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As Reflexões sobre o currículo e ensino

Por:   •  15/3/2018  •  Resenha  •  1.789 Palavras (8 Páginas)  •  231 Visualizações

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ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O CURRÍCULO E SEU PAPEL SOCIAL

O surgimento do currículo está diretamente envolvido com o processo da escolarização em massa, onde surgiu a necessidade da padronização do conhecimento. Passados essa ideia inicia de padronizar a educação, o currículo ganhou novos elementos e tornou-se um forte agente da transformação social e construção de conhecimento. O que pretendemos apresentar nesta resenha e algumas reflexões sobre o currículo, seu papel social e a participação dos professores em seu desenvolvimento.

Henry A. Giroux[1] É um crítico cultural e um dos teóricos fundadores da pedagogia crítica nos Estados Unidos e bem conhecido por seu trabalho pioneiro no ensino público, estudos culturais, sobre a juventude, o ensino superior, a mídia e a teoria crítica. Nas palavras do professor Paulo Freire, henry Giroux é um pensador e um excelente professor.  Para tanto, o mesmo como crítico, propôs reflexões sobre as teorias educacionais, a escola, seu papel e a influência dos professores nos processos de ensino aprendizagem. Apresentando uma maneira crítica e otimista de compreender a educação.

Na obra os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem, Gerioux aprofunda sua visão crítica sobre a educação ao argumentar contra a visão tradicional do ensino e aprendizagem escolar como um processo neutro ou transparente afastado da conjuntura de poder, história e contexto social. Com suas argumentações conseguiu fornecer as bases geradoras de uma teoria social crítica da aprendizagem escolar.

Um dos principais apontamentos de sua obra trata-se de como ele compreende a educação e seu papel social. A educação e a escola é o lugar onde a cultura da sociedade dominante é aprendida e internalizada nos alunos. Desse modo, a escola prepara os alunos, não somente para ingressarem no mercado de trabalho, mas é também o local de acomodação entre os grupos econômicos e culturais diferentes, mais ainda, são agências de controle social, local de instrução, de reprodução social, econômica e cultural. E os professores são retratados como presos em um aparelho de dominação que funciona com a precisão de um relógio.

Contudo, a escola para Giroux, pode romper com esse modelo assinalado, tornando-se um veículo para ajudar cada estudante a desenvolver todo o seu potencial. Simplesmente alterando-se a metodologia e o currículo oficial nos estudos sociais. Para que o modelo de educação crítica seja implantado é necessário encarar as escolas como esferas públicas democráticas, dedicas a formas de fortalecer o self e o social. Ou seja, “onde os estudantes aprendam o conhecimento e as habilidades necessárias para viver uma democracia autêntica.”[2] 

Enquanto que na visão tradicional da escola os professores são retratados com presos num sistema de repetição e trabalham como um relógio, na perspectiva de democratização da educação enfatizada por Gerioux, torna-se possível retratar o papel do professor enquanto intelectuais que operam em condições especiais de trabalho e que desempenham uma função social e política particular. Deste modo, as condições materiais sob a quais os professores desempenham suas funções delimitam ou fortalecem suas práticas como intelectuais. Sendo assim, os intelectuais deste tipo não estarão preocupados somente com a promoção dos alunos e com suas carreias, mas com a formação de alunos que possam interpretar o mundo criticamente e muda-lo quando necessário.

Os professores atuantes no processo precisam desenvolver, portanto, em suas práticas docentes um discurso e o conjunto de suposições que lhes permitam atuarem como intelectuais transformadores da educação. Considera-se ainda que, “enquanto intelectuais, combinarão reflexão e ação no interesse de fortalecerem os estudantes com as habilidades e conhecimento necessários para abordarem as injustiças e de serem atuantes críticos comprometidos com o desenvolvimento de um mundo livre da opressão e exploração.” [3] 

Portanto a obra os professores como intelectuais possibilita uma nova visão sobre a escola, alunos e os professores. Através de uma abordagem de uma pedagogia e pensamento crítico: voltados para reflexão e libertação. Concebendo uma visão política no papel dos professores e uma democratização das escolas em favor possibilidade e da mudança dos valores enraizados na sociedade.

As abordagens de Sacristán[4] procura trazer algumas reflexões sobre o currículo, considerando as suas complexidades, suas diversidades do saber e o apresentando com enfoque principal da educação. Para o autor, o currículo é a concretização do plano cultural que a instituição escolar torna realidade dentro de determinadas condições que determinam esse projeto. Sendo um instrumento essencial utilizado no processo de socializar, instrumento que tem a capacidade de estruturar a escolarização, a vida nos centros educacionais e as práticas pedagógicas. Com isso, percebemos que o currículo, uma vez inserido na educação, apresenta saberes, incertezas e ás vezes algumas tensões.

Ao determinar que conteúdos serão abordados e, ao estabelecer os níveis e tipos de exigências para os graus, o currículo traz saberes que permitem organizar tanto o tempo escolar, como estabelecer o desenvolvimento e aquilo em que consiste o progresso do estudante durante sua escolaridade, tornando-se assim um norteador da prática escolar. Mediante a tudo isso, o currículo também gera a tensão por se tornar um regulador das pessoas. Outra tensão e, ao mesmo tempo é uma incerteza, trata-se de como o currículo será desenvolvido pelas escolas. Podendo ser responsável tanto pelo sucesso, quanto pelo fracasso escolar. Além do que, o mesmo ao longo de seu desenvolvimento, ganhou a característica de ser um agente político devido a sua ligação entre a cultura e a sociedade exterior.

Ainda de acordo com Sacristán, o currículo modela-se dentro de um sistema escolar e dirige-se para determinados professores e alunos, servindo-se de determinados meios e ganha existência real no contexto da escola. Assim, a teorização sobre o currículo deve ocupar-se necessariamente das condições de realização do mesmo, da reflexão sobre a ação educativa nas instituições escolares, em função da complexidade que se deriva do desenvolvimento e realização do mesmo.[5]

Além disso o autor também busca refletir sobre o currículo oculto na educação, onde entende que o mesmo é constituído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial contribuem, de forma implícita para aprendizagens sociais relevantes. Podendo se associar, portanto, aos elementos responsáveis pela construção e formação da identidade, atitudes, comportamentos, valores, dentre outros, como cita Sacristán.

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