A EDUCAÇÃO E LAZER NA INFÂNCIA

EDUCAÇÃO E LAZER NA INFÂNCIA

                           

        A Constituição de 1988 trouxe mudanças significativas aos direitos da criança quando frisou o direito ao lazer. Porém ao observarmos essa conquista com um olhar crítico percebemos que na prática o que o texto constitucional ilustra não traz  garantia eficaz, mas nos chama atenção para a importância que merece o lazer na construção da vida social da criança, reforçando a necessidade de um aprendizado dinâmico que o conduzirá para a consolidação de sua vida social.

         Bem, sabemos que os primeiros anos da vida da criança são cruciais para sua formação moral, é nesse período que ela busca se conhecer e a compreender o mundo, respectivamente é claro. Como proveitosamente expôs Piaget, as brincadeiras nesse primeiro instante ocorrem de forma egoísta, com o passar dos anos elas começam a interagir-se com outras crianças, aí as brincadeiras também mudam, passam a existir normas de comportamento que serão responsáveis pela inserção delas no mundo coletivo. Não é de se estranhar quando, por exemplo, duas crianças, uma de cinco anos e outra de dois anos de idade não consegue se entender quando estão brincando, essa diferença de idade é o pivô da divergência. Portanto é primordialmente nessas fases que se deve trabalhar com a evolução psicomotora da criança, daí se dá a importância do jogo que além de fonte de lazer também é decisivo para a construção do conhecimento e para seu desenvolvimento sócio-cultural, que o auxiliará desde sua infância na solução de problemas que surgirão em todo seu cotidiano. A escola deverá proporcionar à criança toda a composição necessária para que se amplie o aprendizado do aluno, tanto disponibilizando estrutura física como desenvolvendo o trabalho por meio de profissionais qualificados e envolvidos na causa de promover o ensino através do dinamismo que o lazer apresenta.

         Ao educador cabe o desafio de conciliar as diferenças sócio-culturais dos seus alunos, vinculando o ensino com a brincadeira, de maneira que construa coletivamente em seus educandos a capacidade de pensar através do jogo. O papel da família também é de extrema importância para o desenvolvimento moral da criança, a ela cabe administrar sabiamente o tempo que lhe dispõe durante o dia para proporcionar assim o equilíbrio em suas atividades habituais, devendo estimulá-la ao interesse de brincar e instrui-se ao mesmo tempo, completando dessa maneira o seu ciclo de aprendizagem.

         Portanto podemos dizer sem sombras de dúvidas que a educação e o lazer se completam dentro do comprometimento natural da criança de se desenvolver como ser social e que sem um dos quais seria impossível solidificar o conhecimento necessário para afastar-se da fantasia e ingressar-se na realidade.