Considerações Finais Pedagogia da Autonomia

3.1 Ensinar exige segurança, competência profissional e segurança

        A segurança que sustenta a autoridade do professor nasce precisamente da sua competência profissional.

        Não há autoridade docente quando não há competência. Os alunos percebem.

        Nesse sentido, até a disciplina pode ser parcialmente compreendida como uma forma de protesto contra a incompetência do professor.

        O professor que não leva a sério a sua formação, que não lê, não estuda, que não se esforça para estar à altura da sua tarefa, não tem força moral para coordenar suas atividades na sala de aula.

        Sabemos que existem muitos professores bem preparados cientificamente, com doutorado, pós doutorado, mas que são autoritários e inseguros.

        O que Paulo Freire quer dizer nesse capítulo é que a incompetência profissional, desqualifica a autoridade do professor.

        Outra qualidade indispensável para fazer com que a autoridade se relacione de forma positiva com a liberdade dos alunos é a autoridade.

        É impossível construir autoridade quando os pensamentos, as ações e os objetivos do professor são mesquinhos.

        Para construir um espaço pedagógico, é indispensável criar um clima de respeito mútuo que nasce das relações justas, francas, equilibradas e generosas em que a autoridade docente e a liberdade dos alunos se assumam criticamente.

3.3 Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo

        A educação vai muito além de ensinar o básico, é ensinar que existem as outras realidades ao redor que irão influenciar no futuro do educando como pessoa. E dizer também que o educador deve está aberto para uma nova metodologia de como fará o aluno ter um olhar critico e pensante para o cotidiano que o cerca, de que maneira ele percebera que determinadas situações são ruins ou boas e qual atitude ele tomara para as solucionarem.

        Na visão de Paulo Freire, a educação não é apenas reprodutora de ideologia, ela é a missão do professor de educar para a vida. Pois ela desvenda o olhar daqueles que acreditam que seus problemas não significam nada, e mostra a eles que a capacidade que nos foi dada de observar, de comparar, de avaliar, de escolher e de decidir, nos faz seres éticos com possibilidades de perceber que a minoria junto seria a maioria.

        E é pela educação que o professor deve saber do porque ele é educador, pelo direito de lutar pela liberdade, pela decência, pela democracia contra a ditadura, dentre outras, e pôr sua atitude de “lutar”, na sua postura aos seus alunos e buscar com zelo de como e do que ira passar a sua classe e que eles o entendam com clareza.

3.8 Ensinar exige disponibilidade para o diálogo

        Diálogo para Paulo Freire acontece quando se ouve e se fala.

        O processo educativo é dialogico. O professor tem que estar aberto ao mundo com curiosidade. Tem que testemunhar aos alunos a segurança com que se comporta ao discutir um tema ou analizar um fato.

        Antes de mais nada, se o educador não tem os pés no chão já começa errado, porque qualquer problema que houver não terá segurança, se junto com a insegurança for também um péssimo profissional e sem gestos de bondade sinceramente deve desistir, não tem condições de ser educador.

        Essa segurança não pode ser inquestionável, poder satisfazer também a curiosidade de seus alunos sendo gentil e dizer “vou procurar e trago da próxima vez”.

        O professor não pode tratar os alunos como números, tem que se interar ao contexto social, econômico, geográfico que os alunos vivem. Abrir – se a realidade dos alunos é muito importante para o processo educativo.

        O professor diminui a distância que o separa das condições sociais dos alunos, quando os ajuda a aprender em qualquer disciplina, com vista da transformação da realidade e a busca pela igualdade social que a comunidade dos alunos necessita.