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A INCLUSÃO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISTA NO ENSINO REGULAR.

Por:   •  5/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  7.516 Palavras (31 Páginas)  •  168 Visualizações

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Mara Lúcia Carvalho França

Pedagogia - EAD

 

A INCLUSÃO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISTA NO ENSINO REGULAR.

  1. INTRODUÇÃO

A inserção do aluno autista (Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ambiente escolar é um direito que está estabelecida nas principais leis que regem a educação brasileira. O objetivo é refletir sobre a inclusão educacional de crianças autistas, identificando os desafios enfrentados por elas ao serem inseridas nas escolas de ensino regular e sugerir atividades com projetos de inclusão em sala de aula. A abordagem metodológica desta pesquisa foi pesquisa bibliográfica e pedagogia de projetos. O TEA, assim como outros tipos de deficiência, é muito amplo em termos de graus e manifestação. Assim, como em outros casos, a inclusão de crianças com autismo deve ser personalizada, ajustada às suas necessidades e sempre tendo em mente o seu bem-estar. Pretendeu-se com essa pesquisa mostrar a importância da inclusão escolar de crianças com TEA, portanto o viés desta pesquisa deve-se ao fato de que a educação inclusiva não se sustenta somente por leis e campanhas antidiscriminatórias que garantem a acessibilidade desses alunos. É preciso também uma política inclusiva eficiente, na qual a construção de uma escola inclusiva, que esteja preparada para receber esses alunos, e que possua estratégias que permitam a integração e permanência dos mesmos, seja essencial.

Refletir sobre a inclusão educacional de crianças autistas, identificando os desafios enfrentados por elas ao serem inseridas nas escolas de ensino regular e sugerir atividades com projetos de inclusão em sala de aula.

O objetivo deste artigo é demonstrar a necessidade e a viabilidade de inclusão da pessoa com transtorno do aspecto autista na escola regular, a exigência e a possibilidade da mudança de postura dos profissionais de educação na organização do trabalho pedagógico em razão das especificidades dos alunos, bem como reafirmar que o atendimento educacional especial não substitui a escolarização, somente suplementa e/ ou complementa a formação dos alunos, objetivando a independência e autonomia dos mesmos.

 As escolas devem atender aos princípios constitucionais e proporcionar os meios necessários para efetivação de uma educação de qualidade e respeito às diferenças para todos os seus alunos.  É notória a necessidade social de aprender a viver na diversidade, por isso, faz-se necessária uma nova concepção de ensinar e de aprender.

A prática inclusiva dos alunos com deficiência nas classes comuns das escolas regulares é desafiadora e gera muitas dúvidas para pais, profissionais da educação e à própria sociedade. Importa ressaltar que a inclusão não pode ser reduzida unicamente à inserção dos alunos com deficiências no ensino regular e que uma prática inclusiva deve permear todo o processo educacional, bem como o envolvimento de toda a comunidade escolar. É fundamental o reconhecimento dos ritmos e diferenças entre os alunos para que todos tenham as suas especificidades atendidas.

“A educação de alunos com necessidades educativas especiais incorpora os princípios já comprovados de uma pedagogia saudável da qual todas as crianças podem beneficiar, assumindo que as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem deve ser adaptada às necessidades da criança, em vez de esta a ter de se adaptar a concepções predeterminadas, relativamente ao ritmo e à natureza do processo educativo”. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, P.7)

No que se refere às crianças com transtorno do espectro autista, insta salientar que existe uma variedade de manifestações do transtorno, por isso é importante que os profissionais da educação tenham acesso ao diagnóstico médico para que saibam exatamente quais são as capacidades, comprometimentos e disfunções características de cada aluno. Deve-se fazer uma avaliação caso a caso, pois nenhum autista é igual ao outro.

“O desempenho escolar das crianças com autismo depende muito do nível de acometimento do transtorno. As crianças com nível mais grave de autismo podem apresentar atraso mental e permanecer dependentes de ajuda. As crianças com autismo leve ou somente com traços autísticos, na maioria das vezes, acompanham muito bem as aulas e os conteúdos didático-pedagógicos”. (SILVA, 2012, p. 109)

O presente trabalho tem como finalidade discutir elementos da inclusão de crianças com transtorno do espectro do autismo em escolas de ensino regular. Nas últimas décadas, as instituições “abriram” suas portas para os deficientes em geral, sendo esses alunos amparados pelos princípios de “igualdade de condições para acesso e permanência na escola” (LDB), que garante aos mesmos o direito de frequentar escolas de ensino regular, que forneçam educação de qualidade, pensando nas particularidades do aluno, para que ocorra então, a permanência do mesmo na escola. O Estado tem o dever de garantir educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, incluindo atendimento educacional especializado gratuito para os alunos com deficiência, incluindo crianças diagnosticadas com autismo, preferencialmente em escolas de ensino regular. A inclusão escolar significa, de maneira simplificada, acolher a criança com deficiência e fazer com que ela se sinta parte do todo e não somente estar fisicamente no ambiente, estando excluída de todo o desenvolvimento pedagógico que ocorre dentro da escola. É sabido que a inclusão é resultado de um processo histórico. Antigamente, as crianças deficientes não tinham o mesmo direito que as outras: de estarem incluídas em uma mesma escola. As crianças com alguma deficiência eram totalmente privadas de uma devida educação formal, pois eram consideradas incapazes de aprenderem e desenvolverem. Quando recebiam educação, esta ocorria de forma segrega tória. As crianças com deficiência poderiam frequentar as escolas, mas separadamente das outras crianças ditas “normais”. Assim, esses alunos não recebiam a devida educação, no que se refere ao seu desenvolvimento, mas sim, uma educação de cunho assistencialista. Essa situação só começa a se modificar quando surge o movimento de interação das crianças com deficiência. No entanto, no referido movimento, as crianças acabavam inseridas na escola, porém, sem fazerem parte, de fato, da realidade escolar e social. Somente por volta da década de 1980, passam a ser pensadas e discutidas ideias e propostas em direção a uma educação inclusiva, com os mesmos direitos para todos. Tais ideias acabam por se firmar já na década de 1990, com o advento de leis voltadas para os alunos com deficiência e necessidades educacionais especiais.

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