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A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER

Por:   •  1/5/2018  •  Resenha  •  1.494 Palavras (6 Páginas)  •  501 Visualizações

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FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler - em três artigos que se completam, 23ª ed. São Paulo: Editora Cortez, 1989. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, v 4).

A obra de Paulo Freire, “A Importância do Ato de Ler”, trata de uma discussão sobre a alfabetização de adultos e sobre bibliotecas populares, ela é constituída por três artigos que se completam:

A importância do ato de ler*        

No primeiro capítulo, Paulo Freire fala da memória da infância, ele fazia a leitura visual e imaginativa antes mesmo de aprender a ler a palavra. Nessa retomada ao passado, ele explica a importância de interpretar o mundo que vivemos fazendo uma leitura individual, ele explica que a leitura não e só o código gráfico, mas o exercício visual, a tentativa de buscar o que faz sentido e reconhecer-se no processo da leitura.

Alfabetização de adultos e bibliotecas populares – uma introdução*

No segundo capítulo, Freire fala sobre a educação sistemática, que política e educação são inseparáveis, pois, a educação depende de quem está no poder. Fala da inviabilidade de uma educação neutra, que a educação precisa ser libertadora, o educador precisa entender que não está sozinho no mundo, ao invés de falar com eles, “arrogantemente convencidos de que estamos aqui para salvá-los”, é falar a eles, assim o educador fala, mas também ouve o que o alfabetizando tem a oferecer, pois, “Cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros”.

Freire fala que não há texto sem contexto, a alfabetização de adultos precisa estar ligada no seu contexto, na sua forma de vida, a palavra não tem que ser mágica ou doada pela realidade do educador, mas tem que ser “lida” antecipadamente pelo alfabetizando, na sua leitura de mundo.

A biblioteca ideal seria aquela que fala das realidades do povo, do grupo ou da comunidade que está sendo alfabetizada, uma biblioteca rica com depoimentos, vídeos, contos, gravações e entrevistas que relatem a história daquele povo, contada pelos mais velhos. Com esse material, poderiam ser feitos folhetos, e estes usados até nas aulas com os alfabetizandos.

O povo diz a sua palavra a sua alfabetização em São Tomé e Príncipe*

No terceiro e último capítulo, fala sobre os cadernos de cultura popular, usados em São Tomé, para a alfabetização e pós-alfabetização do seu povo. Tem como participação o próprio povo daquele lugar, para que o alfabetizando possa se identificar com o texto e até fazer críticas do mundo em que ele é sujeito. Sendo assim, praticando o pensar, o educador pode lhe propor reflexões críticas sobre a realidade nacional.

Foram feitos dois cadernos de exercícios: no primeiro caderno de cultura popular, tem tarefas desafiadoras para o pensamento dos educandos, os textos ali escritos têm a ver com sua realidade, fala-se de plantação, de roça, de ferramentas que eles usam para trabalhar e depois pede para que eles produzam texto com aquilo que leu. Eles praticam a leitura e a escrita simultaneamente. Esse trabalho de alfabetização, tem como interesse a voz do educando no processo da própria reconstrução, participação consciente para transformar o mundo e se transformar.

O segundo caderno de cultura é para a pós-alfabetização, com textos mais complexos e linguagem nacional. Tem como objetivo, reforçar o que o educando aprendeu com o primeiro caderno, aumentar os conhecimentos necessários para a luta pela reconstrução nacional e aumentar o conhecimento do que já sabe.

Posicionamento:

O livro “ A Importância do Ato de Ler”, de Paulo Freire, foi escrito em uma linguagem de fácil compreensão, tem uma leitura tão prazerosa que nos induz a vontade de pesquisar mais e tentar compreender melhor o assunto. Leva em consideração o reconhecimento do sujeito no processo da alfabetização, e a forma de alfabetizar. Nos faz refletir e voltar ao tempo, reencontrar com o passado, o de leitura de mundo.

O que mais chama a atenção, é, principalmente o segundo capitulo, Alfabetização de adultos e bibliotecas populares – uma introdução, porque o me fez conseguir compreender melhor o que foi dito no primeiro, ou melhor, um complementa o outro. Como o próprio autor relatou no início dessa obra, a leitura da palavra se faz primeiro pela leitura do mundo, do seu mundo. Ou seja, à partir da leitura de sua convivência, o sujeito consegue ler e interpretar aquela palavra, que tem um significado real para ele. Como Freire fala, não é possível texto sem contexto. Consegui identificar aqui, nesse capítulo, ligação com as ideias de Brandão: “A educação aparece sempre que surgem formas sociais de condução e controle da aventura de ensinar-e-aprender” (BRANDÃO, 2007, p.26). Os autores falam da mesma coisa: em todo e qualquer lugar é possível a educação. Ensinar conforme a condição de vida cultural do educando é muito importante e que ao ensinar também se aprende.

No livro “ O Golpe na Educação”, de Moacyr de Góes e Luiz Antônio Cunha, aparecem as ideias e Paulo Freire, fala-se sobre política e educação, que também nesse livro é exposto, que educação e política são inseparáveis. Podemos notar que nos anos 60, quando aconteceu o golpe, foi lançado o Mobral, com o objetivo de buscar credibilidade na sua política “distributivista”, porém foi um fracasso para o povo brasileiro, pois o Mobral aumentou o número de brasileiros na escola, porém o resultado da escolarização foi insatisfatório, tornando-se uma “fábrica de analfabetos”. E nesse mesmo período a carreira de Freire foi interrompida no Brasil, pois foi acusado de subversão. Aqui notamos o quanto o governo tem poder sobre o que será transmitido a população, e todo mundo acata sem nada questionar.

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