possibilitar uma compreensão acerca do tema aqui tratado.

Utilizando fundamentações teóricas de autores que nos favorece um vinculo entre a subjetividade do pesquisador e o meio no qual ele esta inserido, fazendo com que as experiências vividas e escritas pelos autores seja a própria fonte de dados.

Ao definir essa pesquisa foi necessária uma convicção de que a alfabetização de jovens e adultos é um tema relevante nos dias atuais, que estão intimamente ligadas a fatores emocionais tão importantes para a finalização desse artigo. Estando assim relacionada a uma busca de melhores condições para o publico alvo aqui descrito, trazendo contribuições humanas para a sociedade.

A metodologia aplicada nesse artigo busca de forma simplificada abordar as diferentes sensações que um analfabeto tem ao perceber que as falas ouvidas no seu dia a dia não condizem com a realidade em que vivem, porém mostrando que a reflexão quando absorvida, pode trazer mudanças na vida daqueles que são excluídos da sociedade, e quando aliadas a práticas pedagógicas podem trazer melhorias para a sociedade.

 EDUCAÇÃO TRADICIONAL E SUAS INTERFERÊNCIAS NA EJA

Quando pensamos em alfabetização de adultos, devemos ter a compreensão de que essa modalidade de ensino necessita de atenção como qualquer outra, mas por se tratar de pessoas já em fase adulta, é necessário ter um olhar especial.

O público adulto quando procura a escola o faz pelas mais variadas causas, desde conseguir oportunidade de crescimento no seu trabalho, ou até mesmo para aprender o básico na alfabetização, a fim de consiga para lidar com suas questões diárias. Contudo ao procurar pela escola com o intuito de receber uma educação formal, o aluno da EJA se depara com um ambiente completamente diferente do seu cotidiano, e a primeira impressão causa nesse aluno certo desconforto, fazendo-o ver todo o processo como algo inalcançável.

Isto é, precisamente, o que a “educação bancária” não estimula. Pelo contrário, sua tônica reside fundamentalmente em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade. Sua “disciplina” é a disciplina para a ingenuidade em face do texto, não para a indispensável criticidade (Freire 1986, p.8).

Essa visão apresenta um professor que vai depositando em seus alunos os conteúdos selecionados, pensando assim que para educar alguém basta realizar depósitos como se fosse um banco, e no dia da prova o aluno mostraria o resultado, e isso independente da idade. Sendo considerado como um recipiente vazio, que pra render algo basta depositar dentro.

Para que a alfabetização na Educação de Jovens e adultos cumpra o seu papel é preciso que a aprendizagem faça sentido para o educando, sendo assim a linguagem oral e a escrita torna-se indispensável no processo da expressividade, que é imprescindível nessa modalidade. O exercício da leitura e da escrita precisa ter um sentido autêntico para o aluno, o que não acontece se esta se der apenas através da repetição.

Na EJA o perfil dos alunos é diversificado, e a educação tradicional limita o aluno tratando-os da mesma forma, deixando de olhar a especificidade de cada um, não valorizando as experiências que podem ser muito significativas no processo de aprendizagem, pois onde não há diálogo seguramente terá evasão.

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