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A Educação de Jovens e Adultos

Por:   •  22/11/2019  •  Artigo  •  1.415 Palavras (6 Páginas)  •  97 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS DE ARIQUEMES

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Queila da Silva Rios

EJA

Ariquemes, RO

2016

1 REFERENCIAL TEÓRICO 

Com a Constituição de 1988 a educação passou a ser um direito de todos, sendo dever do Estado oferecer essa educação, que por sua vez deve ser de qualidade e gratuita a todos os cidadãos, incluindo aqueles que já passaram da idade adequada e queiram estudar. O art. 4º, IV da LDB deixa claro que é dever do Estado garantir “acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade própria”.

Para as pessoas que não estudaram na idade adequada existe a EJA (educação de jovens e adultos) que tem como objetivo oferecer educação para jovens e adultos que por algum motivo, qualquer que seja não conseguiu cursar o ensino fundamental e/ou médio na idade considerada adequada. Esses jovens e adultos tem o direito a uma educação gratuita diferenciada, com materiais específicos e professores capacitados para ministrar aulas exclusivamente à facha etária que os mesmos se encontram, pois eles não são iguais aos alunos que frequentam a escola na faixa etária adequada. “São jovens e adultos, muitos deles trabalhadores, maduros, com larga experiência profissional ou com expectativa de (re)inserção no mercado de trabalho e com um olhar diferenciado sobre as coisas da existência” (CURY, 2000).

As primeiras tentativas de educar jovens e adultos no Brasil aconteceram com a chegada dos portugueses e junto com eles vieram os jesuítas que tinham a missão de catequizar os índios e também oferecer uma educação básica. Mas em pouco tempo a educação dos nativos perdeu a importância e foi deixada de lado já que para o trabalho que eles exerciam essa educação não era necessária.

A educação básica para jovens e adultos, no Brasil, começou a ter maior importância na década de 30. Com o fim da ditadura, o fim da segunda guerra Mundial e a ONU (Organização das Nações Unidas) alertando sobre a importância de integrar os povos, visando à paz e a democracia, contribuiu para que a educação elementar para jovens e adultos se destacasse. Foi nessa época que surgiram as primeiras iniciativas para diminuir o analfabetismo, pois era importante aumentar as bases eleitorais, já que os analfabetos não tinham direito a votar, e aumentar a produtividade da população. Em 1947 e lançada a Campanha de Educação de Adultos que tinha como objetivo a alfabetização nos três primeiros meses, o curso primário em dois períodos de sete meses e em seguida uma etapa de capacitação profissional. (RIBEIRO, 2001)

        Alguns anos depois da campanha de Educação de adultos ser lançada começou ser alvo muitas criticas por causa do método de ensino e o material didático que era os mesmo oferecidos as crianças, pois os adultos eram vistos psicologicamente como crianças, isso gerou uma revolta entre aqueles que aqueles que estudavam, pois eles queriam uma educação adaptados a condição que eles se encontravam e não simplesmente serem educados como crianças. Mas essa visão começou a mudar ainda durante a campanha “[...] reconhecendo o adulto analfabeto como ser produtivo, capaz de raciocinar e resolver seus problemas.” (RIBEIRO, 2001).

        Ate a década de 60 não existia uma metodologia de ensino especifica para educação de jovens e adultos.  Essa situação só começou a mudar com o trabalho de Paulo Freire que desenvolveu métodos de ensino que utilizava palavras que fizessem parte do cotidiano do aluno, que expressasse a sua realidade e a partir dessas palavras era realizada a aprendizagem do estudo e da escrita. A proposta de Paulo Freire era:

 

“[...] de alfabetização de adultos conscientizadora, utilizando palavras geradoras que, antes de serem analisadas do ponto de vista gráfico e fonético, serviam para sugerir a reflexão sobre o contexto existencial dos jovens e adultos analfabetos, sobre as causas de seus problemas e as vias para sua superação.” (PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001)

         

        No inicio da década de 60 foram lançados vários programas de alfabetização de adultos inspirados pelos estudos de Paulo Freire, mas em 1964 acontece o golpe militar e esses programas começam a ser vistos como ameaças pelo governo e são reprimidos. Então o governo lança em 1967 o Mobral (movimento de alfabetização de adultos) com o objetivo de diminuir o índice de analfabetos, que ate então era muito alto, em um curto espaço de tempo, mas tudo era supervisionado pelo governo desde os materiais didáticos ate o planejamento das aulas. (RIBEIRO, 2001)

        Com o fim do regime militar o Mobral também chega ao fim dando lugar a Fundação Educar que “passou a apoiar técnica e financeiramente iniciativas de governos estaduais e municipais e entidades civis, abrindo mão do controle político pedagógico que caracterizara até então a ação do Mobral.” (PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001), mesmo com uma política diferente do Mobral a Fundação Educar também não vigora chegando ao fim em 1990.

Nos dias atuais se pensa em jovens e adultos que procuram o supletivo para dar continuidade nos estudos, logo se imaginam indivíduos de baixa renda, sem nenhuma escolarização, pessoas que vieram da zona rural para a urbana e não teve acesso a educação na idade regular por causa das dificuldades de acesso a escola. Mas segundo a pesquisa que Marta Oliveira (2004) relata em seu artigo o perfil desses indivíduos e diferente do anteriormente descrito, geralmente são pessoas que já possuem alguma escolarização, trabalho e uma vida razoavelmente confortável que procuram o supletivo apenas para concluir os estudos para terem mais oportunidades. A pesquisa aponta os segundos dados:

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