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A Idade Média e o Feudalismo

Por:   •  13/3/2018  •  Tese  •  4.154 Palavras (17 Páginas)  •  444 Visualizações

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A Idade Média e o Feudalismo

A Idade Média foi um período da história européia que durou aproximadamente mil anos. Este espaço de tempo acontece aproximadamente entre os séculos V e XV e compreende, em termos históricos á queda do Império Romano do Ocidente e a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453. O final da idade média está associado a vários eventos e acontecimentos, não apenas a queda de Constantinopla como os grandes descobrimentos marítimos e o florescimento do Renascimento. O período final da idade média pode ser assinalado como sendo um período de declínio das relações feudais de produção que começam a ser substituídas pelo modo de produção capitalista.

A sociedade medieval era dividida em estamentos. Os três principais grupos eram:

• Clero.

• Nobreza.

• Servos.

A sociedade medieval apresentava ausência de ascensão social e quase inexistia mobilidade social. Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos). Como o clero e a nobreza comandavam a sociedade, era comum o clero criar justificativas religiosas para que os servos não contestassem a sociedade.

Assim, podemos afirmar que as principais características do feudalismo são:

• Poder descentralizado (nas mãos de vários senhores feudais),

• Economia baseada na agricultura; utilização do trabalho dos servos,

• Praticamente ausência de mobilidade social.

• Forte mentalidade religiosa;

• Forte influência e poder de decisão do Clero (Igreja) em todos os setores da vida humana

A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns. O feudo, ou seja, a terra era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura. O artesanato também era praticado na Idade Média, inicialmente nas oficinas dos feudos, mais tarde nas chamadas Corporações de Ofício e depois nas manufaturas e finalmente nas fábricas.

A sociedade medieval é uma sociedade fortemente marcada pela mentalidade religiosa. A predominância cultural e ideológica da Igreja Católica valorizava a vida extraterrena, condenava a usura e mantinha sua posição em relação ao "justo preço" das mercadorias. A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião. Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte deste período foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

O crescimento da população, verificado entre os séculos XI e XIV, foi extraordinário. Os nobres aumentaram em número e tornaram-se mais exigentes com relação aos seus hábitos de consumo: isso determinava a necessidade de aumentar suas rendas e para consegui-lo, aumentou-se grandemente o grau de exploração da massa camponesa. Esta super-exploração produziu protestos dos servos, consubstanciados em numerosas revoltas e fugas para as cidades.

Portanto notamos que durante a baixa idade média inicia-se uma ruptura com as características de subsistência que apresentava o feudalismo. Com o surgimento de novas técnicas agrícolas foi possível a comercialização do excedente de produção. Cansados da exploração feudal, muitos servos ouviam, entusiasmados, as notícias da agitação comercial das cidades. Grande número deles migrava para as cidades em busca de melhores condições de vida.

• O Conhecimento Científico na Idade Média

Desde o século IV d.C. (ano 400) até o século XV (1400), a história do conhecimento ficou dividida. De um lado o conhecimento dos mosteiros, dedicado a cultivar a teologia, a filosofia, a literatura e o estudo de fenômenos naturais, mas sempre do ponto de vista da religião e de forma a legitimar o poder da nobreza e da Igreja. Sendo que em pleno século XVIII temos a seguinte afirmação proferida pelo grande teórico do absolutismo monárquico, Jacques Bossuet, (1627-1704) doutor em teologia, bispo e cônego: "Todo poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como ministros de Deus e são seus representantes na terra. Resulta de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada e que atacá-lo é sacrilégio. O poder real é absoluto. O príncipe não precisa dar contas de seus atos a ninguém”.

Mas, por outro lado temos o conhecimento dos estudiosos livre-pensadores da natureza, alquimistas, magos, “bruxos”, “experimentadores”, que, sozinhos ou em grupos, quase sempre em segredo, procuravam desvendar o que estava oculto por trás das aparências.

Neste período o poder e influência da Igreja Católica permearam tanto a vida política e econômica, como a vida intelectual. A produção de conhecimento tinha seu centro e elite no seio das hierarquias estabelecidas pela Igreja. Sendo assim, a Igreja manteve severos controles sobre os produtores de saber e obrigou a dar um determinado sentido a seus trabalhos: o conhecimento humano deveria estar voltado para fundamentar, legitimar e difundir as verdades contidas nas Sagradas Escrituras e, portanto, para glorificar o Reino de Deus. O conhecimento que não tivesse exatamente essa finalidade era considerado herege.

Os dogmas religiosos não poderiam ser contestados pelos estudos científicos. Alguns destes dogmas eram:

• GEOCENTRISMO; (A TERRA É O CENTRO DO UNIVERSO)

• TEOCENTRISMO; (DEUS É O CENTRO DE TODAS AS EXPLICAÇÕES)

• TEOCRACIA ( TODO PODER DO REI EMANA DE DEUS)

Com isso, o exercício do conhecimento durante a Idade Média, aconteceu sob muita repressão. Foi no final da Idade Média que algumas correntes de pensamento tentaram uma leitura menos ortodoxa e menos dogmática acerca da relação entre razão e fé.

Alguns pensadores começam a perceber que razão e conhecimento não deveriam necessariamente depender da fé. A idéia de fazer “experiências” e experimentos para atingir o conhecimento e o saber sobre as coisas do mundo natural é a virada que o conhecimento deu em direção ao empirismo.

Os pensadores dos séculos XIII (1200) e XIV (1300), ainda durante a idade média, introduziram a idéia de que o mundo de Deus e o mundo cósmico (dos homens) são diferentes, portanto, os meios de conhecimento de cada um deles tem que ser também diferentes. Daí a necessidade de separar a fé, caminho para conhecer o mundo de Deus, e a razão, meio de conhecer o mundo cósmico. Ou seja, a fé poderia continuar sendo a base para explicar o mundo de Deus, mas o nosso mundo terreno e material deveria ser explicado pela razão, pela racionalidade. Com isso introduziram a necessidade de recorrer a experimentos para poder conhecer o mundo cósmico.

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