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A Educação Universitária

Por:   •  6/4/2015  •  Tese  •  1.256 Palavras (6 Páginas)  •  126 Visualizações

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

CENTRO DE EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Curso de Pedagogia

Profª Ieda de Assumpção

TEXTO 1

EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA: REFLEXÕES INICIAIS  

        Texto adaptado

         Estas reflexões iniciais tornam-se imprescindíveis, quando se pretende introduzir os estudantes nos hábitos de estudo científico que lhes possibilitem o desenvolvimento de uma vida intelectual disciplinada e sistematizada.

        Segundo SEVERINO (2002, p.11-15), o trabalho universitário deve oferecer aos estudantes instrumentos para que desenvolvam a contento, com eficiência e competência, a sua aprendizagem.

         Estes instrumentos, em nível de trabalho, são de três ordens:  

         - técnicos

         - lógicos

         - conceituais

         Isto considerando, pode-se afirmar que os estudantes devem dominar certas técnicas de estudo que lhes permitam disciplinar seu trabalho intelectual, garantindo-lhes maior produtividade. Evidentemente, tais técnicas, mecanicamente aplicadas, podem apenas conduzir a condicionamentos, mas, por outro lado, um pensamento sem apoio em processos bem determinados pode não passar de uma superficial ilusão: por isso, o domínio das técnicas deve ser conseguido e vivenciado sob o controle rigoroso da lógica. De fato, a aprendizagem universitária pode ser resumida num único objetivo aprender a pensar. Mas a aprendizagem necessita, ainda, de recursos conceituais, ou seja, o estudante universitário deve adquirir, tanto na área de sua especialidade como nas áreas afins, um acervo de conceitos fundamentais e de informações precisas, tanto do ponto de vista teórico como do ponto de vista histórico, que sirvam de contexto para o desenvolvimento de seu pensamento e de suas pesquisas. Esses conhecimentos, localizados nas áreas específicas, nas áreas afins e ao nível de uma cultura geral bem ampla, são condições imprescindíveis para o saber e devem ser adquiridos a qualquer preço, mesmo através de esforço suplementar na superação de carências oriundas da formação acadêmica.                

        Neste texto, faz-se necessária a discussão acerca de questões enfrentadas pela educação brasileira e, de modo especial, pela educação universitária.  

        Surge, inicialmente, a própria questão da competência, entendida como domínio dos conteúdos, dos métodos, das técnicas das várias ciências, enfim, o domínio das habilidades específicas de cada área de formação e de cada modo de saber e de cultura. Este é o objetivo mais explicitado da aprendizagem universitária. E é uma exigência plenamente justificável do ensino superior, não havendo como compactuar com a mediocridade, com o superficialismo, em matéria de ensino e aprendizagem. Continuam sendo metas a serem encaradas com seriedade, no âmbito da tarefa educacional brasileira, a qualificação do ensino, o rigor da aprendizagem, a iniciação à pesquisa. O esforço da universidade não pode deixar de lado, em nenhum momento, esta preocupação e suas decorrentes tarefas. Por isso, fica claro, deste ponto de vista, que o objetivo é aprender, é obter conhecimentos, é dominar produtos da ciência e, até mesmo, dominando seus métodos, criar ciência.                  

        Além desta esfera de problemas, afigura-se uma outra, igualmente de extrema gravidade. A educação universitária tem outro objetivo, tão relevante quanto o da formação científica: é o objetivo da formação política da juventude. A educação superior brasileira enfrenta esta questão fundamental: formar politicamente o estudante pela criação de uma nova consciência social capaz de mobilizá-lo, não só para uma situação concreta e uma participação política no processo histórico real, mas, também, para um compromisso efetivo de construir um novo modelo de civilização humana para o Brasil. É extremamente relevante que o estudante universitário se torne capaz de entender-se como membro de uma sociedade concreta e bem determinada, envolvido num processo histórico, e que ele faça parte de uma coletividade que da significado à sua existência individual.    

        Mas há ainda uma questão mais profunda, embora de mais difícil apreensão, a se colocar com referência à educação universitária brasileira: refere-se ao próprio significado desta educação no âmbito do projeto existencial que se deve dar à comunidade na busca de seu destino e de sua civilização. Trata-se de um equacionamento propriamente filosófico, isto é, trata-se de explicitar qual o sentido possível de existência do ser humano brasileiro como pessoa situada na sua comunidade de tais contornos e em tal momento histórico. O desafio mais radical que se impõe à educação brasileira é o questionamento do próprio significado do projeto civilizatório do Brasil. Por isso, a preocupação com as questões didáticas precede a preocupação com o significado político da educação e com o que se deve investir na formação política da juventude. Afinal, este país vive uma crise total de civilização e todo esforço para a articulação de um projeto político e social para a população brasileira pressupõe a discussão de questões básicas relacionadas com a liberdade, com a dignidade humana, com a igualdade, com o valor da existência comunitária. Embora tendo como horizonte um projeto que possa até ser utópico, esta discussão se dará com base na retomada das mediações histórico-sociais nas quais se tece a nossa própria realidade humana.              

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