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A Educação e Ludicidade

Por:   •  28/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  643 Palavras (3 Páginas)  •  170 Visualizações

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Educação e Ludicidade

O brincar, no seu conceito histórico se tratava de uma reprodução do comportamento adulto. Por vezes as crianças brincava com jogos de salão tal qual um adulto.

Além do mais, de acordo com a autora, por um período de tempo, as brincadeiras também começaram a representar o status social no qual a criança estaria inserida: o filho de um nobre brincava em casa e seu contato era restrito até o quintal, porém o filho de um operário brincava sem reservas nas ruas, começando a ser taxado de um pequeno desordeiro e malandro.

No Brasil Colonial as crianças da casa grande se relacionavam com as amas negras, com o velho contador de histórias, as mucamas e os filhos de escravos que eram apresentados às crianças do engenho como uma companhia para as brincadeiras, sendo também um leva-pancadas. (Andrade, 2013)

Freyre (1963) apud Andrade 2013 afirma que as travessuras das crianças aumentavam entre cinco e dez anos de idade, quando eram conhecidos como meninos-diabo. Com a aproximação dos sete anos de idade o menino do engenho era pressionado a comportar-se como homem. De acordo com Kishimoto (1993, p. 34) apud Andrade (2013) “Chegava-se a idade em que o menino-diabo devia ceder à imagem do menino-homem”. Assim sendo, as crianças eram forçadas a se vestir e comportar como adultos.

Assim, no Brasil do século XVIII circulavam as representações de meninos-diabos e menino-homem. A natureza diabólica das crianças era reconhecida nas brincadeiras infantis, na brutalidade com que os meninos de engenho maltratavam os moleques. Já o menino-homem refletia a criança que precisava ser disciplinada para endireitar sua natureza desviada. (Andrade, 2013, p. 89)

Assim sendo foi possível perceber os processos históricos e as tradições culturais de povos diferentes – português, africano e indígena –, influenciando o modo de viver e se misturando reinventado a herança cultural.

Até certo período o brinquedo era manual, as vezes fabricado pela própria criança, mas de acordo com Andrade (2013), por volta do século XIX, os brinquedos industrializados começaram as substituir os manuais, sendo introduzidos os brinquedos educativos por influência do escolanovismo “que anunciava a imagem de uma natureza infantil boa descontextualizada. Este processo se deu, antes de tudo, no interior dos jardins de infância e nas casas das crianças cujas famílias eram ricas” (Andrade, 2013, p. 93).

De acordo com Brougère o brinquedo é um produto da sociedade dotado de traços culturais específicos. “O brinquedo esta inserido em um sistema social e suporta funções sociais que lhe conferem razão de ser. Isto significa que, para que existam brinquedos, é preciso que a sociedade confira um sentido para sua produção, distribuição e consumo” (Andrade, 2013, p. 93).

Brougère acredita que o brinquedo possui um forte valor cultural, desde que compreenda cultura como um conjunto de significações produzidas pelo ser humano.

Cada cultura dispõe de um banco de imagens consideradas como expressivas dentro de um espaço cultural. É com essas imagens que a criança poderá se expressar, é com referência a elas que a criança poderá captar novas produções. (Brougère, 1995, p.40)

Brougère acredita que o brinquedo é um suporte para a representação que conforme ao manipulá-lo a criança tenha em suas mãos imagens para decodificar. O autor explica que o ato de interpretar os significados são gerados pela própria brincadeira, e na brincadeira a criança alcança possibilidades de atuar como sujeito ativo, em uma situação sem consequência imediata e com resultados incertos.

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