Compreender a aprendizagem da criança e segundo Froebel, Montessori e Freinet

A compreensão de criança e aprendizagem segundo Froebel, Montessori e Freinet

Durante muito tempo a criança foi vista pela sociedade como um adulto em miniatura; a infância foi compreendida como uma fase isolada da vida, onde eram notórios somente os aspectos físicos e biológicos da criança, sendo desprezado o aspecto social, psicológico e educacional da mesma.

Alguns pensadores, como Ariés, mudaram essa perspectiva do olhar sobre a criança, considerando que esta possui necessidades que vão além de apenas cuidados físicos. Com o aparecimento das primeiras instituições para crianças entre 0 a 6 anos, surgiram muitos pensadores que questionaram as funções das mesmas, pois até então, a função destas instituições era só o de cuidar das crianças, sem se preocupar com a função de educá-las.

Muitos contribuíram para o desenvolvimento da Educação Infantil, todavia existem três pensadores que merecem destaque neste cenário: o educador alemão Friedrich Froebel (1782 – 1852), a médica e psiquiatra italiana Maria Montessori (1870 – 1952) e o educador francês Célestin Freinet (1896 – 1966). Este destaque é merecido, pois suas ideias são fortemente influentes na Educação Infantil dos dias atuais.

Para Froebel, a criança era considerada como um ser repleto de potencialidades que necessita de cuidados periódicos para o seu desenvolvimento. Acreditava que a criança possuía uma essência boa e divina por não estar corrompida pelo convívio social e que, esta essência, seria o elo que igualaria todos os homens.

Froebel foi o primeiro educador a falar sobre autoeducação e influenciou pensadores da Escola Nova, como Montessori e Freinet. Segundo Froebel, a aprendizagem aconteceria por espontaneidade da criança, logo esta deveria ficar livre para expressar seu interior e perseguir seus interesses. Para Froebel, a escola deveria propiciar espaços abertos para que a criança tivesse contato com a natureza, pois Froebel acreditava que a natureza era a manifestação de Deus no mundo terreno e expressava a harmonia e a unidade de todas as coisas, portanto, através de uma educação voltada para a unidade e harmonia, a criança poderia alcançar sua própria identidade e ligação com o eterno.

Froebel propagou uma educação que permitia o desenvolvimento das habilidades que a criança já possuía e, simultaneamente, o surgimento de novas habilidades. O primeiro recurso no caminho da aprendizagem seriam as brincadeiras, pois estas eram uma forma de criar representações do mundo concreto, logo, a aprendizagem deveria ocorrer do concreto para o abstrato. A pedagogia de Froebel também pregava a cooperação entre os pares, tanto que nas salas froebilianas, as crianças de idades diferentes ficavam juntas, no intuito das mais velhas ajudarem as mais novas.

Os materiais desenvolvidos por Froebel (blocos de madeira, materiais que produziam sons, areia, argila, etc.) para o desenvolvimento da aprendizagem, eram baseados em atividades sequenciadas de natureza infantil, como dobradura, trançado, recorte, colagem, etc. Assim, a criança poderia aprender fazendo, portanto, um dos principais princípios de sua pedagogia é a intuição.

Assim como Froebel, Montessori também acreditava no potencial interior da criança. Para ela, esse potencial permitia que a criança conduzisse seu próprio aprendizado e encontrasse seu lugar no mundo, devido ao seu caráter curioso e explorador. Além disso, Montessori considera que a criança é um ser que busca o equilíbrio entre seus conhecimentos e sua necessidade de se movimentar.

Montessori também acredita no princípio intuitivo, por

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